Rhino Linux 2025.3: RPK2, patrocínio UBports e Lomiri no PINE64 – a distro rolling release turbina mobilidade e gestão de pacotes

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

A evolução rolling do Ubuntu que une desktop e mobile com potência, liberdade e comunidade.

O Rhino Linux 2025.3 marca um ponto de virada ousado para uma das distribuições rolling release mais inovadoras do ecossistema baseado em Ubuntu. Nesta nova versão, a equipe do projeto revela o RPK2, uma reescrita poderosa da ferramenta de gerenciamento de pacotes Rhino PKG utilizando Nushell, traz o novo metapacote UBXI KDE Desktop com Plasma 6, e reafirma seu compromisso com a mobilidade ao anunciar o patrocínio da UBports Foundation e a futura adoção do Lomiri como ambiente oficial nos dispositivos PINE64.

Mais do que apenas uma atualização incremental, a versão 2025.3 representa uma fusão entre desktop e mobilidade, impulsionando uma visão unificada de Linux como sistema operacional versátil e adaptável, seja em laptops gamer, computadores de uso diário ou dispositivos ARM. A distribuição, baseada na development branch do Ubuntu e usando um modelo mutable com suporte a Pacstall, continua a desafiar as convenções com sua abordagem centrada no usuário e na customização extrema.

RPK2: o novo coração da gestão de pacotes em Nushell

Rhino PKG reescrito: o que RPK2 traz de novo

O RPK2 é uma reconstrução total do Rhino PKG, agora baseado em Nushell. Essa mudança estratégica permite que os comandos e fluxos do gerenciador sejam mais legíveis, seguros e integrados com o ecossistema shell moderno.

Com RPK2, o gerenciamento de pacotes no Rhino Linux ficou mais flexível e modular. Ele utiliza uma arquitetura de scripts separados por função, cada um contendo ajuda integrada via a flag --help, e oferece comandos como:

  • list-upgrades: para visualizar pacotes com atualizações disponíveis
  • mark e hold/unhold: para fixar ou liberar versões de pacotes
  • KVER e limit_kver: para selecionar versões específicas do kernel em sistemas com suporte a múltiplas arquiteturas

A nova implementação também inclui melhorias de performance ao usar a variável PACSTALL_TMPDIR, permitindo que instalações sejam feitas diretamente na RAM (tmpfs) para agilizar processos e evitar gravação em disco, um recurso útil especialmente para ambientes ARM e SSDs limitados.

Pacstall: aprimoramentos e flexibilidade para o usuário

O Pacstall, que já é o núcleo de gerenciamento da distribuição, continua evoluindo. A versão 2025.3 traz compatibilidade aprimorada com pacscripts reempacotados, suporte a pacotes otimizados como celeste-bin, e melhor integração com o novo RPK2. A ferramenta está cada vez mais robusta para lidar com atualizações contínuas, gerenciamento de dependências alternativas e suporte nativo a binários populares.

A combinação entre Pacstall e RPK2 estabelece um ecossistema de empacotamento moderno, confiável e familiar aos usuários de AUR, porém com a simplicidade herdada do Debian.

Rhino Linux Mobile: a parceria com UBports e a ascensão do Lomiri no PINE64

Patrocínio da UBports Foundation: um marco para o Rhino Linux

O anúncio de que o Rhino Linux está agora patrocinado pela UBports Foundation representa um momento decisivo para o projeto. A UBports, mantenedora do Ubuntu Touch e do ambiente Lomiri, vê no Rhino uma plataforma estratégica para estender sua presença ao universo rolling release, especialmente com suporte robusto para arquiteturas ARM.

O patrocínio traz não apenas reconhecimento, mas também recursos, colaboração de engenharia e alinhamento com os esforços de tornar o Linux mobile mais acessível e integrado ao mundo desktop.

Lomiri: o futuro desktop oficial para dispositivos PINE64

A principal consequência do patrocínio é a adoção planejada do Lomiri como o ambiente desktop oficial do Rhino Linux Mobile, especialmente nos dispositivos PINE64. Isso posiciona o Rhino como uma alternativa rolling ao Ubuntu Touch, mantendo a compatibilidade com os drivers e kernel ARM, mas com a agilidade de um ecossistema em constante atualização.

Lomiri, conhecido por sua interface adaptativa e performance leve, será integrado aos builds arm64 do Rhino Linux, inicialmente para dispositivos como o PinePhone e o PineTab2, com imagens já em estágio experimental.

Rhino Linux vs. Ubuntu Touch: duas abordagens para o Linux mobile

Enquanto o Ubuntu Touch segue um modelo read-only com atualizações OTA, o Rhino Linux Mobile propõe uma abordagem mutable, mais próxima da experiência desktop tradicional. Isso significa que o usuário pode:

  • Instalar qualquer pacote compatível via Pacstall
  • Receber atualizações contínuas do repositório Ubuntu development
  • Customizar o sistema como em um desktop tradicional, inclusive com uso de CLI completo

Essa proposta deve atrair usuários avançados, desenvolvedores e testadores que buscam mais controle e experimentação em seus dispositivos móveis.

Experiência de desktop e hardware: UBXI KDE e kernels atualizados

UBXI KDE Desktop: mais opções com Plasma 6

A versão 2025.3 também introduz o metapacote UBXI KDE Desktop, uma versão pré-configurada com KDE Plasma 6, pensada especialmente para usuários que preferem uma interface moderna, poderosa e altamente customizável. Essa versão se junta ao Unicorn Desktop (baseado em Xfce) e ao Unicorn Mobile, permitindo mais liberdade de escolha.

Plasma 6 vem com suporte nativo a Wayland, refinamentos visuais, e integração com sistemas híbridos (GPU dedicada e integrada), o que o torna ideal para gamers e criadores de conteúdo.

Kernels atualizados para diferentes plataformas

O Rhino Linux 2025.3 atualiza seus kernels para diferentes arquiteturas:

  • Kernel 6.15.4-generic: para uso geral em desktops e laptops x86_64
  • Kernel 6.9.0-okpine: otimizado para o PINE64, com suporte a interfaces móveis e melhorias de gerenciamento de energia
  • Kernel 6.14.0-raspi: dedicado ao Raspberry Pi, com suporte estendido a periféricos e overclock

Essa variedade garante que a distribuição se mantenha relevante tanto no desktop quanto em plataformas ARM.

Firefox-bin e rclone-browser: softwares essenciais embarcados

Entre os destaques da seleção de pacotes embarcados, estão:

  • firefox-bin: versão binária empacotada diretamente pela Mozilla, garantindo atualizações rápidas, estabilidade e compatibilidade com extensões
  • rclone-browser: interface gráfica para o poderoso rclone, permitindo sincronizar arquivos com serviços de nuvem como Google Drive, Dropbox, Mega e outros, essencial para quem trabalha com múltiplos dispositivos

A inclusão desses softwares pré-configurados demonstra o foco do Rhino Linux na produtividade imediata e na experiência out of the box.

Chamada por contribuidores: junte-se ao rebanho para sustentar o Rhino Linux

A necessidade de mais talentos e o desafio do tempo escasso

A equipe do Rhino Linux reforça que o desenvolvimento é mantido por um número reduzido de colaboradores e que o ritmo de inovação atual só poderá ser mantido com o engajamento de mais pessoas. O chamado por contribuidores é claro: o projeto precisa de ajuda para garantir estabilidade, cobertura de testes, manutenção de pacscripts e documentação.

Como contribuir: diversas formas de impulsionar o projeto

Há várias formas de colaborar:

  • Testando as novas arm64 images com Lomiri
  • Escrevendo ou mantendo pacscripts para o Pacstall
  • Melhorando a documentação dos metapacotes UBXI
  • Ajudando com traduções
  • Desenvolvendo ferramentas complementares ao RPK2
  • Participando dos canais de discussão no Discord oficial do projeto

A comunidade do Rhino Linux é conhecida por ser acolhedora, técnica e aberta à experimentação — uma excelente porta de entrada para desenvolvedores Linux.

Conclusão: Rhino Linux 2025.3 – inovação, mobilidade e comunidade no centro da experiência Linux

O Rhino Linux 2025.3 consolida a distribuição como uma das mais empolgantes e disruptivas do universo Ubuntu. Com o RPK2, a experiência de gerenciamento de pacotes ganha modernidade e desempenho; com o Pacstall, o usuário mantém controle total; e com a integração do Lomiri, o sistema dá passos ousados em direção ao Linux mobile.

O apoio da UBports Foundation não apenas legitima o projeto como iniciativa estratégica, mas também sinaliza um futuro promissor para uma distribuição que une o melhor do desktop com a liberdade do rolling release e a inovação do mobile.

O Rhino Linux continua rugindo alto — agora também no seu bolso.

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