Na atualização mais recente do iOS 18.1, os usuários dos AirPods Pro 2 ganharam acesso a novas funcionalidades voltadas para a saúde auditiva. Mas como a Apple conseguiu implementar essas inovações?
AirPods Pro 2 e a transformação da saúde auditiva
Com a nova atualização, os usuários agora podem usufruir de três ferramentas inovadoras:
- Teste Auditivo: Um teste auditivo validado cientificamente, disponível em casa pelo aplicativo Saúde, destinado a usuários a partir dos 18 anos.
- Aparelho Auditivo: Oferece melhorias sonoras personalizadas em tempo real para pessoas com perda auditiva leve a moderada, aplicáveis a músicas, chamadas e vídeos.
- Proteção Auditiva: Ajuda a limitar a exposição a ruídos altos, sendo especialmente útil em ambientes barulhentos como shows ou eventos esportivos.
Para ativar essas funcionalidades, os usuários precisam ter o firmware 7B19 e o iOS 18.1. As funções de Aparelho Auditivo e Proteção estão disponíveis no Centro de Controle. Esses recursos tornam os AirPods Pro 2 mais versáteis, auxiliando na gestão da saúde auditiva e potencialmente reduzindo danos auditivos a longo prazo ao minimizar a exposição a sons altos.
Essas inovações foram desenvolvidas no Laboratório de Áudio da Apple, localizado em Cupertino, que fornece ferramentas especializadas, incluindo câmaras anecoicas, para testar o desempenho dessas funções em diversos ambientes.
A Apple está respondendo a uma necessidade global, uma vez que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo enfrentam algum grau de perda auditiva.
A Dra. Sumbul Desai, Vice-Presidente de Saúde da Apple, ressaltou que a experiência em saúde auditiva da empresa foi projetada para ser altamente adaptável, atendendo a uma ampla gama de necessidades dos usuários. Ela enfatizou que o recurso de Aparelho Auditivo foi desenvolvido para ser tão intuitivo que se assemelha a uma “extensão dos sentidos”, visando democratizar o acesso a soluções práticas do dia a dia para quem tem perda auditiva leve a moderada.
As equipes de engenharia da Apple testaram essas novas funções auditivas em diversos espaços especializados dentro do laboratório.
Um exemplo é a câmara anecoica Longwave, que isola ruídos externos para permitir medições sonoras precisas. Essa câmara conta com um sistema de alto-falantes e microfones projetados especificamente para capturar como as ondas sonoras interagem com o corpo humano, um passo crucial para aprimorar a forma como o som chega a cada ouvido. Essa metodologia de teste, liderada por engenheiros como Kuba Mazur, chefe de saúde auditiva da Apple, possibilitou a calibração de cada função para uso em situações do cotidiano.
Simulando ambientes reais com 50 alto-falantes
Além disso, o Laboratório de Áudio abriga o Fantasia Lab, que possui 50 alto-falantes dispostos para simular uma variedade de ambientes realistas, como ruas movimentadas, shoppings e aviões.
Notícias Relacionadas
Segurança cibernética
Apple corrige duas falhas zero-day em Macs com Intel
Apple corrige duas falhas zero-day em Macs Intel, uma ligada ao JavaScriptCore e outra ao WebKit, exploradas para ataques remotos e CSS.
Tecnologia móvel
Como aproveitar ao máximo o novo USB-C do iPhone 16
O iPhone 16 traz a conectividade USB-C, permitindo carregamento universal, conexão com displays, expansão de armazenamento e muito mais. Descubra como aproveitar essa inovação.
Neste espaço, a equipe da Apple testou a capacidade do recurso de Aparelho Auditivo em “fala em ruído”, onde participantes com diferentes níveis de audição precisavam focar em um único falante enquanto sons de fundo eram reproduzidos, imitando cenários da vida real.
O Fantasia Lab foi projetado para “trazer o exterior para dentro”, permitindo que essas funcionalidades fossem ajustadas para apoiar os usuários em situações cotidianas.
A equipe de design da Apple também priorizou a acessibilidade para o usuário. Segundo Heather Daniel, produtora do estúdio de design da Apple, o objetivo foi tornar o teste auditivo e a configuração do aparelho auditivo simples para usuários que podem estar fazendo um teste auditivo pela primeira vez. Ao invés de apresentar os resultados numéricos típicos de um ambiente clínico, os resultados dos testes da Apple foram pensados para serem claros e fáceis de compreender no aplicativo Saúde.
O desenvolvimento dessas funcionalidades auditivas exigiu uma colaboração intensa entre as equipes da Apple, incluindo engenharia de software e hardware, acessibilidade e conformidade regulatória. Mazur destacou que reunir tantas equipes especializadas resultou em um produto que atende a padrões clínicos enquanto oferece uma experiência fluida aos usuários.
Esse esforço multidisciplinar garantiu que os AirPods pudessem oferecer soluções em tempo real e adaptativas para usuários em ambientes variados.
Além das conquistas técnicas, a Apple acredita que a Proteção Auditiva, em particular, tem um grande potencial para usuários que costumam frequentar ambientes barulhentos, como shows e eventos esportivos. Especialistas da OMS apontaram que a exposição ao ruído é um fator significativo para a saúde auditiva, tornando esse recurso especialmente valioso para proteção auditiva a longo prazo.
Para simplificar o Teste Auditivo nos AirPods Pro 2, a equipe de design realizou pesquisas extensivas para entender o que uma pessoa vivencia ao fazer um teste auditivo tradicional.
As funcionalidades de Aparelho Auditivo e Teste Auditivo também visam apoiar aqueles que não têm fácil acesso a serviços de audiologia, permitindo testes em casa e ajustes em tempo real para atender às necessidades auditivas personalizadas.
As inovações em saúde auditiva da Apple posicionam os AirPods Pro 2 como uma ferramenta que não só oferece áudio de alta qualidade, mas também atende às necessidades de saúde dos usuários. Ao integrar a saúde auditiva à tecnologia cotidiana, a Apple busca fazer dos AirPods uma interface-chave para gerenciar a saúde pessoal de forma intuitiva e portátil.
Por meio de colaborações entre design, engenharia e equipes focadas na saúde, a Apple estabelece novos padrões sobre como a tecnologia de consumo pode abordar questões de saúde essenciais de forma acessível e inovadora.
