O Huawei MatePad Edge com HarmonyOS 5 surge como uma das apostas mais ousadas da Huawei para reposicionar sua linha de tablets premium, aproximando-se do segmento dominado pelo Microsoft Surface e pelos iPads Pro. A marca apresentou o MatePad Edge ao lado dos novos Mate 80, X7 e do dobrável MateBook Fold, reforçando sua estratégia de independência tecnológica impulsionada pelo HarmonyOS 5 (Next). A proposta é clara, oferecer uma experiência de produtividade completa, com suporte a aplicativos de nível desktop e desempenho competitivo alimentado pelo novo Kirin X90/X90A.
O foco deste artigo é analisar por que o Huawei MatePad Edge representa um passo significativo na construção do ecossistema da empresa, como o novo sistema operacional tenta competir em um mercado historicamente limitado para alternativas ao Windows e ao macOS, e o que o dispositivo oferece em termos de hardware real, usabilidade e posicionamento.
Mais do que um tablet premium, o lançamento sinaliza o esforço da Huawei em transformar o HarmonyOS em um sistema com ambições desktop, algo que pode alterar o equilíbrio competitivo no mundo dos sistemas operacionais, especialmente para usuários interessados em opções além do Windows, Linux ou Android.
O MatePad Edge: hardware de ponta e o desafio Surface

O Huawei MatePad Edge estreia com um conjunto de características claramente orientadas para produtividade, mobilidade e trabalho híbrido. A construção combina chassi ultrafino, corpo metálico e uma tela OLED de 14,2 polegadas, um tamanho que abandona a categoria tradicional de tablets e aproxima-se de ultrabooks premium. O painel entrega brilho elevado, contraste profundo e taxa de atualização adaptativa, reforçando sua vocação multitarefa e criativa.
O design inclui uma dobradiça ajustável integrada na capa-teclado oficial, permitindo múltiplos ângulos de uso, sempre com foco em ergonomia. Esse formato coloca o MatePad Edge como uma alternativa direta a modelos como o Surface Pro, porém com uma filosofia própria, centrada na integração profunda entre hardware e sistema operacional.
Performance do Kirin X90 e o resfriamento
A performance é sustentada pelo chipset Kirin X90/X90A, desenvolvido internamente, como parte da estratégia da Huawei de reduzir dependências externas. O componente traz CPU de alta eficiência, GPU otimizada para workflows visuais e um NPU projetado para tarefas de IA local, que se integram ao HarmonyOS 5 (Next). A configuração oferece opções amplas de RAM LPDDR5X e SSD NVMe, garantindo velocidades alinhadas com produtos concorrentes.
Para manter a estabilidade térmica, o tablet utiliza um sistema de resfriamento líquido de última geração, algo pouco comum em dispositivos 2-em-1. Segundo a Huawei, o conjunto permite cargas de trabalho intensas com temperatura controlada e sem throttling perceptível, competindo com chips como o Apple M5 em cenários reais de multitarefa leve e média, especialmente em aplicações otimizadas.
Bateria, conectividade e preço
O MatePad Edge abriga uma bateria generosa de 12.900 mAh, suficiente para uso prolongado em produtividade, videoconferências e criação de conteúdo. O suporte a carregamento rápido de 140 W coloca o modelo entre os mais ágeis da categoria, reduzindo significativamente o tempo total de recarga.
Na conectividade, o foco inclui Wi-Fi 7, portas USB-C de alta velocidade e compatibilidade com acessórios avançados da Huawei, como a nova M-Pencil com latência reduzida. Quanto ao preço, o tablet posiciona-se no segmento premium e competitivo, voltado para quem busca substituir notebooks tradicionais por algo mais flexível e integrado ao ecossistema da marca.
HarmonyOS 5: o futuro desktop da Huawei
O HarmonyOS 5 (Next) representa a maior evolução do sistema desde sua estreia, impulsionando a ideia de uma plataforma verdadeiramente independente do Android. O diferencial está no suporte robusto a aplicativos de nível desktop, facilitando tarefas complexas que antes dependiam de computadores convencionais.
A Huawei aposta em um ecossistema próprio baseado em múltiplos dispositivos, no qual tablets, smartphones, wearables e PCs se comunicam de forma nativa. O MatePad Edge é a peça central dessa proposta, oferecendo janelas flutuantes, modos de trabalho multi-app e integração direta com monitores externos, o que transforma o tablet em uma estação de produtividade completa.
Além disso, o HarmonyOS 5 introduz mecanismos de desempenho baseados em IA, otimização de bateria e melhorias significativas na UX, tornando o conjunto mais consistente e adequado ao uso profissional. Tudo isso reforça o compromisso da Huawei em criar um sistema operacional capaz de rivalizar com os líderes de mercado e, simultaneamente, expandir alternativas para consumidores interessados em plataformas diferentes do Windows e ChromeOS.
O MateBook Fold e as implicações no mercado
Junto ao lançamento do MatePad Edge, a Huawei apresentou o MateBook Fold Extraordinary Master Edition, seu novo notebook dobrável. Apesar de ser um produto complementar, ele evidencia um movimento estratégico mais amplo, uma tentativa de consolidar a marca no segmento premium, combinando inovação industrial, displays avançados e o ecossistema unificado do HarmonyOS.
O dobrável serve como vitrine tecnológica e indica que a Huawei pretende disputar espaço tanto no mundo dos tablets quanto nos ultrabooks de ponta.
Conclusão: uma alternativa poderosa (mas restrita)
O Huawei MatePad Edge reúne um painel OLED expansivo, o novo Kirin X90, bateria robusta e um ecossistema que finalmente assume ambições de desktop. Para profissionais criativos, entusiastas de tecnologia e usuários cansados das opções tradicionais, o tablet se apresenta como um dos lançamentos mais interessantes do ano.
No entanto, a limitação histórica da Huawei em mercados globais ainda pesa, especialmente na disponibilidade de aplicativos e no alcance do HarmonyOS fora da China. Mesmo assim, o avanço tecnológico é evidente e o MatePad Edge prova que a empresa está pronta para entrar de vez no segmento 2-em-1 premium.
E você, arriscaria trocar seu notebook ou tablet tradicional por um dispositivo premium com HarmonyOS 5 (Next)?
