A eleição do líder do Projeto Debian 2019 (DPL) será concluída hoje. Regado a muita turbulência e até um pouco de pânico. As inscrições dos candidatos foram prorrogadas por mais uma semana, como manda as regras em torno de eleição para DPL no Debian. Essa prorrogação ocorreu, porque ninguém quis o posto, nem mesmo o atual líder do projeto.
Mas, o jogo virou nos 45 minutos do segundo tempo. Ao perceberem que o cenário de reeleição estava descartado, o secretaria do Debian, prorrogou por mais uma semana, além do prazo regimentar para as inscrições. E assim, surgiram 5 candidatos, que depois de alguns dias tornaram-se 4, pois 1 deles havia desistido por falta de tempo.
Jonathan Carter, um dos candidatos, fez um publicação hoje em seu Blog. Na publicação, Carter conta o clima tenso experienciado pela Comunidade Debian, e ao mesmo tempo, como foi o processo, as entrevistas, as recomendações e ele ainda encoraja outras pessoas a participarem.
O período de nomeação original foi na semana anterior, sem ninguém se posicionar para a posição e com o nosso líder atual indicando que ele não estaria disponível para servir em outro mandato. Isso resultou em uma reação instintiva e ligeiro pânico, com tópicos surgindo nas listas de discussão Debian refletindo sobre coisas como um Debian sem líder seria, e se talvez precisássemos de mais de uma equipe do que uma única pessoa para liderar o projeto. Houve também alguma discussão sobre o burnout e se é justo colocar tanta pressão em uma única pessoa, e se é possível delegar mais responsabilidades do DPL.
Durante o processo pós inscrição da candidatura, Carter esperava uma situação tensa e difícil, mas tudo ocorreu melhor do que ele imaginava. Ele revela que gosta mesmo de questões técnicas, e que ser o DPL nunca foi o foco do seu trabalho junto a Comunidade. Ele também conta um pouco sobre o tumulto e sobre as indagações que recebeu após a sua candidatura.
Apesar desse tumulto, uma pequena parte persistente continuava fazendo as perguntas “Mas e se?”, E se eu fosse DPL, o que eu faria? O que eu mudaria? O que eu faria como DPL que tornaria o Debian melhor, e melhor como um DPL, do que eu poderia fazer como um desenvolvedor Debian normal? Essas perguntas ajudaram a formar na minha cabeça como seria a minha plataforma, por que eu queria concorrer ao DPL e como o restante da minha campanha seria moldado. Este ano também é único para mim em comparação com anos anteriores em que, na verdade, terei tempo ao longo do próximo ano para me concentrar em atividades semelhantes a DPL. Isso, combinado com os planos que me deram muito entusiasmo, me convenceu de que é hora de avançar e prosseguir com minha auto-indicação.
Ele continua:
No geral, gostei muito do período da campanha. Eu estava me preparando para o pior cenário antes das campanhas começarem, mas o que realmente aconteceu em seguida me surpreendeu.
Por fim, ele encoraja outras pessoas a serem candidatos para a liderança do Debian. Mas com algumas ressalvas. Ele recomenda que analise se terá tempo, saúde e se a empresa que o candidato for trabalhar, vai dar apoio durante o exercício da atividade. Para quem não sabe, o trabalho no Debian é voluntário, então a vida do próximo DPL deve ser equilibrada, para que verdadeiramente possa ser feito uma gestão plena e assim, tomar as melhores decisões em torno do Debian.
No futuro, alguém pode estar lendo isso e ponderar “Devo correr para o DPL?”. Meu conselho seria primeiro descobrir se você está em um momento de sua vida onde você pode realmente fazer isso (você acabou de começar um novo emprego? Seu empregador iria apoiá-lo? Você recentemente se casou, como vai a sua saúde? Você pode gastar muito tempo não remunerado fazendo o trabalho de DPL? etc …)
Por fim, desejamos a todos um boa eleição, e que o melhor seja escolhido para guiar o Projeto Debian.