Os robôs assassinos podem continuar sendo uma visão distópica do futuro por enquanto, mas outra implantação militar da Inteligência Artificial pode chegar mais cedo ao campo de batalha.
O sistema ficou conhecido como Reconhecimento de Ameaças Ajudado por Sensores Autônomos e Cooperativos Móveis (ATR-MCAS). Ele está sendo desenvolvido pelo Exército dos EUA para transformar a maneira como os militares planejam e conduzem operações.
Inteligência Artificial no campo de batalha
O sistema é composto por uma rede de veículos aéreos e terrestres equipados com sensores que identificam ameaças em potencial e notificam os soldados de forma autônoma. As informações coletadas seriam analisadas por um agente de suporte à decisão habilitado pela Inteligência Artificial (IA) que pode recomendar respostas (como quais ameaças priorizar).
O sistema foi desenvolvido pela Força-Tarefa de Inteligência Artificial do Exército (AITF), que foi ativada no ano passado para melhorar as conexões do Exército com a comunidade mais ampla da IA.
Em um comunicado, o tenente-coronel Chris Lowrance, líder de sistemas autônomos da AITF, explicou:
O ATR-MCAS é diferente dos esforços para sistemas autônomos existentes, porque não se limita a casos de uso específicos.
Ele pode ser usado para realizar missões de reconhecimento em toda a área de operações ou manter uma posição fixa ao executar missões de vigilância de defesa de [uma determinada] área.
Além disso, o sistema poderia ser usado para reconhecimento de rotas, missões de triagem e verificação de alvos de alto valor. O comunicado de imprensa do Exército alega que esse projeto adaptável “aumenta a letalidade e a capacidade de sobrevivência dos soldados”.
Guerras de robôs do futuro
No entanto, o ATR-MCAS permanece um pouco distante da implantação operacional. Atualmente, o Exército ainda está treinando os algoritmos em dados de teste para ajudá-los a melhor identificar e classificar objetos.
Lowrence disse ao site Fedscoop que ele finalmente vê o sistema agindo como um “companheiro de equipe” dos soldados, o que ajuda a reduzir sua “carga cognitiva”.
Sua linguagem evoca o conceito de inteligência aumentada, que pode oferecer uma visão mais centrada no ser humano das implantações de IA. Além disso, pode aliviar um pouco as preocupações de que essa tecnologia possa ser empregada em robôs assassinos. Além do mais, essa perspectiva que está atraindo um crescente número de oponentes.
Por fim, na semana passada, o candidato presidencial democrata Andrew Yang acrescentou seu nome à lista, quando pediu a proibição de armas autônomas letais.
We should lead the world in a global ban on lethal autonomous weapons systems. Only humans should be making life or death decisions. https://t.co/jNxqDDBoNV
— Andrew Yang????? (@AndrewYang) January 31, 2020
Fonte: The Next Web