Ataque de varredura contra portais GlobalProtect

Alerta crítico: varredura massiva aponta possível falha iminente na GlobalProtect.

Escrito por
Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

GlobalProtect varredura ataque, este é o alerta que acendeu o sinal vermelho no setor de segurança após um aumento de 40 vezes na atividade de sondagem contra portais GlobalProtect da Palo Alto Networks. O crescimento abrupto dessa varredura indica um possível movimento preparatório para exploração de vulnerabilidades, o que exige atenção imediata de administradores de rede e profissionais de segurança.

Este artigo analisa o que está acontecendo, por que isso importa e quais medidas devem ser implementadas agora para proteger infraestruturas críticas. A varredura agressiva está longe de ser apenas ruído em logs, ela representa uma tática comum de grupos maliciosos para mapear sistemas, identificar versões vulneráveis e preparar ataques coordenados que podem incluir exploração de falhas de dia zero ou N-day. Como solução de acesso remoto amplamente utilizada, a GlobalProtect VPN é um alvo valioso, por isso compreender a escalada das sondagens se torna fundamental para quem administra firewalls ou gerencia ambientes corporativos.

O pico de 40 vezes: O que a GreyNoise identificou

A empresa de inteligência de tráfego malicioso GreyNoise registrou um salto para mais de 2,3 milhões de sessões de varredura direcionadas ao endpoint de login da GlobalProtect. O aumento repentino veio principalmente de ASNs vinculados à 3xK Tech GmbH, reforçando a suspeita de automação coordenada e possivelmente distribuída. Esse tipo de volume incomum costuma representar uma corrida para identificar serviços expostos antes da divulgação pública de uma vulnerabilidade crítica.

Palo Alto

A conexão perigosa: Varredura como precursor de falhas

A prática de sondar antes de explorar segue um padrão recorrente em campanhas maliciosas, com aproximadamente 80% das grandes explorações sendo precedidas por picos de varredura em endpoints específicos. No caso do ataque GlobalProtect, a intensidade das sondagens sugere que agentes de ameaça estão testando configurações, respostas do servidor e possíveis brechas no fluxo de autenticação. Essa antecipação pode indicar que um bug ainda não divulgado está sendo investigado ou que uma vulnerabilidade já conhecida está perto de ser amplamente explorada.

Por que o URI /global-protect/login.esp é o alvo

O endpoint /global-protect/login.esp é onde ocorre a autenticação inicial de usuários na GlobalProtect VPN. Isso o torna um ponto crítico para possíveis ataques, pois representa tanto um vetor para tentativa de obtenção de credenciais quanto para exploração de falhas no tratamento de sessão, cookies, tokens e fluxos de redirecionamento. Grupos maliciosos tentam identificar como o firewall se comporta diante de solicitações anômalas, repetitivas ou manipuladas. Além disso, variantes de varredura Palo Alto Networks buscam possíveis inconsistências de implementação ou configurações fracas, como ausência de MFA ou políticas permissivas de conexão. Esse comportamento reforça a importância de reduzir a superfície de ataque e monitorar atentamente qualquer anomalia nesse ponto específico do sistema.

Estratégias de mitigação e defesa imediata

Diante de um aumento tão expressivo de sondagens, os administradores de rede precisam adotar uma postura proativa e reforçar controles essenciais para impedir que uma tentativa de varredura evolua para um comprometimento real. As medidas a seguir são obrigatórias para fortalecer o ambiente contra atividades suspeitas e potenciais explorações.

Multi-factor authentication (MFA): A defesa mais simples e vital

A implementação do MFA para todos os usuários da GlobalProtect VPN é uma das defesas mais eficazes. Mesmo que ocorra comprometimento de credenciais ou exploração parcial do fluxo de login, o fator adicional impede acessos não autorizados. MFA deve ser aplicado inclusive em contas administrativas, que muitas vezes acabam sendo alvo prioritário de botnets e scanners automatizados. Adicionalmente, o MFA reduz drasticamente a eficácia de ataques de força bruta, credential stuffing e autenticações indevidas baseadas em tokens roubados.

Bloqueio geográfico e rate limiting

O bloqueio de regiões ou ASNs com alto volume de tráfego malicioso pode reduzir significativamente o impacto de varreduras contínuas. Como a atividade recente envolveu ASNs situados na Alemanha e no Canadá, é recomendável configurar regras específicas para limitar, atrasar ou bloquear tentativas repetitivas provenientes dessas origens. Implementar rate limiting no firewall impede que o endpoint de login seja sobrecarregado com requisições, reduzindo a possibilidade de exploração baseada em exaustão de recursos ou manipulações no fluxo de sessão. Além disso, listas dinâmicas de bloqueio e integração com serviços de reputação de IP ajudam a automatizar a resposta a ameaças emergentes.

Atualização e aplicação imediata de patches

Um dos pilares da defesa eficiente é manter o PAN-OS atualizado. Mesmo antes da divulgação de novas vulnerabilidades, é comum que scans como essa “corrida pela descoberta” antecipem correções que estão prestes a ser lançadas. Administradores devem verificar o ciclo de atualizações e aplicar patches de segurança assim que forem disponibilizados pela Palo Alto Networks. Revisar a configuração do portal GlobalProtect, desabilitar funcionalidades não utilizadas e aplicar hardening adicional também ajuda a reduzir riscos de exploração.

Reforço de logs, monitoramento e alertas

Monitorar eventos relacionados ao ataque GlobalProtect é fundamental. Isso inclui falhas de autenticação, tentativas repetitivas em curto intervalo, acessos a URIs incomuns, mudanças no comportamento do tráfego e picos de conexões provenientes de um mesmo IP. Soluções SIEM integradas ao PAN-OS podem detectar anomalias rapidamente e gerar alertas de risco para análise imediata. Também é essencial que equipes de segurança revisem regras de correlação no SIEM e monitorem indicadores de comportamento suspeito associados a varreduras automatizadas.

Conclusão: Mantenha-se vigilante e atualizado

A escalada do GlobalProtect varredura ataque representa um sinal claro de que os atacantes estão mais ativos e determinados. O risco de exploração está intimamente ligado a essas sondagens iniciais, por isso agir rapidamente é crucial. Profissionais de TI e segurança devem verificar imediatamente o status de segurança de seus portais GlobalProtect, aplicar MFA, revisar logs e considerar bloqueio geográfico quando aplicável. Uma postura proativa baseada em atualização contínua, mitigação inteligente e monitoramento constante é a melhor forma de evitar que uma simples varredura se transforme em comprometimento real. Você utiliza GlobalProtect em seu ambiente corporativo? Verifique agora se suas configurações estão seguras, aplique MFA e reforce sua proteção antes que essas sondagens evoluam para ataques direcionados.

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