Bazzite baseado no Fedora 43 é lançado com suporte ao Xbox Ally e um “bote salva-vidas” para placas NVIDIA antigas

Atualização de outono: Fedora 43, handhelds e suporte LTS às NVIDIA antigas.

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

A atualização de outono do Bazzite—o “Fedora Atomic” turbinado para jogos—é daquelas que fazem diferença no dia a dia. O projeto saltou para o Fedora 43 e traz de brinde GNOME 49 e KDE Plasma 6.4.5, amplia o suporte aos portáteis mais cobiçados do momento (os novos Xbox Ally/Ally X e o Legion Go 2) e entrega um compromisso raro no universo Linux gamer: manter vivas as NVIDIA mais antigas nas builds -closed. Na prática, é o pacote que faltava para quem está migrando do Windows 10 e quer um sistema imutável, rápido e pronto para jogar. Se você busca por “Bazzite Fedora 43”, esta é a atualização para prestar atenção.

Um “bote salva-vidas” para placas NVIDIA antigas

Para muitos donos de GTX série 1000 e RTX série 2000, o futuro parecia nebuloso: com a chegada do driver 590, a NVIDIA remove o suporte a arquiteturas como Turing/Volta/Pascal—e vários projetos começaram a abandonar essas GPUs. O Bazzite fez o oposto. Graças a um novo processo de build do kernel (com módulos duplos do driver e um espelho dedicado de drivers), as imagens -closed continuarão oferecendo o driver LTS (580) por tempo indeterminado. Em bom português: você segue recebendo correções de segurança por anos, sem ficar travado em versões antigas do sistema ou em gambiarras de repositório.

Isso tem um efeito social claro no ecossistema: é um convite direto aos “expatriados” do Windows 10, onde muita máquina boa ainda roda GTX 1060, GTX 1070 ou uma RTX 2060. Em vez de descartar hardware funcional, o usuário consegue “virar a chave” para um desktop imutável, com updates transacionais e performance sólida para o que realmente importa—jogar.

Suporte completo para os novos portáteis

A equipe do Bazzite segue liderando quando o assunto é PC gaming handhelds. A atualização traz suporte “de verdade” para a linha Xbox Ally—incluindo o Ally X—com direito a drivers de amplificador ajustados para extrair o máximo dos alto-falantes e correções finas de RGB, fan curves e suspensão (em parceria com a AMD). No Legion Go 2, a base já está redondinha (inclusive o giroscópio duplo); ainda faltam dois detalhes: o mapeamento dos dois botões extras do d-pad e o HDR no perfil PQ—no momento, o suporte é Gamma22 HDR.

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Imagem: reprodução

E não para por aí. O OneXPlayer X1 Air entra para a lista de compatíveis (com RGB e controles), e o SuiPlay0X1 amplia o leque para quem quer experimentar um fluxo mais “Web2.0”. É aquele ciclo virtuoso: quanto mais aparelhos suportados, mais gente testando e reportando, mais rápido o projeto avança.

Atualizações da base: Fedora 43 e Bazaar

Por baixo do capô, o Bazzite agora se apoia no Fedora 43, trazendo as novidades do GNOME 49 e quase tudo do KDE Plasma 6.4—o 6.5 vem na sequência, assim que o Fedora integrar. Esse salto de base não é cosmético: ele garante kernels, toolchains e bibliotecas gráficos atuais, além de todo o trabalho de segurança e estabilidade do Fedora Project (ponto essencial em uma imagem atomic que você atualiza e volta atrás quando quiser).

Falando em experiência de usuário, a central Bazaar—o app center do projeto—ganhou uma atualização grande: interface renovada, navegação mais fluida e uso de memória mais eficiente. Em outras palavras, ficou mais rápido achar e instalar os Flatpaks que interessam (e sem aquela sensação de estar “lutando com a loja” em pleno 2025).

Novas features para pilotos virtuais

Se você curte simracing, boas notícias: o Bazzite adicionou no kernel os drivers para uma leva de volantes populares—Thrustmaster, Logitech e FANATEC—e recomenda o Oversteer como painel de controle para perfis e ajustes finos. É o tipo de integração que economiza horas de fórum e vídeo no YouTube: plugar, aplicar o perfil, correr. E, sendo um sistema imutável, você tem aquele conforto de atualizar sem medo—se algo não cair bem, é só fazer rollback.

O que saiu de cena (e por que isso é bom)

Parte da maturidade do projeto é saber quando simplificar. Nesta atualização, foram descontinuadas as imagens específicas para ASUS e Surface—os recursos já estão cobertos nas builds principais, liberando recursos de build e testes onde eles fazem mais diferença. Também saem de cena o LatencyFleX (obsoleto com o AMD Anti-Lag) e o plugin do KDE Wallpaper Engine (responsável por muitos crashes), que continua disponível para quem quiser reativar por conta própria. É menos ruído, mais foco no que move a agulha da experiência gamer.

Por que isso importa para o jogador (e para o Linux)

A promessa de um desktop atomic como o Bazzite sempre foi clara: “atualizações sem drama, com proteção contra regressões”. Quando o projeto acerta em três frentes—compatibilidade de hardware (handhelds novos), longevidade de GPUs NVIDIA (sem deixar ninguém para trás) e UX (Bazaar mais rápido)—o resultado é um sistema que você pode recomendar sem ressalvas para quem quer sair do Windows e continuar jogando. Some a isso o upgrade para Fedora 43 e o ecossistema de GNOME 49/KDE 6.4, e você tem um argumento convincente: o Bazzite Fedora 43 é hoje a rota mais direta para uma máquina de jogos Linux estável, moderna e—and this is the point—amigável para quem só quer sentar e jogar.

Ah, e um último detalhe “gente como a gente”: o time abriu uma página no Open Collective. É um lembrete de que, por trás do ISO que você baixa, existe uma infraestrutura cara (CI, máquinas de build, dev units) e pessoas resolvendo problemas chatos para você não ter que resolver. Contribuir ajuda a manter esse motor girando.

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