A Samsung Electronics está desenvolvendo uma das maiores inovações da indústria de semicondutores nos últimos anos: a substituição do silício por vidro em um componente-chave dos seus chips. Essa transformação deve ocorrer até 2028 e promete melhorar o desempenho, reduzir custos e ampliar a capacidade de processamento, especialmente em chips voltados para inteligência artificial (IA) e data centers.
Samsung planeja chips com vidro e não mais silício até 2028

Por que abandonar o silício?
Na arquitetura atual de chips, as camadas intermediárias — usadas especialmente em designs 2,5D — são essenciais para conectar processadores gráficos (GPUs) com memórias de alta largura de banda (HBM). Hoje, essas estruturas são compostas por silício. No entanto, esse material apresenta limitações: ele é caro, complexo de fabricar e pouco flexível para circuitos avançados.
O vidro surge como alternativa promissora. Além de ser mais barato, o material permite a criação de circuitos mais finos e intrincados. Outro diferencial é a sua estabilidade térmica: o vidro suporta melhor altas temperaturas e sofre menos expansão quando aquecido, o que favorece a durabilidade e o desempenho dos chips.
Estratégia diferenciada da Samsung
Enquanto outras fabricantes trabalham com grandes placas de vidro (medindo cerca de 510×515 mm), a Samsung segue um caminho inovador ao cortar unidades menores, com dimensões inferiores a 100×100 mm. Essa abordagem compacta pode proporcionar maior precisão na fabricação e melhor adaptação a diferentes aplicações.
Esse processo será particularmente vantajoso para os novos chips utilizados em operações de IA, que exigem enorme poder de cálculo com o menor consumo possível de energia. A substituição do silício por vidro nas camadas intermediárias pode reduzir significativamente os custos sem comprometer a performance.
O futuro dos chips começa agora
A mudança não será imediata, mas a Samsung já projeta um novo padrão para o setor de semicondutores até 2028. Se bem-sucedida, essa transição posicionará a empresa à frente na corrida por chips mais potentes e acessíveis — não apenas para IA, mas para áreas como computação em nuvem, dispositivos móveis e eletrônicos de consumo.
Além de representar um marco tecnológico, a adoção do vidro poderá desencadear uma nova era na engenharia de chips. Menos desperdício de material, menor impacto ambiental e mais eficiência energética são algumas das vantagens potenciais.