Apple cria equipe ‘AKI’ para rivalizar com ChatGPT em busca IA

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

A gigante de Cupertino muda de rota e monta uma nova equipe para desenvolver um concorrente direto para o ChatGPT. Entenda o que está por trás da equipe AKI.

A Apple busca IA com mais seriedade do que nunca. Após anos negando interesse em criar um chatbot e apresentando iniciativas tímidas como o Apple Intelligence, a gigante de Cupertino muda de rota e dá um passo ousado: está montando uma equipe interna chamada AKI (Answers, Knowledge and Information) com a missão clara de desenvolver um rival direto para o ChatGPT e revolucionar a forma como seus usuários interagem com os dispositivos e fazem buscas dentro do ecossistema Apple.

Essa virada estratégica marca não apenas uma correção de rota diante de tentativas frustradas anteriores — como os problemas recorrentes da Siri —, mas também uma resposta direta à crescente pressão do mercado, liderado por avanços da OpenAI e do Google com seus assistentes baseados em IA generativa. Este artigo detalha o surgimento da equipe AKI, analisa o contexto da decisão e discute como esse movimento pode moldar o futuro da Apple e inteligência artificial.

Imagem com a logomarca do Apple Intelligence

O fim da negação: A criação da equipe ‘AKI’

Segundo informações divulgadas por Mark Gurman, a Apple formou silenciosamente uma nova equipe de especialistas chamada AKI — sigla para Answers, Knowledge and Information. O objetivo? Criar uma plataforma avançada de busca baseada em inteligência artificial, com experiências semelhantes às oferecidas pelo ChatGPT.

A ideia é integrar capacidades de linguagem natural e respostas contextuais de alta qualidade dentro do ecossistema Apple. O projeto é ambicioso e envolve não apenas otimizar a busca interna nos sistemas operacionais da empresa, mas repensar toda a maneira como os usuários interagem com seus dispositivos, indo muito além do que a Siri é hoje.

Por que agora? O contexto por trás da nova aposta da Apple na IA

A criação da equipe AKI acontece em um momento de cobrança e insatisfação interna. Apesar do anúncio grandioso do Apple Intelligence na WWDC 2025, os primeiros recursos apresentados — como Genmoji, resumos automáticos e reescrita de texto — foram recebidos com entusiasmo moderado e muitas ressalvas.

Além disso, a empresa teve que adiar o lançamento completo da nova Siri para 2025, sinalizando que sua solução de assistente ainda não está no mesmo nível da concorrência. Isso gerou desconfiança tanto nos usuários quanto dentro da própria empresa, acelerando a busca por uma solução mais robusta e confiável.

Um líder que conhece o ‘embaraçoso’ fracasso da Siri

Para comandar a nova equipe, a Apple escolheu Robby Walker, um executivo veterano que não escondeu, no passado, sua frustração com os limites da Siri. Em um comentário emblemático, Walker teria descrito os atrasos e problemas do assistente virtual como “feios e embaraçosos”.

Sua nomeação não é acidental. Colocar um líder crítico, mas experiente, no comando da AKI é uma tentativa clara de corrigir os erros do passado e garantir que a nova iniciativa tenha foco, autonomia e clareza de propósito. Ele conhece os gargalos da empresa e tem a missão de superá-los com uma nova abordagem.

Apple vs. o mundo: Como a ‘AKI’ se posiciona contra ChatGPT e Google

Ao entrar de vez na disputa, a Apple passa a enfrentar rivais extremamente avançados, como o ChatGPT da OpenAI e o Gemini do Google. Ambos os serviços oferecem interfaces conversacionais poderosas, com respostas precisas, geração de conteúdo e integração com ecossistemas amplos.

No entanto, a Apple possui uma carta na manga: seu modelo de integração vertical. Se conseguir desenvolver um sistema de IA proprietário que opere de forma nativa e segura em todos os seus dispositivos — iPhone, iPad, Mac, Vision Pro —, poderá oferecer uma experiência coesa e fluida, algo que nem mesmo a OpenAI ou o Google conseguem replicar com o mesmo nível de controle sobre hardware e software.

É nesse sentido que o projeto AKI parece seguir um caminho mais alinhado à filosofia da empresa: não apenas construir um concorrente do ChatGPT da Apple, mas criar um sistema de busca e interação por voz que seja intrinsecamente Apple em termos de privacidade, design e integração.

Vale lembrar que, recentemente, surgiram rumores de que a Apple estaria interessada em startups como a Perplexity, especializada em IA voltada para buscas, indicando que o foco nessa área já vinha ganhando espaço nos bastidores.

O futuro da busca e da interação no ecossistema Apple

A chegada da equipe AKI pode ter implicações profundas para a maneira como os usuários interagem com o ecossistema Apple. Um assistente baseado em IA generativa, com capacidade real de compreensão de contexto e linguagem, pode finalmente dar nova vida à Siri, há muito vista como obsoleta em comparação com Alexa e Google Assistant.

Mais do que isso: a Apple parece vislumbrar um futuro baseado em comandos de voz inteligentes, onde a tela perde importância e a interface conversacional passa a ser o meio principal de uso dos dispositivos. Isso se conecta diretamente com dispositivos emergentes, como os óculos inteligentes ou até substitutos do iPhone, nos quais o toque e o teclado seriam substituídos pela fala, contextualização e antecipação das intenções do usuário.

Se bem-sucedida, a AKI não apenas resolveria um problema antigo da Apple — a fragilidade da Siri —, mas reposicionaria a empresa na vanguarda da nova era da computação baseada em IA conversacional.

Conclusão: Um passo necessário, mas tardio?

A formação da equipe AKI é, sem dúvida, um reconhecimento explícito de que a estratégia anterior da Apple para IA falhou ou, no mínimo, ficou aquém das expectativas. Com isso, a empresa finalmente entra na briga pela liderança na busca por IA, buscando recuperar o tempo perdido com um projeto que promete mais ambição e foco.

No entanto, o sucesso não é garantido. Concorrentes como o ChatGPT e o Gemini já estão no mercado com soluções maduras. A Apple precisará correr contra o tempo — e contra a própria cultura interna de sigilo e controle — para entregar uma experiência de IA que vá além do marketing e ofereça real valor ao usuário.

Será que a Apple conseguirá recuperar o tempo perdido e entregar uma experiência de IA que realmente inove, ou essa é uma corrida que ela já está destinada a perder? Deixe sua opinião nos comentários!

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