A realidade virtual (VR) tem evoluído a passos largos, mas dois desafios persistem como barreiras para a adoção em massa: o peso excessivo dos headsets e o campo de visão limitado, que faz com que muitos usuários sintam que estão olhando por uma máscara de mergulho. Esses fatores comprometem a sensação de presença, prejudicando a imersão e o conforto, especialmente em sessões prolongadas.
Mas uma nova revelação da Reality Labs, divisão de pesquisa da Meta, pode estar prestes a virar esse jogo. A empresa apresentou um protótipo Meta Quest que é menor, mais leve e, mais impressionante ainda, oferece um campo de visão (FOV) de 180 graus — um salto tecnológico que redefine o que entendemos por imersão digital. Neste artigo, vamos analisar por que esse avanço pode ser um divisor de águas, o que ele revela sobre o futuro do Meta Quest 4 e como ele posiciona a Meta na corrida da próxima geração de headsets VR.

O que a Meta revelou exatamente?
Durante uma apresentação recente conduzida pela Reality Labs, a Meta exibiu um novo protótipo de headset VR que pode representar a próxima grande etapa no seu ecossistema. Este protótipo Meta Quest apresenta um design surpreendentemente compacto, mais próximo de um par de óculos esportivos do que dos headsets robustos que conhecemos hoje.
O destaque absoluto, no entanto, é o campo de visão de 180°, que marca um avanço significativo em relação ao atual Meta Quest 3, cujo FOV horizontal gira em torno de 104 graus. Para efeito de comparação, a visão periférica humana se estende até cerca de 200 a 220 graus, o que significa que o novo protótipo da Meta se aproxima consideravelmente desse limite natural.
Esse salto em campo de visão não é apenas estatístico — ele representa uma transformação completa na forma como o usuário experimenta ambientes virtuais.
Por que 180 graus de FOV é uma revolução para a VR?
O que é campo de visão (FOV) e por que ele importa tanto?
Campo de visão, ou FOV (Field of View), é o termo técnico que define a extensão do ambiente digital visível através do visor de um headset. Imagine estar com uma máscara de mergulho: seu campo visual está restrito a uma janela estreita, o que limita a imersão. Esse é o cenário atual da maioria dos headsets VR.
Com um FOV maior, o usuário enxerga mais das laterais, ganhando visão periférica. Isso significa que mais elementos do ambiente virtual entram no campo de visão, aproximando-se do que o olho humano naturalmente capta.
O impacto na imersão e no conforto do usuário
Um campo de visão expandido transforma completamente a experiência. Com 180°, o usuário deixa de sentir que está olhando para o mundo digital por um tubo — e passa a estar inserido nele. A presença se torna mais natural, os reflexos ganham fluidez, e o cérebro recebe estímulos visuais mais consistentes com a realidade.
Além disso, há uma possível redução do enjoo de movimento (motion sickness), um dos problemas mais comuns em VR. Isso acontece porque o cérebro passa a receber sinais visuais periféricos que se alinham melhor com os movimentos reais do corpo, minimizando o conflito sensorial que causa náuseas.
O desafio do design: como a Meta tornou isso possível?
Atingir um FOV tão amplo sem sacrificar o tamanho e o peso do headset é uma façanha de engenharia notável. Até hoje, dispositivos com FOV semelhante, como os da Pimax, são conhecidos por seu formato volumoso e desconfortável, o que os torna pouco viáveis para o consumidor médio.
O segredo pode estar em tecnologias ópticas emergentes. A Meta pode estar utilizando lentes pancake de última geração, que permitem reduzir drasticamente o espaço entre os olhos e o display, mantendo a qualidade da imagem.
Outro ponto provável é o uso de materiais mais leves e de arquitetura interna otimizada, com componentes compactos que facilitam o equilíbrio e reduzem a pressão sobre o rosto. Também é possível que a empresa tenha desenvolvido um novo sistema de projeção ou painéis micro-OLED que exigem menos espaço, entregando alta resolução com eficiência energética.
O que isso significa para o futuro Meta Quest 4?
É altamente provável que este protótipo Meta Quest seja uma prévia do que está por vir no Meta Quest 4. Ainda que não haja confirmação oficial, o fato de a empresa apresentar um dispositivo tão avançado indica que o próximo headset da linha principal já está em desenvolvimento com foco em leveza e imersão profunda.
A Meta está claramente se posicionando para manter a liderança frente ao Apple Vision Pro, que aposta em alta resolução e integração AR/VR, mas tem um preço elevado. Ao priorizar um campo de visão expandido e conforto sem comprometer o custo, a Meta pode oferecer uma alternativa mais acessível, porém com experiência premium.
Vale mencionar ainda o projeto Orion, os óculos de realidade aumentada que a Meta desenvolve em paralelo. Essa divisão de hardware sugere uma estratégia unificada, onde VR e AR se complementam para formar o verdadeiro metaverso imaginado por Mark Zuckerberg.
Conclusão: um salto gigante para a realidade virtual
O anúncio do protótipo Meta Quest com campo de visão de 180° não é apenas um avanço incremental — é um salto quântico em direção ao futuro da realidade virtual. Ao combinar um design leve e compacto com um nível de imersão visual sem precedentes, a Meta oferece a prévia mais convincente até hoje do que será a próxima geração de headsets.
Se essas tecnologias se confirmarem no Meta Quest 4, estaremos diante de um marco que pode democratizar a VR e acelerar sua adoção global. Afinal, a imersão plena deixa de ser uma promessa futurista e começa a se materializar agora.
Este protótipo da Meta parece o futuro da VR que você esperava? Deixe sua opinião nos comentários: o que mais você espera do Meta Quest 4?