Em meio a protestos em todo o país contra as novas e futuras leis de cidadania na Índia, o site Firstpost relata que as paralisações da internet (atualmente sendo usadas como uma ferramenta pelo governo para reprimir a agitação em alguns estados) estão custando uma fortuna às empresas em todo o país.
As paralisações da internet na Índia custaram bilhões
De acordo com os cálculos do Firstpost, as operadoras de telefonia móvel perdem em média US$ 1 milhão a cada três horas para cada um dos 22 círculos (regiões) em que operam.
Além disso, foi realizado um estudo em 2018 pelo Conselho Indiano de Pesquisa em Relações Econômicas Internacionais (ICRIER). Ele observou que os desligamentos da internet custaram à economia indiana cerca de US$ 3,04 bilhões entre 2012 e 2017.
A Índia já se acostumou a essa prática míope
A Índia implementou mais de 350 desligamentos da internet em todo o país desde 2014. O mais notável é o apagão em andamento no estado de Jammu e Caxemira. Ele já dura 135 dias (agora está ativo apenas no vale da Caxemira). O desligamento mencionado acima foi implementado depois que o governo central anunciou sua intenção de revogar o status constitucional especial de Jammu e Caxemira, forçando-o a cumprir a legislação nacional.
Entre as mais recentes paralisações estão as impostas no estado de Uttar Pradesh. Foi nele onde os protestos contra as leis de cidadania da Índia se tornaram violentos e serviram de pano de fundo para vários casos de brutalidade policial. Além disso, um apagão foi implementado na cidade de Lucknow, com uma população de aproximadamente três milhões.
O governo da Índia defendeu suas decisões de impor o desligamento da internet dizendo que essas medidas ajudam a evitar ataques terroristas e distúrbios. Na realidade, esses desligamentos realmente não funcionam. É apenas mais uma ação regressiva que coloca as pessoas em perigo e seus entes queridos fora de alcance. Além disso, como vimos, custa dinheiro às empresas e atrapalha a vida cotidiana. É hora de acabar com essa prática míope.
Fonte: The Next Web