Segurança reforçada para a plataforma Versal: conheça o novo driver de números aleatórios para Linux

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

Aleatoriedade de hardware no Versal torna o Linux mais seguro!

O Kernel Linux está recebendo um novo driver para habilitar o gerador de números aleatórios de hardware (TRNG) encontrado nos poderosos SoCs Xilinx Versal (agora AMD). A novidade foi enviada por engenheiros da AMD e já está a caminho do ciclo do Linux 6.18, trazendo uma fonte de entropia de alta qualidade para sistemas que dependem de sigilo e integridade — de servidores de borda a equipamentos de telecom.

O que é um TRNG e por que ele é importante para a segurança?

Pense na aleatoriedade como os “dados” que os computadores jogam para criar criptografia: senhas fortes, chaves TLS, tokens de sessão. Em muitos PCs, esses dados vêm de fontes de software e eventos do sistema (ruído do disco, jitter do relógio). Funciona — mas não é o ideal. Um TRNG de silício aproveita fenômenos físicos genuinamente imprevisíveis para produzir bits aleatórios de alta entropia, elevando a segurança a outro patamar. No caso do Versal, o bloco de TRNG do chip também alimenta um gerador determinístico em modo CTR_DRBG conforme a família de normas NIST SP 800-90, formando um pipeline de entropia robusto para todo o sistema.

Suporte de hardware para a plataforma Versal no Linux

A família Xilinx Versal é apresentada pela AMD como uma linha de “SoCs adaptáveis” — combina núcleos Arm, lógica programável e aceleradores dedicados — criada para cargas de trabalho exigentes em data centers, redes 5G/telecom, automotivo e defesa. Trazer um TRNG de primeira linha para o kernel significa que produtos baseados em Versal podem atender requisitos modernos de segurança sem gambiarras: as chaves nascem de uma fonte física de alta qualidade, perto de onde serão usadas. Em outras palavras, menos latência, menos exposição e mais conformidade para mercados sensíveis.

O que o novo driver habilita, na prática

Assinado por Harsh Jain e Mounika Botcha (AMD) e integrado por Herbert Xu (mantenedor do subsistema de criptografia), o driver expõe o TRNG do Versal tanto via Crypto API do kernel quanto pelo subsistema HWRNG — ou seja, os bytes aleatórios de hardware tornam-se disponíveis de forma padronizada para todo o sistema operacional e para serviços que alimentam o pool de entropia (como /dev/hwrng e frameworks de chaves). Para o desenvolvedor embarcado, isso se traduz em inicialização confiável de chaves, protocolos mais fortes e bases sólidas para features como secure boot, armazenamento cifrado e VPNs de alto desempenho. É o tipo de peça de infraestrutura que você quase não vê — mas que sustenta tudo que realmente importa.

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