Fedora lança o “Fedora Forge”, sua nova casa para desenvolvimento baseada em Forgejo

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

A nova casa focada do Fedora para subprojetos e SIGs — baseada em Forgejo, com migração suave a partir do Pagure.

Hoje é dia de soft launch no universo Fedora: o Fedora Project apresentou o Fedora Forge, uma nova plataforma — baseada em Forgejo — criada para ser o lar oficial de subprojetos e SIGs (Special Interest Groups). Em outras palavras: um espaço moderno e focado onde o trabalho “de time” acontece com menos distrações e mais clareza. O anúncio é assinado por Ryan Lerch no blog da comunidade e marca o começo de uma transição planejada, com abertura gradual para mais grupos nas próximas semanas. Leia o anúncio oficial.

Um espaço focado no trabalho oficial

A principal mudança de filosofia é simples e poderosa: diferente do Pagure (pagure.io), que historicamente misturava projetos oficiais e pessoais, o Fedora Forge nasce como um espaço exclusivo para subprojetos e SIGs do Fedora. Essa separação organiza o ecossistema, facilita a governança e ajuda novos colaboradores a entenderem rapidamente onde contribuir para o que é “oficial”. Na fase inicial, a migração contempla times de alta relevância — como Release Engineering (RelEng), o Conselho do Fedora e o FESCo — para validar a plataforma antes de abrir a porteira para o restante dos grupos. Detalhes no post de lançamento.

Se você já navegou pelo organograma do projeto, sabe como isso faz diferença: a clareza entre estruturas (Conselho, FESCo, comitês e SIGs) se reflete diretamente na qualidade do fluxo de trabalho. Veja como o Fedora se organiza.

Migração suave com o “Pagure Migrator”

Transição sem dor de cabeça? É aqui que entra o Pagure Migrator — a ferramenta que o time do Fedora desenvolveu e contribuiu upstream para o Forgejo. Ela automatiza a ida de projetos de forges baseadas em Pagure para o Fedora Forge, levando junto o histórico que importa: pull requests, issue tickets, tópicos, labels e usuários. O objetivo é preservar contexto e continuidade, para que equipes não precisem “recomeçar” debates ou perder rastros de decisões. O anúncio explica a motivação e o escopo e a documentação já traz trilhas práticas de migração — inclusive para casos especiais, como dependências/atribuições de issues e tickets privados. Consulte: Migrating from Pagure, Migrating issue dependencies/assignments e Private tickets.

Na prática, isso significa menos trabalho manual, menos risco de perda de dados e uma passagem mais direta para o novo ambiente colaborativo. E, ao contribuir o Pagure Migrator de volta para o projeto Forgejo, o Fedora reafirma um princípio caro às comunidades: quando você resolve um problema, devolve a solução para fortalecer o ecossistema como um todo.

Próximos passos e como participar

Este é um soft launch: enquanto os primeiros subprojetos e SIGs se estabelecem, mais grupos serão convidados a migrar nas próximas semanas — com documentação viva para apoiar o dia a dia (repositórios, times, permissões, perfis de organizações, etc.). Se você lidera um grupo e quer solicitar um espaço oficial no Fedora Forge, siga o guia “Requesting a New Organization and/or Team”. Passo a passo aqui. Para quem busca tutoriais e rotinas comuns, vale favoritar o hub de docs: Fedora Forge: Your Home for Fedora Collaboration.

E claro: feedback é bem-vindo. As conversas estão acontecendo no tag #git-forge-future no Fedora Discussion — ótimo lugar para acompanhar decisões, dúvidas e atualizações — e no canal #fedora-forgejo:fedoraproject.org no Fedora Chat/Matrix. Veja os tópicos com a tag e, se precisar de um atalho para o canal, este índice de salas ajuda a localizar:

No fim do dia, o recado é claro: o Fedora Forge não é “só mais um forge”; é a peça que faltava para separar o que é oficial do que é pessoal, dar foco ao trabalho dos times e pavimentar uma colaboração mais previsível e sustentável — do jeitinho que comunidades grandes precisam para continuar crescendo.

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