A internet acaba de enfrentar um ataque DDoS recorde de proporções históricas, atingindo um pico impressionante de 22,2 terabits por segundo (Tbps). Para se ter uma ideia do impacto, esse volume de dados é equivalente a transmitir simultaneamente milhões de vídeos em 4K, sobrecarregando qualquer infraestrutura sem proteção adequada. Felizmente, a Cloudflare, uma das principais empresas de infraestrutura web, conseguiu mitigar com sucesso o ataque, garantindo que os serviços online permanecessem disponíveis para usuários em todo o mundo.
Neste artigo, vamos detalhar o evento, analisar os números assustadores por trás do ataque e explorar como essa ofensiva se encaixa em uma tendência crescente de ataques cibernéticos massivos. Além disso, apresentaremos a botnet AISURU, apontada como responsável por ataques anteriores, e discutiremos o que este incidente significa para a segurança digital no futuro.
Embora o ataque tenha durado apenas segundos, seu impacto evidencia uma escalada significativa na guerra digital global. Cada nova ofensiva demonstra que empresas e usuários precisam estar cada vez mais preparados para ameaças cibernéticas sofisticadas, especialmente quando envolve exércitos de dispositivos infectados espalhados pelo mundo.

Os números por trás do ataque sem precedentes
O ataque DDoS recorde atingiu impressionantes 22,2 Tbps de tráfego e 10,6 bilhões de pacotes por segundo (Bpps). Para traduzir esses números em algo mais palpável: se cada pacote fosse um vídeo 4K, seria possível transmitir milhões deles simultaneamente, sobrecarregando qualquer rede ou servidor comum.
Mas por que medir tanto a largura de banda quanto a taxa de pacotes? A largura de banda, em Tbps, mostra a quantidade total de dados enviados, enquanto a taxa de pacotes por segundo (Bpps) indica quantos pacotes individuais estão sendo processados ao mesmo tempo. Ambos são métricas cruciais para entender a magnitude de um ataque DDoS volumétrico. Ataques com alta largura de banda podem derrubar conexões de internet, enquanto ataques com alta taxa de pacotes podem saturar a capacidade de processamento de servidores e firewalls, tornando a mitigação ainda mais desafiadora.
Uma tendência preocupante: por que os ataques DDoS estão cada vez maiores?
Em 2025, a Cloudflare já havia mitigado ataques recordes de 11,5 Tbps e 7,3 Tbps. O crescimento exponencial da intensidade desses ataques mostra que estamos diante de uma escalada perigosa. O principal motor dessa tendência é a proliferação de dispositivos IoT (Internet das Coisas) inseguros, que se tornam alvos fáceis para invasores criarem botnets, ou exércitos de dispositivos zumbis.
AISURU: a botnet de dispositivos IoT por trás da ameaça?
Pesquisadores apontam que a botnet AISURU pode estar relacionada a ataques anteriores de grande escala, incluindo o de 11,5 Tbps. Mas o que é uma botnet? Em termos simples, trata-se de uma rede de dispositivos infectados controlada remotamente por cibercriminosos, usada para sobrecarregar redes e serviços.
A AISURU infecta diversos dispositivos comuns em residências e empresas, incluindo:
- Roteadores Totolink
- Câmeras IP
- DVRs (Digital Video Recorders)
- Outros equipamentos conectados à internet com senhas padrão ou falhas de segurança
Esses aparelhos, aparentemente inofensivos, tornam-se peças de um arsenal digital capaz de lançar ataques massivos e coordenados contra alvos de alto valor, como provedores de serviços online e infraestrutura crítica.
O impacto real de um ataque DDoS e como se proteger
Um ataque DDoS bem-sucedido pode ter consequências graves:
- Sites e serviços ficam lentos ou completamente indisponíveis
- Perdas financeiras devido à interrupção de vendas e operações
- Danos à reputação, especialmente para empresas que dependem de confiança do usuário
Mas como empresas como a Cloudflare conseguem neutralizar esses ataques? Elas usam sistemas avançados de filtragem e absorção de tráfego malicioso, distribuindo a carga por sua infraestrutura global e permitindo que apenas o tráfego legítimo chegue aos servidores do cliente.
Para usuários e empresas, algumas medidas podem ajudar a reduzir a participação involuntária em ataques DDoS:
- Trocar senhas padrão de roteadores e dispositivos IoT
- Atualizar regularmente o firmware dos dispositivos
- Desativar serviços desnecessários expostos à internet
Pequenas ações individuais podem contribuir para a segurança coletiva, diminuindo o poder de botnets como a AISURU.
Conclusão: uma corrida armamentista digital
O ataque DDoS recorde de 22,2 Tbps marca um ponto crítico na evolução das ameaças cibernéticas, mostrando o quanto a internet moderna pode ser vulnerável sem sistemas de defesa robustos. Ao mesmo tempo, a mitigação bem-sucedida da Cloudflare demonstra a resiliência da infraestrutura de defesa digital global.
Esta escalada de ataques sugere que estamos entrando em uma corrida armamentista digital, onde cada novo ataque exige respostas mais sofisticadas e rápidas. A conscientização de usuários, administradores e empresas é essencial para reduzir riscos e proteger o ecossistema online.
Deixe sua opinião nos comentários: você acredita que estamos preparados para a próxima geração de ameaças cibernéticas?