O Sora, modelo revolucionário de geração de vídeos por inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI, se tornou um dos temas mais comentados do mundo tech em 2025. Desde sua demonstração inicial, a promessa de transformar simples descrições em vídeos realistas despertou enorme expectativa entre criadores, curiosos e empresas.
- O que é o Sora da OpenAI e por que ainda não existe um aplicativo?
- A onda de clones: o caso do “Sora 2” na App Store
- Não é um erro, é uma tática: conheça o “fleeceware”
- 5 dicas para não cair em golpes de aplicativos na App Store
- O papel da Apple: a curadoria da App Store em xeque?
- Conclusão: a empolgação com a IA exige cautela
Mas enquanto o Sora oficial ainda não chegou ao público, clones do Sora 2 invadiram a App Store, atraindo milhares de downloads em poucos dias. Aplicativos falsos prometendo acesso antecipado ao gerador de vídeos da OpenAI se aproveitaram da empolgação para enganar usuários e lucrar com assinaturas abusivas — um golpe conhecido como fleeceware.
Este artigo explica como esses golpes funcionam, como identificar aplicativos falsos e discute o papel da Apple na proteção do consumidor. A empolgação com novas tecnologias é natural, mas a prudência é essencial para evitar cair em armadilhas digitais.

O que é o Sora da OpenAI e por que ainda não existe um aplicativo?
O Sora é um modelo de IA generativa de texto para vídeo (text-to-video) desenvolvido pela OpenAI, a mesma empresa por trás do ChatGPT e do DALL·E. A ferramenta impressiona por sua capacidade de criar vídeos realistas e coerentes a partir de descrições simples, algo que representa um salto importante no campo da inteligência artificial multimodal.
No entanto, é fundamental entender que o Sora ainda está em fase de testes internos. No momento, o acesso é restrito a pesquisadores e criadores selecionados. A OpenAI ainda não lançou um aplicativo público nem anunciou uma data de disponibilidade geral.
Ou seja, qualquer app que prometa “Sora 2” ou “Sora oficial para iPhone” é falso. O verdadeiro modelo ainda não possui versão móvel, download público nem assinatura paga. Essa é a base do golpe explorado por desenvolvedores mal-intencionados.
A onda de clones: o caso do “Sora 2” na App Store
Poucos dias após o anúncio do Sora, um aplicativo chamado “Sora 2: AI Video Generator” subiu rapidamente no ranking de downloads da App Store. Com ícone e descrição que imitavam o estilo visual da OpenAI, o app se apresentava como uma versão avançada do Sora — prometendo transformar texto em vídeo com “a mesma tecnologia da OpenAI”.
Esses clones do Sora 2 usavam táticas clássicas:
- Nomes parecidos com o oficial, como “Sora AI”, “Sora Pro” e “Sora 2 Generator”;
- Uso indevido de logotipos e linguagem da OpenAI;
- Promessas falsas de acesso exclusivo à tecnologia.
Além disso, a maioria desses apps incluía compras no aplicativo e assinaturas semanais caras, com preços que chegavam a ultrapassar R$ 100 por semana. Usuários relatavam que, ao testar o app, não havia geração de vídeos real — apenas interfaces genéricas com prompts simulados.
Após denúncias e repercussão na imprensa, a Apple removeu ou forçou a renomeação de vários desses aplicativos. Porém, o caso revelou um problema recorrente: a App Store ainda é vulnerável a apps oportunistas que se aproveitam do entusiasmo por novas tecnologias.
Não é um erro, é uma tática: conheça o “fleeceware”
O que é fleeceware?
O termo fleeceware descreve aplicativos que não instalam vírus ou roubam dados diretamente, mas enganam o usuário com assinaturas abusivas e funcionalidades falsas ou limitadas.
Esses apps se disfarçam de ferramentas legítimas, oferecem “testes gratuitos” e, ao final do período, cobram automaticamente valores altos.
O fleeceware explora a distração e o desconhecimento do consumidor, especialmente em plataformas móveis como a App Store e o Google Play.
Como eles lucram?
O modelo é simples: o app oferece um teste gratuito de 3 dias, mas esconde nas letras miúdas que, após o período, o usuário será cobrado automaticamente por uma assinatura semanal ou mensal.
Como muitos esquecem de cancelar a tempo, os desenvolvedores faturam milhares de dólares por meio de cobranças recorrentes.
No caso dos clones do Sora 2, os apps prometiam acesso à IA da OpenAI, mas entregavam vídeos genéricos ou nenhuma funcionalidade real. O lucro vinha das assinaturas automáticas e da confiança dos usuários no nome da OpenAI.
5 dicas para não cair em golpes de aplicativos na App Store
- Verifique o desenvolvedor
Antes de baixar, toque no nome do desenvolvedor. Empresas legítimas têm histórico, site oficial e outros aplicativos publicados. Desconfie de nomes genéricos ou sem presença online. - Leia as avaliações (com atenção)
Não olhe apenas a nota. Leia os comentários negativos — eles costumam expor as táticas de golpe, como cobranças indevidas ou promessas falsas. - Cuidado com o hype
Se uma tecnologia acabou de ser anunciada e ainda não foi lançada oficialmente, é improvável que haja um app legítimo. Sempre busque informações na fonte oficial (como o site da OpenAI). - Revise os detalhes da assinatura
Antes de confirmar com o Face ID ou Touch ID, leia atentamente os valores e a frequência de cobrança. O aviso está ali, mas muitos ignoram por hábito. - Desconfie de permissões excessivas
Um app de IA pedindo acesso a contatos, câmera ou localização sem necessidade é um alerta vermelho. Permissões incoerentes são um indício claro de má intenção.
Essas medidas simples ajudam a evitar prejuízos financeiros e proteger sua privacidade.
O papel da Apple: a curadoria da App Store em xeque?
A Apple é conhecida por seu rigoroso processo de revisão de aplicativos, que historicamente garantiu à App Store uma reputação de segurança superior à de outras plataformas. No entanto, casos como os clones do Sora 2 mostram que a curadoria não é infalível.
Embora a empresa tenha agido rapidamente para remover os apps fraudulentos, a demora na identificação e o fato de que chegaram a liderar rankings levantam questionamentos.
Especialistas argumentam que a Apple precisa reforçar suas ferramentas de detecção automática, especialmente diante da explosão de aplicativos de IA.
Além disso, muitos defendem que a empresa deveria exigir maior transparência nas assinaturas, com alertas visuais mais claros sobre custos recorrentes — algo que reduziria significativamente o impacto dos golpes fleeceware.
Conclusão: a empolgação com a IA exige cautela
O Sora da OpenAI é um marco empolgante na evolução da inteligência artificial, mas o caso dos clones do Sora 2 na App Store mostra que golpistas sempre se aproveitam do entusiasmo coletivo por novas tecnologias.
A melhor defesa é a informação. Antes de instalar um aplicativo, verifique sua legitimidade, avaliações e condições de uso.
Empresas como a Apple têm um papel essencial na prevenção, mas a vigilância do usuário continua sendo a principal barreira contra golpes digitais.
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