Sua empresa está pronta para a Black Friday? Ataques cibernéticos no Brasil já subiram 21%

Locaweb alerta: ataques cibernéticos sobem 21% e PMEs precisam se blindar na Black Friday!

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

A Black Friday é o dia mais esperado do ano para quem vende online. Tráfego nas alturas, carrinhos cheios, estoque girando. Só que, do outro lado da tela, os cibercriminosos também estão em contagem regressiva. Para eles, a data funciona como uma espécie de “Copa do Mundo” dos ataques digitais.

De acordo com análise da Locaweb, baseada em dados recentes da Check Point Research, as empresas no Brasil já enfrentam em média cerca de 2,6 mil ciberataques por semana, um aumento de 21% em um ano. Em um cenário assim, falar de segurança Black Friday empresas não é um luxo técnico, é questão de sobrevivência do negócio.

Como resume Pedro Braga, diretor da Locaweb e KingHost, se um ataque derruba o site ou sequestra dados na data mais lucrativa do ano, o prejuízo financeiro e de reputação pode ser maior do que todo o faturamento da campanha.

A “Copa do Mundo” dos hackers: ataques sobem e a pressão aumenta

Em períodos “normais”, o ambiente digital brasileiro já é um dos mais atacados do mundo. Na Black Friday, esse volume explode: mais acessos, mais transações, mais dados sensíveis circulando em tempo real. Tudo isso vira combustível para golpes.

Para o lojista, o risco não é só “perder algumas vendas”. Um ataque de ransomware que criptografa o servidor, um vazamento de base de clientes ou a invasão do painel da loja virtual podem:

  • Tirar o site do ar no momento de maior tráfego.
  • Forçar a interrupção de campanhas pagas.
  • Gerar pedidos que nunca serão processados corretamente.
  • Afetar a confiança do cliente por meses ou anos.

Em termos simples: se o seu investimento em anúncios, estoque e desconto está no modo turbo, a sua cibersegurança também precisa estar.

Os principais riscos para seu e-commerce

Sob a ótica do lojista, os ataques que mais preocupam são aqueles que param o negócio ou detonam a confiança do cliente.

Fraudes digitais e phishing
Mensagens falsas, sites clonados e links maliciosos tentam enganar consumidores e colaboradores para roubar senhas, dados de cartão ou acesso ao painel da loja. Muitas vezes, o domínio falso parece “quase igual” ao oficial, o que confunde até equipes internas.

Ransomware
É o sequestro de dados corporativos. Os arquivos do servidor ou da aplicação são criptografados e o criminoso exige pagamento, geralmente em criptomoeda, para liberar o acesso. Imagine isso acontecendo justamente na virada da meia-noite da Black Friday.

Roubo de credenciais
Senhas fracas, repetidas ou sem autenticação extra abrem a porta para a invasão do painel da loja virtual, do gateway de pagamento, do ERP ou até do painel de hospedagem. Com esse acesso, o atacante pode trocar chaves de PIX, alterar dados de recebimento ou até redirecionar vendas.

Sites sem certificado de segurança (SSL)
Páginas sem Certificado SSL não só afastam consumidores mais atentos como também expõem dados sensíveis a interceptação no caminho entre o navegador e o servidor. Além disso, um site sem o “cadeado” tende a transmitir uma sensação imediata de amadorismo.

Vazamento de dados de clientes
Bases com CPF, chaves PIX, telefone, e-mail e endereço são ouro para cibercriminosos. Mesmo que o ataque não afete diretamente o fluxo de vendas naquele dia, essa base pode ser usada em golpes futuros, inclusive em outros setores, ampliando o dano reputacional da empresa.

Por que as PMEs são o alvo preferido

Se você acredita que “só grande varejista é alvo”, é aí que mora o perigo. PMEs geralmente têm:

  • Menos orçamento dedicado à segurança.
  • Infraestrutura mais simples e pouco monitorada.
  • Equipes pequenas, sobrecarregadas no pico de vendas.
  • Processos frágeis de backup, atualização e controle de acesso.

Para o criminoso, é o cenário perfeito. É mais fácil explorar uma loja virtual de médio porte sem equipe de segurança dedicada do que tentar atacar um grande marketplace cheio de camadas de proteção. O resultado é que pequenas e médias empresas acabam virando o elo mais fraco da corrente.

Em outras palavras, investir em segurança Black Friday empresas é uma forma de não carregar sozinho o papel de “ponto vulnerável” da cadeia.

Kit de sobrevivência: 3 passos práticos para reforçar a segurança

A boa notícia é que grande parte dos danos pode ser evitada com um conjunto simples de medidas. Pedro Braga recomenda um “kit de sobrevivência” que toda empresa deveria adotar antes da Black Friday.

1. Certificado SSL em todos os canais
Garanta que todo o fluxo de navegação e checkout use HTTPS. O Certificado SSL criptografa os dados do cliente, reduz riscos de interceptação e transmite confiança. Sem o cadeado ativo, muitos compradores desistem da compra antes mesmo de colocar o cartão.

2. Autenticação de dois fatores (MFA) em painéis críticos
Ative MFA em tudo que for estratégico: painel da plataforma de e-commerce, painel de hospedagem, ERP, integração com marketplaces e gateway de pagamento. Assim, mesmo que uma senha vaze em um ataque de phishing, o acesso indevido é barrado pela segunda etapa de autenticação.

3. Backups frequentes, testados e fora do servidor principal
Backup não é só apertar um botão. É preciso ter rotinas diárias ou com frequência adequada, armazenar cópias em local separado e testar periodicamente a restauração. Em um cenário de ransomware, o backup confiável é a diferença entre voltar a operar em horas ou ficar refém do criminoso.

Como complemento, vale incluir:

  • Treinamentos rápidos de conscientização sobre phishing para a equipe.
  • Revisão de permissões, deixando o mínimo necessário para cada usuário.
  • Monitoramento básico de acesso e logs para identificar atividades suspeitas.

Pense assim: deixar seu e-commerce sem SSL, sem MFA e sem backup na Black Friday é como abrir a loja física no dia de maior movimento, deixar a porta do cofre aberta e o caixa sem ninguém olhando. Você até pode vender muito, mas o risco de sair no prejuízo é enorme.

Ao tratar a segurança Black Friday empresas como parte central da sua estratégia de vendas, você protege o faturamento de hoje e a confiança do cliente para todas as próximas datas do calendário.

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