Relatórios recentes apontam sérios problemas no Google TV, plataforma que nasceu com a ambição de dominar a experiência de entretenimento nas televisões conectadas. De acordo com informações publicadas por veículos internacionais como The Verge, a empresa estaria enfrentando uma crise em três frentes: baixa monetização por anúncios, forte concorrência de sistemas rivais e, de forma surpreendente, canibalização interna provocada pelo sucesso do próprio YouTube.
Neste artigo, você vai entender a fundo os problemas do Google TV, por que eles preocupam o mercado e como podem impactar diretamente os usuários brasileiros. Além disso, analisamos o histórico da empresa com projetos descontinuados, o que levanta um questionamento inevitável: o Google TV está com os dias contados?

O alerta acendeu em Mountain View: A crise dos anúncios
O modelo de negócio do Google TV foi estruturado com base na premissa de que a plataforma geraria receita por meio de anúncios exibidos diretamente na interface das smart TVs. No entanto, essa expectativa não se concretizou. A adesão de anunciantes é considerada baixa e insuficiente para manter a sustentabilidade do projeto.
Diante do desempenho fraco, o Google adotou uma medida drástica: abriu mão do controle total dos espaços publicitários, permitindo que fabricantes de TVs e parceiros operem os próprios anúncios, em troca de comissões reduzidas. Essa decisão, que reflete um certo desespero, coloca a empresa em desvantagem frente a plataformas como o Roku, que mantém o controle total sobre seu inventário de mídia e, consequentemente, sobre sua lucratividade.
A perda de controle sobre os anúncios enfraquece a proposta central do Google TV como um negócio viável dentro do ecossistema da empresa. E isso, inevitavelmente, gera instabilidade para o futuro da plataforma.
Uma batalha de gigantes na sala de estar
No cenário global de sistemas operacionais para TVs inteligentes, o Google TV está longe de ser líder. Segundo dados do mercado, os grandes players continuam sendo o Tizen, da Samsung, e o WebOS, da LG, que dominam a maioria dos televisores vendidos mundialmente.
Nos Estados Unidos, o ambiente competitivo é ainda mais feroz. Plataformas como o já citado Roku e o Fire OS, da Amazon, estão crescendo de forma agressiva. Este último, inclusive, está ganhando espaço em marcas que antes adotavam o Google TV como padrão, como a Hisense, que recentemente migrou parte de sua linha para o sistema da Amazon.
Essa perda de participação de mercado enfraquece a posição do Google no setor de televisores, principalmente em um momento em que a convergência entre conteúdos, interfaces e publicidade é estratégica para empresas de tecnologia.
Canibalismo interno: O YouTube é o maior inimigo do Google TV?
Talvez o aspecto mais irônico — e preocupante — da crise do Google TV seja o impacto do próprio YouTube, o produto de maior sucesso do Google nas smart TVs.
Com uma presença massiva em praticamente todas as plataformas de televisão, o YouTube é uma máquina de gerar receita publicitária. Não por acaso, as equipes de vendas do Google priorizam a monetização do YouTube em detrimento do Google TV. Isso significa que, na hora de vender publicidade para televisores, o foco está no YouTube — e não na interface ou recursos nativos do Google TV.
Essa preferência se traduz em cortes de orçamento, perda de foco e até demissões nas equipes responsáveis pela plataforma de TV. Ou seja, o Google TV está sendo prejudicado por um concorrente interno, um fenômeno conhecido no mundo corporativo como canibalização de produto.
O que isso significa para você, usuário do Google TV no Brasil?
Diante desse cenário, muitos consumidores brasileiros se perguntam: “Minha TV com Google TV está em risco?”
A resposta direta é: não há risco imediato, mas a incerteza existe. O Google ainda mantém suporte e atualizações para o sistema, mas os sinais de instabilidade são claros. A falta de investimento futuro pode afetar o lançamento de novos recursos, a continuidade das atualizações de segurança e, eventualmente, o suporte de longo prazo.
Para quem já tem uma TV com Google TV, a recomendação é acompanhar as movimentações da empresa com atenção. Para quem está pensando em comprar uma nova televisão, vale considerar se o sistema ainda oferece segurança e longevidade, especialmente diante de opções mais consolidadas no mercado, como o Tizen e o WebOS.
Conclusão: Mais um para o cemitério do Google?
A situação do Google TV é complexa. De um lado, há um sistema com bom desempenho técnico, suporte a aplicativos e integração profunda com os serviços do Google. De outro, há um modelo de negócios frágil, concorrência agressiva e falta de apoio interno, especialmente diante do protagonismo do YouTube.
Esses fatores levantam uma dúvida legítima: o Google TV pode ser o próximo produto a ser descontinuado pela empresa? O histórico do Google nesse sentido não inspira confiança. A lista de projetos abandonados — popularmente conhecida como “Killed by Google” — inclui dezenas de iniciativas com grande potencial que foram encerradas abruptamente.
E você, o que acha? Tem uma TV com Google TV? Está preocupado com o futuro da plataforma? Compartilhe sua opinião conosco nos comentários e participe da discussão.