Um novo rumor está agitando o mercado de tecnologia: a Samsung pode voltar a fabricar os chips Snapdragon 8 Gen 5 for Galaxy, processadores personalizados da Qualcomm usados nos smartphones mais poderosos da linha Galaxy.
- Um passado conturbado: A lembrança do Snapdragon 8 Gen 1
- O trunfo tecnológico: O que é o processo de 2nm GAA da Samsung?
- O que mudou para atrair a Qualcomm de volta?
- Entendendo a tecnologia GAA (Gate-All-Around)
- A promessa do 2nm
- Snapdragon for Galaxy: Mais do que um simples overclock
- Galaxy S26 com Exynos e dobráveis com Snapdragon? A possível estratégia da Samsung
- Conclusão: Uma aliança de conveniência ou o futuro da performance?
Se confirmado, o movimento marcaria uma reviravolta histórica — afinal, depois dos problemas enfrentados com o Snapdragon 8 Gen 1, a Qualcomm abandonou a Samsung Foundry em favor da TSMC, buscando melhor eficiência e desempenho.
Este artigo mergulha fundo nessa especulação, explorando o histórico conturbado entre as duas empresas, o que mudou com a nova tecnologia de 2nm GAA da Samsung, e o que essa parceria pode significar para o futuro dos Galaxy S26 e dos dobráveis da marca em 2026.
Depois de anos confiando na TSMC, a possível volta da Qualcomm à Samsung Foundry representaria não apenas uma jogada estratégica, mas também uma demonstração de confiança na capacidade técnica da Samsung — e talvez um novo capítulo na disputa entre as gigantes asiáticas pela liderança em semicondutores móveis.

Um passado conturbado: A lembrança do Snapdragon 8 Gen 1
Para entender o impacto desse rumor, é preciso voltar a 2021. Naquele ano, a Qualcomm lançou o Snapdragon 8 Gen 1, seu primeiro chip topo de linha da nova geração “Gen”. O processador foi fabricado pela Samsung Foundry em seu processo de 4nm (LPE) — e rapidamente ganhou uma reputação problemática.
Os testes mostraram que o Snapdragon 8 Gen 1 sofria com superaquecimento e alta dissipação de energia, o que resultava em queda de desempenho sustentado e autonomia reduzida. Fabricantes de smartphones e usuários notaram o problema: sob carga pesada, o chip diminuía a velocidade para evitar danos térmicos.
A resposta da Qualcomm foi lançar o Snapdragon 8+ Gen 1 em tempo recorde, apenas alguns meses depois, migrando sua produção para a TSMC e mantendo a mesma arquitetura. O resultado foi notável: o novo modelo oferecia melhor eficiência energética e temperaturas mais estáveis, o que evidenciou as deficiências da Samsung Foundry naquele momento.
A mudança foi interpretada como uma perda de confiança pública da Qualcomm na capacidade da Samsung de competir em nós avançados — um golpe na imagem da divisão de semicondutores da gigante sul-coreana.
O trunfo tecnológico: O que é o processo de 2nm GAA da Samsung?
Com o passar dos anos, a Samsung trabalhou silenciosamente para reverter essa percepção negativa. O grande trunfo para tentar reconquistar a Qualcomm está na sua nova geração de processos: o 2nm GAA (Gate-All-Around), prevista para produção em larga escala em 2025.
O que mudou para atrair a Qualcomm de volta?
Nos processos tradicionais baseados em FinFET, como o usado pela TSMC em seus nós de 3nm, os transistores já haviam chegado aos limites físicos de miniaturização e eficiência. O GAA surge como a próxima grande evolução na arquitetura de transistores — um salto comparável à transição do planar para o FinFET.
A Samsung promete que seu nó SF2 (Samsung Foundry 2nm) entregará até 12% mais desempenho, 25% menos consumo de energia e 5% de área reduzida em relação ao processo de 3nm atual. Mas o diferencial real está na tecnologia MBCFET (Multi-Bridge Channel FET), a implementação exclusiva da Samsung para o conceito GAA.
Entendendo a tecnologia GAA (Gate-All-Around)
Na arquitetura GAA, o canal por onde os elétrons passam é completamente envolvido pelo gate — em todos os lados. Isso proporciona um controle elétrico muito mais preciso, reduzindo vazamentos e permitindo operações em tensões mais baixas.
De forma simples, é como se a corrente elétrica fosse “abraçada” pelo gate, eliminando desperdícios e tornando cada transistor mais eficiente.
Essa melhoria estrutural se traduz em chips mais potentes e frios, exatamente o que a Qualcomm precisa para continuar liderando o mercado mobile premium e competir com os Apple Silicon da série A e M.
A promessa do 2nm
A decisão de produzir o Snapdragon 8 Gen 5 for Galaxy nesse processo seria mais do que uma escolha técnica: seria um voto de confiança da Qualcomm na nova geração da Samsung.
Além disso, pular diretamente para 2nm colocaria o chip à frente dos 3nm da TSMC, que ainda dominarão boa parte dos dispositivos Android e iPhones em 2025.
Se os resultados forem próximos das promessas, o Snapdragon 8 Gen 5 for Galaxy poderia oferecer melhor desempenho por watt da categoria, um fator essencial para a próxima geração de smartphones com recursos de IA on-device e computação neural avançada.
Snapdragon for Galaxy: Mais do que um simples overclock
Desde o Snapdragon 8 Gen 2 for Galaxy, a Qualcomm e a Samsung têm colaborado para oferecer versões customizadas dos chips Snapdragon, geralmente com clocks mais altos e ajustes finos de desempenho.
Contudo, os rumores sobre o Snapdragon 8 Gen 5 for Galaxy indicam que essa colaboração pode ir muito além de simples otimizações.
Se o chip realmente for fabricado pela Samsung em 2nm GAA, ele não seria apenas um overclocked do modelo padrão, mas um SoC estruturalmente distinto, com diferenças fundamentais no design térmico, eficiência e comportamento sob carga.
As vantagens potenciais incluem:
- Maior eficiência energética, permitindo mais tempo de tela e menos aquecimento;
- Melhor desempenho sustentado, ideal para jogos, gravação de vídeo e IA;
- Suporte aprimorado a tarefas de inteligência artificial generativa, com novos núcleos dedicados.
Essa mudança também reforçaria o posicionamento da série Galaxy como o principal showcase do ecossistema Android premium, oferecendo uma vantagem perceptível sobre rivais com o mesmo chip base.
Galaxy S26 com Exynos e dobráveis com Snapdragon? A possível estratégia da Samsung
Um detalhe curioso do rumor é que a Samsung pode dividir suas linhas de produção de forma estratégica. A expectativa é que o Exynos 2600 equipe a série Galaxy S26, enquanto o Snapdragon 8 Gen 5 for Galaxy seria reservado para os dobráveis de 2026, como o Galaxy Z Fold7 e o Galaxy Z Flip7.
Essa abordagem teria várias implicações:
- Diferenciação de produto: os dobráveis poderiam ser posicionados como os dispositivos mais potentes da marca, aproveitando o chip mais avançado e a eficiência do 2nm.
- Gestão de risco de produção: ao diversificar fornecedores (Exynos e Snapdragon), a Samsung reduziria o impacto de possíveis falhas ou atrasos em um único processo de fabricação.
- Comparativo interno: isso permitiria à empresa avaliar o desempenho real entre os chips Exynos 2600 (fabricado em 3nm) e o Snapdragon 8 Gen 5 for Galaxy (em 2nm), dentro do mesmo ecossistema de software e design.
Caso essa estratégia se confirme, 2026 pode marcar o início de uma nova fase de experimentação tecnológica da Samsung, equilibrando orgulho nacional (com o Exynos) e pragmatismo industrial (com o Snapdragon).
Conclusão: Uma aliança de conveniência ou o futuro da performance?
A possível produção do Snapdragon 8 Gen 5 for Galaxy pela Samsung Foundry em 2nm GAA é um rumor com implicações profundas para toda a indústria de chips móveis.
Depois do fiasco do Snapdragon 8 Gen 1, poucos acreditariam que a Qualcomm voltaria a confiar na Samsung tão cedo. No entanto, a maturidade da tecnologia GAA e o salto direto para 2nm podem ter mudado esse cenário.
Se confirmada, essa parceria poderá resultar nos smartphones Galaxy mais potentes e eficientes já lançados, marcando um novo ciclo de colaboração estratégica entre as duas gigantes — uma aliança que combina conveniência, necessidade e ambição.
E você, acredita que a Samsung conseguirá entregar um chip à altura das expectativas? Prefere ver um Galaxy com Exynos ou com um Snapdragon feito pela própria Samsung? Deixe sua opinião nos comentários!