Nothing Phone (3) é um erro? Preço e specs decepcionam

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

A recepção do mercado ao novo topo de gama da Nothing não foi a esperada. Entenda as principais críticas da comunidade.

A Nothing construiu sua reputação em cima de design arrojado, marketing ousado e uma narrativa diferenciada dentro do concorrido mercado de smartphones. Com Carl Pei à frente, a startup britânica conquistou espaço com os modelos Phone (1) e Phone (2), que cativaram entusiastas por entregarem inovação visual e uma boa relação custo-benefício. Porém, o lançamento do Nothing Phone (3) acendeu um sinal de alerta: a comunidade tecnológica não parece estar convencida de que a empresa acertou desta vez.

Uma enquete de mercado recente (realizada por sites como GSMArena e fóruns especializados) revela que a recepção ao novo modelo foi majoritariamente negativa. As principais críticas giram em torno de um preço elevado, especificações aquém das expectativas e um design que perdeu seu apelo inovador. Neste artigo, analisamos esses pontos em profundidade, contextualizando o lançamento no cenário atual e avaliando os riscos que ele representa para a marca.

Nothing Phone (3)
Imagens: Android Headline

Preço vs. especificações: a conta que não fecha para o consumidor

Um dos dados mais impactantes da pesquisa de opinião é a percepção quase unânime de que o Nothing Phone (3) não justifica seu preço. Lançado a cerca de 800 dólares/euros, o modelo mira o segmento premium, mas entrega um conjunto de especificações mais alinhado com intermediários avançados.

O Snapdragon 8s Gen 4: bom, mas não para este preço

O Snapdragon 8s Gen 4 é o processador escolhido pela Nothing para equipar o Phone (3). Trata-se de um chip moderno, construído em 4nm, com bom desempenho para multitarefa e jogos. No entanto, ele não é o mais potente da linha Snapdragon — esse título fica com o Snapdragon 8 Gen 4 padrão, presente em concorrentes diretos como o Xiaomi 14 ou Galaxy S24.

A diferença de performance entre os dois não é apenas teórica: benchmarks mostram uma lacuna real em CPU, GPU e eficiência energética. Para muitos consumidores, isso gera um desequilíbrio evidente entre o que se paga e o que se recebe, especialmente em um mercado onde concorrentes já oferecem o chip mais avançado na mesma faixa de preço.

Tela e bateria: cortes que a comunidade não perdoou

Outro ponto crítico destacado pelos participantes da enquete foi a tela do Nothing Phone (3). Apesar de ser OLED, ela não é LTPO, tecnologia presente em aparelhos de ponta que permite taxa de atualização variável, ajudando tanto na fluidez quanto na economia de bateria. Em um aparelho premium, essa ausência é sentida.

No quesito bateria, a capacidade de 5.150 mAh parece promissora à primeira vista, mas a comunidade questiona o uso da suposta tecnologia Si/C (carboneto de silício), destacando que os benefícios reais ainda são incertos. Além disso, considerando o consumo do chip e da tela, muitos usuários esperavam uma autonomia superior.

O design que divide: quando a inovação se torna um erro?

A linguagem visual da Nothing sempre foi um diferencial. O uso de transparência, LEDs decorativos e um estilo minimalista conquistaram uma base fiel de fãs. No entanto, o visual do Phone (3) parece não ter agradado a todos — e isso ficou claro nas respostas da pesquisa.

Há quem veja o design como mais do mesmo, com poucas mudanças em relação aos modelos anteriores. Outros apontam que o novo layout dos LEDs perdeu o charme funcional das gerações passadas, soando forçado ou até desequilibrado visualmente. Em um mercado saturado, onde a diferenciação estética é vital, uma decisão mal calibrada nesse aspecto pode alienar tanto antigos fãs quanto novos consumidores.

Para uma empresa que se vende, acima de tudo, como inovadora, essa reação negativa é especialmente perigosa. O design sempre foi um dos pilares da marca — se ele não encanta, o que resta?

Um mercado impiedoso: o desafio na Europa e Ásia

Enquanto nos EUA a marca ainda constrói sua base de usuários, na Europa e na Ásia, o jogo é muito mais competitivo. Marcas como Xiaomi, Samsung, Realme e Vivo oferecem pacotes com melhor custo-benefício, muitas vezes com especificações mais robustas e preços mais agressivos.

Nesses mercados, o Nothing Phone (3) se vê obrigado a disputar espaço com modelos mais maduros e consolidados. Além disso, é importante lembrar que o preço de lançamento tende a cair rapidamente — tanto o do Nothing quanto o de seus concorrentes. Isso gera um ciclo constante de comparação, onde o valor percebido pesa mais que o hype.

O posicionamento de preço, neste cenário, pode ser um tiro no pé. Um valor inicial tão alto dificulta a penetração em mercados sensíveis a preço e reduz o apelo entre os consumidores racionais, que buscam o melhor retorno para o investimento.

Conclusão: um balde de água fria para a Nothing?

A recepção negativa ao Nothing Phone (3) escancara uma mudança no comportamento do público: o entusiasmo não basta mais. A comunidade está mais exigente, comparando cada detalhe técnico, cada centavo investido e cada funcionalidade oferecida.

A pesquisa deixa claro que um preço ambicioso, especificações medianas e um design controverso são uma combinação perigosa. Para Carl Pei e sua equipe, o alerta está dado: a força da marca precisa ser acompanhada por entregas concretas de valor.

E você, o que achou do Nothing Phone (3)? A comunidade está sendo muito dura ou as críticas são justificadas? Deixe sua opinião nos comentários e participe da discussão!

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