O chip M5 da Apple ainda não foi oficialmente anunciado, mas rumores recentes indicam uma mudança estratégica surpreendente: pela segunda vez consecutiva, a Apple pode estar preparando o lançamento de sua próxima geração de chips Apple Silicon começando pelo iPad Pro, e não pelo Mac. Essa possível inversão de prioridades levanta questionamentos relevantes sobre o posicionamento da empresa, suas decisões de mercado e o futuro da arquitetura ARM em seu ecossistema.
Neste artigo, vamos analisar essa nova tendência, destacando os motivos estratégicos por trás dessa escolha, o impacto no ciclo de atualizações da Apple, o papel crescente do iPad Pro dentro do portfólio da empresa e o que tudo isso pode sinalizar para o futuro dos dispositivos baseados em ARM. É uma mudança que pode redefinir o significado de performance móvel e modularidade no ecossistema Apple — com implicações além do hardware.
Desde o lançamento do M1 em 2020, a Apple vem redefinindo o paradigma da computação pessoal com sua família de chips baseados na arquitetura ARM. Agora, com o M5 no horizonte, o padrão estabelecido pode estar prestes a mudar mais uma vez — e os primeiros sinais dessa virada começaram com o chip M4 e o iPad Pro.

O M4 e o precedente: Uma mudança de rota inesperada
A quebra do paradigma “M de Mac”
Quando a Apple lançou o M1 em 2020, o “M” parecia indicar, sem sombra de dúvida, que se tratava de um chip feito para os Macs. Afinal, foi com ele que a empresa deu início à transição histórica do Intel x86 para sua própria linha de processadores ARM. A performance surpreendente, aliada a uma eficiência energética ímpar, reforçou a visão da Apple de que o Apple Silicon seria a base de um novo ecossistema.
No entanto, essa narrativa começou a se alterar com o lançamento do M4 no iPad Pro, em maio de 2024. A chegada do chip ao iPad antes dos novos modelos de MacBook quebrou o padrão anterior, gerando especulações sobre uma nova fase estratégica da Apple, onde o iPad Pro passa a ocupar um lugar de protagonismo inédito.
Possíveis razões para a prioridade do iPad
Há diversas razões plausíveis para a escolha da Apple em priorizar o iPad para a estreia do M4 — e, agora, possivelmente, do chip M5 da Apple:
- Flexibilidade de produção: É possível que o iPad, por ser produzido em volumes menores que o MacBook, permita uma adoção inicial mais controlada de novos chips, ideal para validar o desempenho em campo.
- Reposicionamento estratégico do iPad Pro: A Apple tem promovido o iPad Pro como uma alternativa “profissional” ao Mac, com suporte a teclado, trackpad, multitarefa avançada e, mais recentemente, iPadOS com recursos de produtividade aprimorados.
- Menor impacto em caso de problemas iniciais: Um lançamento mais restrito, como o do iPad Pro, pode servir como um “ensaio geral” antes do lançamento em massa para a linha Mac.
- Inovação e marketing: A Apple pode usar o iPad Pro como vitrine de inovação de hardware, associando-o a chips de nova geração e tecnologias de ponta, como displays Tandem OLED e IA integrada ao sistema.
Essa reconfiguração sugere que a Apple enxerga o iPad não mais como um dispositivo de transição entre o iPhone e o Mac, mas como uma plataforma autônoma — e com prioridade em sua linha de evolução tecnológica.
O relatório do M5 e o cenário para 2026
A postergação do MacBook Pro M5: O que isso significa?
Segundo relatórios recentes, o chip M5 da Apple será lançado primeiro em uma nova geração do iPad Pro, com os MacBooks equipados com M5 previstos apenas para meados ou final de 2026. Essa diferença de tempo é significativa e levanta diversas hipóteses:
- Mudança de ciclos de produto: A Apple pode estar desacoplando os ciclos de lançamento de iPads e Macs, oferecendo inovações em janelas distintas para manter o interesse constante no ecossistema.
- Adaptação da linha Mac às novas realidades do mercado: A forte longevidade dos Macs com chips M1, M2 e M3 pode ter feito a Apple estender os ciclos de atualização sem perda de valor percebido.
- Foco em IA e workloads móveis: É possível que os chips M5 estejam sendo otimizados inicialmente para workloads relacionados a IA generativa e desempenho gráfico em dispositivos móveis como o iPad, antes de serem adaptados para notebooks e desktops.
Essa postergação do lançamento no Mac indica que a Apple pode estar redefinindo internamente as prioridades do seu portfólio, com o iPad Pro passando a desempenhar um papel mais central no lançamento de novas tecnologias.
iPad Pro M5: O novo “carro-chefe” do Apple Silicon?
Se confirmado, o lançamento do iPad Pro com o chip M5 da Apple antes dos novos MacBooks marca uma mudança simbólica profunda: o iPad se tornaria o principal campo de estreia para as inovações da Apple em silício. Isso é relevante por diversos motivos:
- Mostra que o iPad está sendo reposicionado como dispositivo premium, e não apenas como tablet de consumo.
- Permite à Apple construir experiências integradas de hardware e software, testando recursos avançados que podem ser transferidos posteriormente para o macOS.
- Inverte a hierarquia histórica do portfólio Apple, onde o Mac era a plataforma de referência e o iPad seguia.
Além disso, ao adotar primeiro o M5, o iPad Pro também assume um papel de emblema da arquitetura ARM de nova geração, antecipando tendências e consolidando sua relevância para usuários profissionais, criativos e até desenvolvedores.
Implicações futuras e a visão mais ampla do ARM
A possível decisão de lançar o chip M5 da Apple primeiro no iPad Pro tem implicações que vão muito além da escolha de um dispositivo. Ela pode representar:
- A consolidação da arquitetura ARM como padrão para computação de alto desempenho, não apenas móvel, mas também profissional.
- Um reflexo da flexibilidade e escalabilidade do Apple Silicon, que permite à Apple moldar sua linha de produtos de forma mais dinâmica e centrada na experiência do usuário.
- Uma tendência de desfragmentação entre dispositivos e plataformas, onde iPads e Macs deixam de competir diretamente e passam a complementar seus ciclos de inovação.
Para o público interessado em tecnologia, especialmente aqueles que acompanham a evolução do ARM, essa mudança pode ser um indicativo de que o futuro da computação pessoal está cada vez mais mobile-first, mas com capacidades antes restritas a computadores tradicionais.
Mesmo para usuários Linux ou de plataformas abertas, a dominância crescente da arquitetura ARM na Apple pode impulsionar avanços em otimizações cruzadas, como compatibilidade de ferramentas, drivers e experiências baseadas em performance unificada.
Conclusão
A estreia do chip M5 da Apple no iPad Pro, antes mesmo dos Macs, pode parecer um detalhe à primeira vista, mas na verdade revela uma mudança estratégica relevante na forma como a empresa está conduzindo seu portfólio de produtos. Trata-se de mais do que uma simples escolha logística — é um posicionamento que mostra o quanto o iPad Pro evoluiu, o quanto o Apple Silicon amadureceu e como a arquitetura ARM está se tornando central para o futuro da computação.
E você, o que acha dessa tendência? O iPad Pro está pronto para liderar a próxima geração do Apple Silicon? Deixe sua opinião nos comentários e participe dessa conversa sobre o futuro dos chips, dos dispositivos e da inovação.