AlmaLinux 10 vai facilitar sua vida: repositório CRB agora vem ativado por padrão para resolver problemas com o EPEL

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

CRB ligado por padrão, EPEL sem dor de cabeça no AlmaLinux 10.

Se você já tentou instalar um software do repositório EPEL no AlmaLinux 10 e se deparou com uma parede de erros de dependência, boas notícias: a distribuição decidiu ativar o repositório CRB (CodeReady Builder) por padrão. A mudança chega via atualização do AlmaLinux 10.0 a partir de 9 de setembro de 2025 — e no AlmaLinux Kitten 10 isso já estava valendo desde 27 de agosto. O objetivo é simples e direto: reduzir a fricção na hora de usar pacotes do EPEL e evitar instalações quebradas.

Adeus aos erros de dependência do EPEL

Por que isso importa? Porque muitos pacotes populares do EPEL dependem de bibliotecas que vivem no CRB. Quando o CRB está desligado, o gerenciador de pacotes não encontra essas peças, e você recebe mensagens desanimadoras como esta (quem nunca?):

Error:
 Problem: package plasma-discover-6.3.6-1.el10_0.aarch64 from epel requires libDiscoverCommon.so()(64bit), but none of the providers can be installed
  - package plasma-discover-6.3.6-1.el10_0.aarch64 from epel requires plasma-discover-libs(aarch-64) = 6.3.6-1.el10_0, but none of the providers can be installed
  - conflicting requests
  - nothing provides libAppStreamQt.so.3()(64bit) needed by plasma-discover-libs-6.3.6-1.el10_0.aarch64 from epel
(try to add '--skip-broken' to skip uninstallable packages or '--nobest' to use not only best candidate packages)

Ativar o CRB por padrão elimina esse tropeço para a maioria dos casos, reduz relatórios de “dependências quebradas” enviados por engano aos mantenedores do EPEL e, de quebra, melhora a experiência de quem só quer instalar um desktop KDE Plasma ou outra aplicação sem virar detetive de bibliotecas. É uma decisão de usabilidade — com aval do comitê de engenharia (ALESCo) — pensada para harmonizar a base do AlmaLinux com o ecossistema EPEL.

O que é o CRB — e por que deixá-lo ligado

O CRB (CodeReady Builder) é um conjunto extra de pacotes — muitos voltados a desenvolvimento — que também contém dependências fundamentais exigidas por softwares distribuídos no EPEL. Não é “mais um repositório qualquer”: é a engrenagem que faz muita coisa girar quando você sai do estritamente “enterprise” e entra no território de apps e ambientes de desktop. Ao ligar o CRB por padrão, o AlmaLinux tira o usuário do papel de resolver quebra-cabeças de dependências e entrega uma base mais “plug-and-play”.

Como funciona e como desabilitar

A atualização que ativa o CRB altera o arquivo almalinux-crb.repo para enabled=1, e será distribuída a todos os sistemas do AlmaLinux 10 como preparação para o 10.1. Preferia o comportamento antigo? Sem drama: você pode desligar o repositório com um único comando dnf:

# Desabilitar o CRB
dnf config-manager --disable crb

Há mais um detalhe que mostra o caráter “pró-usuário” da mudança: no AlmaLinux 10.1 haverá um pacote SELinux específico, o selinux-policy-extra, hospedado no CRB, pensado para garantir que softwares vindos do EPEL funcionem corretamente com políticas de segurança ativas. Com o CRB ligado, quem instalar o epel-release terá esse pacote resolvido automaticamente durante upgrades — menos uma etapa para você se preocupar. (AlmaLinux OS, Neowin)

Na prática, o recado é claro: “quer usar EPEL? O AlmaLinux já preparou o terreno”. Para quem administra servidores ou desktops e quer sair instalando sem sustos, a combinação AlmaLinux CRB EPEL fica finalmente alinhada com a expectativa do mundo real — menos ajuste manual, mais produtividade. (AlmaLinux OS)

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