Como o usuário deve garantir sua segurança com o PIX e as demais transações financeiras

Por
Emanuel Negromonte
Fundador do SempreUPdate. Acredita no poder do trabalho colaborativo, no GNU/Linux, Software livre e código aberto. É possível tornar tudo mais simples quando trabalhamos juntos, e...

O novo meio de pagamento Pix entra em vigor para facilitar as transações bancárias dos cidadãos como também acende a luz de oportunidades aos cibercriminosos. Não que o aplicativo seja inseguro, ao contrário, as instituições financeiras são aquelas que mais investem em segurança da informação, com proteções fortes. Infelizmente, os ataques continuarão a ser voltados ao elo mais fraco, o usuário. Por isso, a conscientização cada vez mais intensa se faz necessária. A seguir, Fernando De Falchi, gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Brasil traz dicas valiosas para aumentar a segurança nas transações com o Pix.

Observamos que a quantidade de aplicativos tende a crescer, com renovação e inovação, criando um espectro maior da superfície de ataque. Entretanto, o cuidado e a atenção deverão se voltar ao usuário, pois o principal vetor de ataque continuará sendo o e-mail, com técnicas de engenharia social e golpes de phishing. Mas, vemos também que o SMS volta com certa força como mais um vetor de ataques.

Um dado relevante no Brasil é o de que, nos últimos seis meses, 90% dos arquivos maliciosos no país foram distribuídos via e-mail, sendo que o arquivo do tipo .doc foi o predominantemente adotado (67,6%) nos ataques.

Fernando De Falchi Check Point
Fernando De Falchi, gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Brasil.

No segmento móvel, os atacantes têm buscado novos vetores de infecção ao mudar e aprimorar suas técnicas para evitar a detecção em locais como as lojas oficiais de aplicativos. Em um ataque inovador, atacantes usaram o sistema de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM) de uma grande corporação internacional para distribuir malware para mais de 75% de seus dispositivos móveis gerenciados.

No mês de outubro, o Hiddad foi o malware móvel classificado em primeiro lugar na lista mensal de Top Malware, seguido por xHelper e Lotoor. O Hiddad é um malware para Android que empacota novamente aplicativos legítimos e os libera para uma loja de terceiros. Sua principal função é exibir anúncios, mas também pode obter acesso aos principais detalhes de segurança incorporados ao sistema operacional.

Já o xHelper é um aplicativo Android malicioso usado para baixar outros aplicativos maliciosos e exibir anúncios. O aplicativo é capaz de se esconder do usuário e se reinstala caso seja desinstalado. Enquanto o Lotoor é uma ferramenta de invasão que explora vulnerabilidades no sistema operacional Android para obter privilégios de root em dispositivos móveis comprometidos.

Não bastasse as ameaças móveis, a segurança aos dispositivos mereceu mais atenção nesta ano, com a pandemia do Coronavírus, em razão da migração em massa para o home office, com esses dispositivos móveis ainda mais conectados às redes corporativas. Assim, uma quebra na segurança móvel pode causar um grande impacto em toda a infraestrutura de TI de uma empresa, levando à interrupção de atividades, à perda de receitas, perda e vazamento de dados e, até mesmo, a problemas de reputação da marca.

Por todo este cenário, para quaisquer transações financeiras, incluindo o novo meio de pagamento PIX, é fundamental que o usuário crie o hábito de seguir dicas básicas de segurança para não cair nas técnicas e golpes dos atacantes, garantindo sua proteção. No computador, uma simples técnica para verificar os links e sites é colocar o cursor sobre a URL para verificar grafia e digitação do nome da organização. No dispositivo móvel ou no smartphone, evitar clicar em links recebidos, mesmo de pessoas conhecidas.

A lista de dicas para manter a segurança em suas transações com o Pix!

Manter o sistema operacional e os aplicativos atualizados: atualizar sempre para assegurar que as versões mais recentes do sistema operacional no dispositivo, bem como dos programas e aplicativos, estão instaladas. Pois, em geral, elas contêm as últimas atualizações de segurança aplicadas.

Evitar conectar-se a redes de Wi-Fi públicas: estes tipos de conexões não são protegidas e colocam em risco os dados, visto que podem ser facilmente ameaçados por meio de ataques do tipo Man-in-the-Middle. Por isso, é importante manter desligada a funcionalidade de “conexão automática” no dispositivo móvel.

Limitar os downloads de aplicativos a fontes de confiança: fazer o download e instalar qualquer tipo de programa proveniente de outras fontes pode colocar em risco a privacidade da informação corporativa, bem como a integridade do dispositivo.

SEMPRE efetuar um backup: No caso de uma quebra de segurança móvel, de um ataque de malware móvel deixar os dados inacessíveis ou, simplesmente, em razão do roubo ou perda do dispositivo, o impacto da perda de dados deve ser minimizado por meio da recuperação das informações pelo backup.

Prevenir o mobile phishing: O relatório sobre phishing de marca (Brand Phishing Report) da Check Point concluiu que os smartphones são o alvo preferencial dos cibercriminosos, pois 23% dos ataques ocorridos durante o primeiro trimestre de 2020 foram direcionados a dispositivos móveis. Evitar clicar em links duvidosos ou em arquivos que possam levar ao download de malware.

Navegar somente em sites seguros: Quando visitar um site, a partir de um dispositivo móvel, é preciso se certificar de que há um certificado de segurança SSL (procurar pelo HTTPS antes do nome do domínio), o qual codifica a comunicação entre usuários e sites. Os cibercriminosos já aproveitaram o novo meio de pagamento para criarem sites falsos de cadastramento das chaves do PIX, cujos links foram enviados por SMS, redes sociais ou por e-mail.

Verificar se as compras online de produtos são de uma fonte confiável e autêntica: Uma maneira de fazer isso é NÃO clicar em links promocionais em e-mails e, em vez disso, procurar no Google (ou no site de busca de sua preferência) a loja online desejada e clicar no link na página de resultados.

Desconfiar e ter cuidado com as ofertas “especiais”: Como “Uma cura exclusiva para o Coronavírus por US$ 150”, geralmente, não é uma oportunidade de compra confiável. Não há cura definitiva no momento (vacinas ainda estão sendo testadas) para o novo Coronavírus e, mesmo que houvesse, isto definitivamente não seria oferecido por e-mail.

Ter cuidado e analisar minuciosamente domínios semelhantes: Erros de ortografia em e-mails ou sites e remetentes de e-mail desconhecidos.

Esta lista de orientações pode parecer longa, mas trata-se de ações que aos poucos se tornarão hábitos no nosso dia a dia. Requer dedicação, atenção e atitude correta por parte do usuário para garantir sua segurança pessoal e aos seus dados pessoais.

* Fernando De Falchi, gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Brasil.

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