Tensor G6: qual o futuro do chip do Pixel 11? Do 2nm aos desafios de custo e calor

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

Tensor G6 pode revolucionar ou mudar de rota: Google entre o salto tecnológico com 2nm e o foco em custo, bateria e eficiência térmica no Pixel 11.

O Tensor G6, chip que deve equipar o futuro Google Pixel 11 em 2026, se tornou o centro de rumores conflitantes que revelam os bastidores de decisões estratégicas dentro do Google. De um lado, uma fonte afirma que o chip será fabricado no processo de 2nm da TSMC, colocando o Google na vanguarda da tecnologia de semicondutores. De outro, um suposto vazamento interno da própria Google indica uma abordagem mais conservadora, com foco em custo, eficiência energética e melhorias térmicas, em vez de performance bruta.

Com isso, o Tensor G6 se posiciona como um dos lançamentos mais intrigantes do mercado de chips Google, levantando questões importantes sobre os caminhos futuros da gigante de Mountain View em hardware.

A promessa do 2nm: Google na vanguarda da fabricação

Rumores recentes apontam que o Tensor G6 poderá ser fabricado com o processo de 2nm da TSMC, a maior fabricante de chips do mundo. Essa mudança representaria um salto significativo frente às gerações anteriores: o Tensor G1 estreou em 5nm pela Samsung, o Tensor G3 veio em 4nm e o Tensor G5, que deve estrear em 2025, será feito em 3nm — também pela TSMC.

Mas afinal, o que significa um chip feito em 2nm? Em termos simples, esse número indica a litografia do processo de fabricação, e quanto menor, maior a densidade de transistores. Isso se traduz em chips mais rápidos, com menor consumo de energia e mais espaço para funcionalidades avançadas. É uma corrida tecnológica conhecida como “guerra dos nanômetros”, em que cada novo processo representa uma vantagem competitiva.

A TSMC é reconhecida globalmente por liderar esse avanço — sendo fornecedora também da Apple —, e fabricar o Tensor G6 nesse processo colocaria o Google um passo à frente de rivais como a Qualcomm, que ainda trabalha com 3nm em seus chips Snapdragon.

No entanto, vale lembrar que a Samsung também planeja introduzir seu Exynos 2600, com tecnologia de 2nm, no Galaxy S26. Isso significa que o Pixel 11, ao adotar o 2nm, não estaria isolado na vanguarda, mas sim em uma nova corrida tecnológica que está prestes a esquentar.

O outro lado da moeda: custo, bateria e térmicos em foco

Se o primeiro rumor sugere ousadia tecnológica, o segundo — proveniente de um suposto documento interno da equipe gChips — aponta para uma abordagem mais pragmática. Segundo o Android Authority, o Google teria decidido focar no que realmente impacta a experiência do usuário: reduzir o custo do chip, melhorar a autonomia da bateria e resolver problemas de superaquecimento.

Essa mudança estratégica não é por acaso. Dados internos indicam que os chips Tensor anteriores foram uma das principais causas de devoluções do Pixel 6 e 7, sendo o superaquecimento responsável por 28% das reclamações. Além disso, menos de 14% dos usuários relatavam conseguir terminar o dia com uma única carga.

A meta de custo do Tensor G6 seria em torno de US$ 65, contra US$ 150 cobrados por chips equivalentes da Qualcomm. Isso exige sacrifícios: o projeto teria uma área reduzida de 105 mm², a GPU utilizada será a mesma planejada para o Tensor G4 (um IMG CXT sem suporte a ray-tracing), o DSP teria um núcleo a menos e a memória cache SLC seria reduzida para 4MB.

A CPU, por sua vez, usaria núcleos Cortex-X930 e Cortex-A730, mas sem grandes avanços de performance bruta esperados. Tudo isso reforça a ideia de um chip centrado em eficiência térmica, economia e estabilidade, não em benchmarks.

Mas por que a Google optaria por isso? Porque a prioridade da empresa é experiência e integração com IA no dispositivo, não apenas números de performance. Em vez de competir com o Snapdragon 8 Gen 4 em testes sintéticos, o Tensor G6 pode ser otimizado para rodar modelos de IA locais com menos energia e calor.

Tensor G6: duas estratégias, um futuro para o Pixel 11

A divergência entre as fontes pode parecer contraditória, mas também pode refletir estágios diferentes de desenvolvimento, abordagens paralelas ou mudanças estratégicas dentro do próprio Google. Uma das hipóteses é que a empresa esteja testando dois caminhos: um chip premium em 2nm e outro mais acessível, focado em eficiência.

Independentemente do processo de fabricação, o Tensor G6 seguirá sendo um chip altamente orientado a machine learning e inteligência artificial embarcada. Essa tem sido a base da linha Tensor desde o início, com foco em processamento de linguagem, fotografia computacional e tradução em tempo real — e não simplesmente performance gráfica ou de jogos.

Dessa forma, a pergunta central passa a ser: o Tensor G6 será um salto em potência ou um ajuste fino em eficiência? A resposta mais provável é que será um pouco dos dois — mas com ênfase clara em entregar uma experiência consistente, estável e inteligente, mesmo que isso signifique abrir mão da liderança nos rankings de benchmarks.

A revelação se aproxima

Com lançamento previsto apenas para 2026, o Google Pixel 11 ainda está longe de ser oficializado, e o Tensor G6 pode sofrer alterações significativas até lá. Contudo, os rumores já demonstram que o Google está diante de uma decisão estratégica importante: seguir a vanguarda tecnológica com 2nm ou consolidar sua base com um chip mais acessível e eficiente.

Enquanto não há confirmação oficial, o debate segue aberto — e a comunidade de tecnologia, atenta. Continue acompanhando o SempreUpdate para novas análises e atualizações sobre os chips Google e o futuro do Pixel.

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