A estação de trabalho mais icônica e cara da Apple pode estar com os dias contados, e para profissionais que esperavam uma nova geração, o futuro do Mac Pro parece mais incerto do que nunca. Segundo um novo relatório de Mark Gurman, da Bloomberg, a empresa teria praticamente descartado a linha e cancelado o tão esperado modelo com chip M4 Ultra.
De acordo com Gurman, os planos internos mudaram e a Apple agora vê o Mac Studio como o centro de sua estratégia para computadores de alto desempenho. Neste artigo, analisamos o que essa possível decisão significa, o contexto por trás dela e o impacto direto sobre profissionais que dependem de máxima potência e flexibilidade.
A seguir, examinamos por que esse rumor faz sentido, como ele se conecta à transição para o Apple Silicon e se estamos, de fato, diante do fim de uma era na computação profissional da Apple.
O que diz o novo relatório sobre o futuro do Mac Pro
O relatório surge na newsletter Power On, de Mark Gurman, uma das fontes mais confiáveis quando o assunto é a Apple. Segundo ele, a percepção interna sobre o Mac Pro mudou radicalmente nos últimos meses, indicando uma reorganização profunda na estratégia da empresa para desktops.

M4 Ultra cancelado e o futuro com o M5 Ultra
De acordo com Gurman, o desenvolvimento do M4 Ultra foi cancelado, e com isso o Mac Pro M4 Ultra também deixou de existir antes mesmo de ser anunciado. A mudança, segundo o analista, não é temporária, mas estratégica.
Gurman afirma ainda que o próximo chip topo de linha, o M5 Ultra, está sendo projetado exclusivamente para o Mac Studio, reforçando a ideia de que a Apple não prepara novos ciclos relevantes de atualização para o Mac Pro nem mesmo para 2026, algo inédito desde o renascimento da torre em 2019.
Mac Studio como o ‘presente e o futuro’
A frase decisiva do relatório é clara, segundo Gurman, o Mac Studio “representa tanto o presente quanto o futuro” da estratégia profissional da Apple no segmento de desktops. Isso transforma o Studio de um suposto “irmão menor” para o substituto direto e definitivo do Mac Pro.
Com isso, a linha que por décadas simbolizou a computação profissional da Apple pode ter se tornado redundante, especialmente na era do Apple Silicon.
Por que a Apple abandonaria o Mac Pro?
Embora o rumor pareça chocante, ele é coerente com tendências observadas desde o início da transição para o Apple Silicon, especialmente a partir do lançamento do Mac Pro M2 Ultra, em 2023.
A canibalização pelo Mac Studio
O grande problema do Mac Pro atual é sua similaridade com o Mac Studio M2 Ultra, já que ambos usam o mesmo chip, com desempenho praticamente idêntico. Mirando o público profissional, o Mac Pro custa milhares de dólares a mais, oferecendo como principal vantagem seus slots PCIe, embora eles sejam limitados pelas restrições do Apple Silicon, que não permite instalar GPUs dedicadas, por exemplo.
Para a maior parte dos criadores, o Mac Studio entrega 99% da performance por um preço menor e em um formato compacto, silencioso e mais eficiente. Assim, é natural que a Apple tenha percebido que manter os dois produtos lado a lado não fazia sentido comercialmente.
O desafio da modularidade no Apple Silicon
A arquitetura SoC (System-on-a-Chip) é o coração da revolução de desempenho da Apple, integrando CPU, GPU e memória unificada.
Essa abordagem é incompatível com o conceito tradicional do Mac Pro, que dependia de módulos, expansões, trocas de GPU e upgrades de RAM. O Mac Pro de 2023 já era um “Pro” apenas no design de torre, porque, na prática, oferecia pouca modularidade real.
Com a limitação estrutural do Apple Silicon, continuar investindo no Mac Pro significaria gastar em engenharia para um produto de nicho que não pode entregar o que seu público mais avançado exige.
O impacto para os profissionais e o futuro do Mac Pro
Se confirmado, o rumor deixa profissionais de segmentos específicos em situação complexa, especialmente aqueles que dependem de placas PCIe avançadas, como produtores de áudio que usam placas DSP dedicadas ou profissionais de vídeo que utilizam sistemas de captura e aceleração baseados em hardware.
A migração total para o Mac Studio pode obrigar esses usuários a repensar completamente suas estações de trabalho, talvez abandonando o ecossistema Apple para manter workflows que dependem de componentes especializados.
Por outro lado, para a maioria dos criativos, desenvolvedores e produtores de vídeo, o Mac Studio com chips Ultra já oferece desempenho tão elevado que o Mac Pro se tornou um luxo injustificável.
Com a chegada de uma nova geração baseada no M5 Ultra, a tendência é que essa distância de desempenho entre Studio e Pro se torne ainda mais irrelevante, consolidando o fim da torre modular como a conhecemos.
Conclusão: O Mac Studio é o bastante?
O relatório de Mark Gurman traça um cenário forte e direto, a Apple parece ter concluído que, na era Apple Silicon, não vale o esforço manter um produto que já não consegue ser verdadeiramente modular. Com isso, o Mac Pro 2023 pode ter sido o último de sua espécie, encerrando uma linhagem que marcou a história da computação profissional por mais de duas décadas.
Mas a discussão está longe de terminar. A “morte” do Mac Pro seria inevitável após o sucesso do Mac Studio, ou a Apple está abrindo mão do público que mais depende de potência e versatilidade?
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