Atalho da Carteira do Android 16 falta em Pixels antigos: Por quê?

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

Entenda por que o Google limitou o novo atalho do Google Wallet aos Pixels mais recentes, mesmo que os modelos antigos sejam capazes de usar o recurso.

O Android 16 trouxe uma melhoria de qualidade de vida muito aguardada: a capacidade de acessar o Google Wallet com apenas dois toques no botão de energia. Esse atalho Carteira Android 16 oferece uma conveniência simples, mas poderosa, permitindo que usuários iniciem pagamentos, exibam cartões de embarque ou ingressos de forma rápida e prática, sem precisar desbloquear o telefone ou navegar pelo menu de aplicativos. Para muitos, era um passo natural para agilizar o uso diário do smartphone.

No entanto, a novidade gerou polêmica. Apesar de a funcionalidade ser suportada tecnicamente por modelos anteriores, o Google decidiu restringi-la exclusivamente aos Pixel 8 e superiores. Isso significa que dispositivos como o Pixel 7 Pro, perfeitamente capazes de executar o recurso, foram deixados de fora. Este artigo analisa a decisão do Google, a confirmação oficial da empresa, as evidências de que se trata de uma limitação artificial e os possíveis motivos por trás dessa estratégia controversa.

A decisão levanta questões importantes sobre o futuro do Android e da linha Pixel: será que estamos diante de uma simples estratégia de marketing, ou existe um padrão preocupante de retenção de recursos para usuários de aparelhos mais antigos?

Carteira Android

O que é o novo atalho da Carteira do Android 16?

O atalho Carteira Android 16 permite abrir rapidamente o Google Wallet pressionando duas vezes o botão de energia do dispositivo. Ao contrário de abrir o aplicativo manualmente, essa função oferece agilidade e conveniência para o usuário. Com ela, é possível:

  • Efetuar pagamentos digitais em lojas físicas usando cartões cadastrados;
  • Exibir cartões de embarque para viagens;
  • Acessar ingressos de eventos de forma instantânea.

Essa implementação segue a tendência de tornar funções essenciais do smartphone mais acessíveis por gestos simples, melhorando a experiência do usuário sem comprometer a segurança.

A descoberta: por que meu Pixel 7 Pro não tem o recurso?

A ausência do recurso em modelos mais antigos chamou atenção de especialistas e da comunidade Android. Mishaal Rahman, do site Android Authority, realizou uma investigação detalhada comparando um Pixel 8 Pro e um Pixel 7 Pro, ambos rodando a mesma versão do Android 16.

Rahman notou que, enquanto o Pixel 8 Pro exibia a opção de abrir o Google Wallet nas configurações de gestos, o Pixel 7 Pro simplesmente não mostrava a alternativa. A diferença era clara e consistente, confirmando que não se tratava de um problema isolado ou de falha na instalação do sistema. Usuários de diversos fóruns relataram a mesma experiência, reforçando que a exclusão do recurso era intencional.

A resposta do Google: confirmação oficial, mas sem justificativa

Em comunicado oficial, um porta-voz do Google confirmou que a “nova experiência de atalho da Carteira” é exclusiva para celulares Pixel 8 e superiores. Apesar da confirmação, a empresa não forneceu nenhuma explicação técnica sobre a decisão, deixando os usuários de modelos anteriores sem respostas claras.

Essa falta de transparência gera questionamentos legítimos: se o hardware é compatível, qual seria a justificativa técnica para restringir o recurso?

A prova técnica: uma limitação artificial, não de hardware

A análise técnica revela que o bloqueio do atalho Carteira Android 16 é artificial. O código-fonte do AOSP (Android Open Source Project) não inclui nenhuma restrição que impeça modelos antigos de utilizarem a função.

O que o Google fez foi alterar deliberadamente uma configuração chamada config_doubleTapPowerGestureMode nos Pixels mais antigos, desativando a opção de abrir o Google Wallet. Testes práticos confirmaram que, ao modificar manualmente esse valor em um Pixel 7 Pro, o recurso se tornou totalmente funcional, sem problemas de desempenho.

A analogia é direta: se o dispositivo consegue abrir a câmera com um toque duplo, por que não permitir abrir a carteira digital? A limitação não é técnica, mas sim uma decisão de software aplicada seletivamente.

Quais os possíveis motivos por trás da decisão do Google?

Estratégia de marketing para novos aparelhos?

Uma das hipóteses é que o Google esteja tentando criar diferenciais de software para modelos mais recentes. Funções exclusivas podem incentivar a compra de novos aparelhos, mesmo que a diferença em termos de hardware seja mínima.

Essa prática é comum na indústria de smartphones, mas gera críticas quando funcionalidades simples e úteis são retidas de usuários que já possuem dispositivos capazes de executá-las.

Obsolescência programada sutil?

Outra possibilidade é a obsolescência programada sutil. Ao limitar recursos do sistema, o Google pode fazer com que dispositivos antigos pareçam desatualizados ou menos úteis, pressionando o ciclo de troca e incentivando a compra de novos modelos.

Embora não se trate de um defeito, essa abordagem pode prejudicar a percepção de valor dos aparelhos mais antigos e frustar sua base de usuários fiéis.

Um precedente preocupante para o futuro?

Essa decisão também pode indicar um precedente preocupante. Se a prática se tornar recorrente, usuários de modelos mais antigos podem perder acesso a funções essenciais, mesmo que seus smartphones sejam plenamente capazes de executá-las.

Para a comunidade Android, isso levanta a questão: até que ponto a retenção de recursos de software será usada como ferramenta de mercado, e não como melhoria genuína da experiência do usuário?

Conclusão: uma decisão que frustra a base de usuários

O atalho Carteira Android 16 é um recurso simples, prático e totalmente compatível com modelos como o Pixel 7 Pro. No entanto, a decisão do Google de limitar a função aos modelos mais recentes, sem justificativa técnica, evidencia uma escolha controversa que parece motivada por estratégia de mercado, e não por limitações de hardware.

Enquanto a conveniência do atalho é indiscutível, a exclusão de usuários de aparelhos mais antigos pode gerar frustração e questionamentos sobre práticas de obsolescência.

E você, o que acha da decisão do Google? É uma estratégia de marketing válida ou um desrespeito com os donos de Pixels mais antigos? Deixe sua opinião nos comentários!

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