Acelerador de IA Huawei Ascend 910c tem produção adiada para o fim de 2025

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

Huawei enfrenta atraso na produção do Ascend 910C enquanto Nvidia busca expansão com acelerador B40 na China

A Huawei anunciou o adiamento da produção em massa de seu novo acelerador de inteligência artificial, o Ascend 910C, que estava previsto para começar em junho de 2025, para o final do ano. Paralelamente, a Nvidia prepara o lançamento do acelerador B40, especialmente desenvolvido para o mercado chinês, numa estratégia para contornar as restrições comerciais dos Estados Unidos e ampliar sua presença no país.

Huawei adia produção do acelerador de IA Ascend 910C enquanto Nvidia planeja expansão na China

Atrasos e desafios técnicos na produção do Ascend 910C

Devido a problemas técnicos e dificuldades na cadeia de suprimentos, a Huawei teve que postergar o início da fabricação do Ascend 910C. Um vazamento recente no Twitter pelo perfil @Jukanlosreve confirmou que a produção em massa só deverá ocorrer no último trimestre de 2025. Enquanto isso, os concorrentes locais da Huawei ainda não possuem estoques suficientes ou chips concorrentes desenvolvidos para atender a demanda.

Chip acelerador de IA Huawei Ascend 910C com atraso na produção em 2025
Imagem: Tradução | X

Quando o chip entrar em produção, será fabricado pela SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corporation) com seu processo N+2 de 7 nanômetros de segunda geração. Isso contrasta com a estratégia da Nvidia, que utiliza a fabricante TSMC e o processo avançado de 4 nanômetros para produzir seu acelerador H20. A diferença tecnológica implica que o Ascend 910C pode apresentar desempenho e eficiência energética inferiores aos chips da Nvidia.

Nvidia dribla sanções dos EUA com acelerador B40 para o mercado chinês

A Nvidia enfrenta restrições dos Estados Unidos que limitam a exportação de seus chips de última geração para a China. Contudo, a empresa desenvolveu o acelerador B40 baseado na arquitetura Blackwell, feito especificamente para o mercado chinês. O chip aproveita brechas nas regras de exportação, permitindo sua fabricação e venda local.

O mercado chinês de IA está em rápida expansão, com clientes exigindo regras rigorosas para fornecedores: só é permitida a venda de chips que estejam em estoque, sob risco de penalidades contratuais. Essa regra aumenta a pressão sobre fabricantes para manterem estoque disponível, o que afeta diretamente a Huawei e seus concorrentes domésticos.

Impactos e cenário competitivo para aceleradores de IA na China

O atraso do Ascend 910C e o avanço da Nvidia com o B40 apontam para uma competição cada vez mais acirrada no setor de aceleradores de IA no mercado chinês. Enquanto a Huawei mantém vantagem local devido às sanções que a restringem no mercado internacional, a chegada da Nvidia com um produto adaptado às normas locais pode desafiar essa liderança.

Além disso, a diferença nos processos de fabricação entre SMIC e TSMC acentua a vantagem tecnológica da Nvidia, dificultando a competitividade da Huawei no segmento. Para manter sua posição, a Huawei precisará acelerar o desenvolvimento tecnológico e solucionar gargalos produtivos.

Contexto tecnológico e perspectivas futuras

A arquitetura de GPUs é essencial para aceleradores de IA, pois seu processamento paralelo permite executar milhares de cálculos simultaneamente, algo que CPUs sequenciais não conseguem realizar eficientemente. A Huawei aposta no Ascend 910C para sustentar seu domínio nacional, mas enfrenta desafios frente à superioridade técnica dos chips Nvidia e as restrições comerciais impostas.

Se a Nvidia conseguir firmar sua linha B40 no mercado chinês, poderá intensificar a disputa pela liderança em aceleradores de IA localmente. A Huawei, por sua vez, deve focar em inovações e eficiência produtiva para não perder participação.

Essa disputa evidencia como as tensões comerciais entre Estados Unidos e China impactam diretamente o avanço da inteligência artificial global, estimulando o desenvolvimento tecnológico dentro de limitações geopolíticas.

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