Se você já tentou instalar um software do repositório EPEL no AlmaLinux 10 e se deparou com uma parede de erros de dependência, boas notícias: a distribuição decidiu ativar o repositório CRB (CodeReady Builder) por padrão. A mudança chega via atualização do AlmaLinux 10.0 a partir de 9 de setembro de 2025 — e no AlmaLinux Kitten 10 isso já estava valendo desde 27 de agosto. O objetivo é simples e direto: reduzir a fricção na hora de usar pacotes do EPEL e evitar instalações quebradas.
Adeus aos erros de dependência do EPEL
Por que isso importa? Porque muitos pacotes populares do EPEL dependem de bibliotecas que vivem no CRB. Quando o CRB está desligado, o gerenciador de pacotes não encontra essas peças, e você recebe mensagens desanimadoras como esta (quem nunca?):
Error:
Problem: package plasma-discover-6.3.6-1.el10_0.aarch64 from epel requires libDiscoverCommon.so()(64bit), but none of the providers can be installed
- package plasma-discover-6.3.6-1.el10_0.aarch64 from epel requires plasma-discover-libs(aarch-64) = 6.3.6-1.el10_0, but none of the providers can be installed
- conflicting requests
- nothing provides libAppStreamQt.so.3()(64bit) needed by plasma-discover-libs-6.3.6-1.el10_0.aarch64 from epel
(try to add '--skip-broken' to skip uninstallable packages or '--nobest' to use not only best candidate packages)
Ativar o CRB por padrão elimina esse tropeço para a maioria dos casos, reduz relatórios de “dependências quebradas” enviados por engano aos mantenedores do EPEL e, de quebra, melhora a experiência de quem só quer instalar um desktop KDE Plasma ou outra aplicação sem virar detetive de bibliotecas. É uma decisão de usabilidade — com aval do comitê de engenharia (ALESCo) — pensada para harmonizar a base do AlmaLinux com o ecossistema EPEL.
O que é o CRB — e por que deixá-lo ligado
O CRB (CodeReady Builder) é um conjunto extra de pacotes — muitos voltados a desenvolvimento — que também contém dependências fundamentais exigidas por softwares distribuídos no EPEL. Não é “mais um repositório qualquer”: é a engrenagem que faz muita coisa girar quando você sai do estritamente “enterprise” e entra no território de apps e ambientes de desktop. Ao ligar o CRB por padrão, o AlmaLinux tira o usuário do papel de resolver quebra-cabeças de dependências e entrega uma base mais “plug-and-play”.
Como funciona e como desabilitar
A atualização que ativa o CRB altera o arquivo almalinux-crb.repo
para enabled=1, e será distribuída a todos os sistemas do AlmaLinux 10 como preparação para o 10.1. Preferia o comportamento antigo? Sem drama: você pode desligar o repositório com um único comando dnf:
# Desabilitar o CRB
dnf config-manager --disable crb
Há mais um detalhe que mostra o caráter “pró-usuário” da mudança: no AlmaLinux 10.1 haverá um pacote SELinux específico, o selinux-policy-extra
, hospedado no CRB, pensado para garantir que softwares vindos do EPEL funcionem corretamente com políticas de segurança ativas. Com o CRB ligado, quem instalar o epel-release
terá esse pacote resolvido automaticamente durante upgrades — menos uma etapa para você se preocupar. (AlmaLinux OS, Neowin)
Na prática, o recado é claro: “quer usar EPEL? O AlmaLinux já preparou o terreno”. Para quem administra servidores ou desktops e quer sair instalando sem sustos, a combinação AlmaLinux CRB EPEL fica finalmente alinhada com a expectativa do mundo real — menos ajuste manual, mais produtividade. (AlmaLinux OS)