Kernel Linux 6.17 melhora o suporte para laptops HP Victus e traz correções para plataformas AMD e Intel

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

HP Victus com fan control e perfis térmicos!

Boas notícias para quem usa notebook gamer da HP: Linux 6.17 chega com uma melhoria concreta no dia a dia — controle de ventoinhas e perfis térmicos finalmente reconhecidos nos HP Victus 16-r1. Em termos práticos, isso significa menos barulho sob carga, temperaturas mais estáveis durante longas sessões e a possibilidade de escolher um perfil que priorize silêncio, desempenho ou equilíbrio. É o tipo de ajuste fino que transforma um “funciona” em “funciona do jeito certo”.

Suporte aprimorado para laptops HP Victus

O subsistema platform drivers (platform-drivers-x86) recebeu uma inclusão simples, mas decisiva: os modelos HP Victus 16-r1 passam a ser marcados para o conjunto “victus_s”, habilitando o controle de ventoinha e os perfis térmicos via hp-wmi. Se você já suou frio vendo as rotações oscilarem ou a máquina manter clocks abaixo do esperado para segurar a temperatura, esse ajuste ajuda a devolver previsibilidade — e, por que não, alguns FPS extras em cenários térmicos mais controlados.

Crédito do patch: Edip Hazuri, dentro do lote de correções coordenado por Ilpo Järvinen.

Outras correções para plataformas AMD, Dell e Intel

Esta leva também lapida pontos de estabilidade e compatibilidade em máquinas AMD, Dell e Intel — nada vistoso como um grande recurso, mas exatamente o tipo de polimento que evita travas misteriosas e dores de cabeça após atualizações.

  • AMD HSMP (gerenciamento de soquete e telemetria): correções para garantir endereços válidos de tabela de métricas e prosseguir com o registro do driver mesmo se o módulo de monitoramento (hwmon) falhar. Resultado? Telemetria e controles mais resilientes, reduzindo riscos de regressões após mudanças de firmware ou kernel.
    Contribuições: Suma Hegde.
  • AMD PMC (gerenciamento de energia): remoção do “match” rígido de firmware SMU para AMD Cezanne (Ryzen 5000). Na prática, menos sensibilidade a variações de BIOS/UEFI e um caminho mais confiável para suspensão, reativação e estados de baixa energia — especialmente em notebooks que vivem entre tomada e bateria.
    Contribuição: Mario Limonciello. AMD Cezanne destacado.
  • Dell SMBIOS WMI: separação do campo “priority” do ID de dispositivo WMI e interrupção de alterações indevidas nesse identificador. O efeito colateral positivo é estabilidade em hotkeys, ajustes de BIOS expostos ao sistema e integrações que dependem do WMI — um daqueles patches “não devia ser necessário, mas salva seu workflow”.
    Contribuição: Armin Wolf. Dell destacado.
  • Intel uncore frequency (ELC): verificação explícita de bloqueio de escrita no controle de latência de eficiência antes de aplicar alterações. Isso evita transições de política em estados inadequados e reduz o risco de warnings ou comportamento errático em plataformas híbridas recentes.
    Contribuição: Srinivas Pandruvada. Intel destacado.

Resumo em tópicos (para guardar ou mandar no grupo)

  • HP Victus 16-r1xxx: suporte a controle de fan e perfis térmicos via hp-wmi.
  • AMD HSMP: robustez maior em telemetria e registro do driver mesmo com falhas no hwmon.
  • AMD PMC (Cezanne): menos acoplamento a firmware SMU → compatibilidade e estabilidade melhores.
  • Dell SMBIOS WMI: correção de prioridade e ID WMI → menos conflitos e hotkeys/BIOS mais previsíveis.
  • Intel uncore freq (ELC): checagem de bloqueio antes de escrever → políticas mais seguras.

Por trás do bastidor: onde isso entra no ciclo do kernel

Tudo isso chega como um “pull request de correções” do subsistema platform drivers para o ciclo do Linux 6.17, enviado por Ilpo Järvinen a Linus Torvalds. Ou seja, não é um pacote experimental jogado no começo do desenvolvimento — é o polimento típico da fase de estabilização, com foco em consertar arestas que afetam usuários reais, em máquinas reais. Os créditos estão bem distribuídos: Edip Hazuri (HP), Mario Limonciello (AMD), Suma Hegde (AMD HSMP), Armin Wolf (Dell) e Srinivas Pandruvada (Intel) assinam os patches que você sente na prática.

E para você, vale atualizar?

Se você usa um HP Victus (série 16-r1), a resposta tende a ser um “sim” sem asteriscos. Para quem roda Ryzen 5000 (Cezanne), notebooks Dell com integrações WMI e plataformas Intel recentes, as melhorias em Linux 6.17 hardware support são incrementais, porém valiosas — menos chance de surpresas após uma troca de kernel e mais consistência no consumo, ruído e controles de sistema. Dica prática: distribuições de ponta (Arch, Fedora Rawhide, openSUSE Tumbleweed) normalmente entregam esses ajustes rapidamente; nas demais, o update chega junto do kernel 6.17 estável.

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