O alto custo da má qualidade: empresas brasileiras perdem milhões por falhas de software, mas apostam alto em IA para testes

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

Pesquisa aponta que metade das empresas brasileiras perde até US$ 5 milhões/ano por falhas de software. Aposta em IA e automação cresce.

A qualidade de software se tornou um dos pilares mais críticos (e caros) para as organizações modernas. Um novo estudo, o Quality Transformation Report 2025, divulgado pela Tricentis, líder global em testes contínuos e engenharia de qualidade, revela um cenário alarmante: metade das empresas brasileiras está perdendo entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões anualmente devido a falhas de software ou necessidades contínuas de manutenção.

Essa cifra impacta diretamente a reputação, as operações e o setor financeiro das empresas, especialmente em um contexto de crescente pressão por velocidade na entrega de software. No entanto, o relatório aponta para uma luz no fim do túnel: a adoção de Inteligência Artificial (IA) e automação está crescendo rapidamente, com 100% das empresas brasileiras planejando usar IA para detectar falhas e acelerar processos.

Este artigo fará uma análise aprofundada do Quality Transformation Report 2025, explorando os custos ocultos da má qualidade de software, os riscos de interrupção operacional e, crucialmente, como a IA e os agentes autônomos estão se tornando a principal estratégia para mitigar esses desafios e impulsionar a transformação na entrega de software no Brasil e na América Latina.

O custo invisível das falhas de software no Brasil e na América Latina

Perdas financeiras: milhões em falhas e manutenção

O custo de falhas de software no Brasil é altíssimo. 50% das organizações brasileiras estimam perdas anuais entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões com software de má qualidade ou manutenção contínua. Os setores mais afetados são:

  • Financeiro: 54% das empresas enfrentam perdas significativas.
  • Setor Público: 50%.
  • Varejo: 43%.
  • Energia: 39%.
  • Indústria: 35%.

Esses números evidenciam que as falhas de software extrapolam o campo técnico e se tornam riscos financeiros diretos, prejudicando margens de lucro, continuidade operacional e investimentos em inovação.

Risco iminente de interrupção no software

Além das perdas monetárias, as empresas enfrentam riscos operacionais concretos. 56% das companhias brasileiras relatam estar sob risco de interrupção anual nos sistemas de software. Na América Latina, o número é ainda mais grave: 68%.

As empresas menores são as mais vulneráveis: 88% das companhias com 150 a 249 colaboradores estão preocupadas com falhas no próximo ano. O setor industrial sofre ainda mais, com 73% das organizações da área expostas a esse risco.

A confiabilidade do software torna-se uma questão estratégica. Interrupções de software afetam não só a produtividade, mas também a imagem da marca e a experiência do cliente.

Pressão por velocidade e desafios internos: barreiras à qualidade

A ditadura da velocidade

A principal pressão percebida pelas empresas é o tempo. Na América Latina, 37% das empresas citam a velocidade como a maior barreira à qualidade. No Brasil, esse percentual chega a 36%.

Em nome da agilidade, 75% das organizações latino-americanas já implementaram código sem testá-lo adequadamente, o que alimenta o ciclo de falhas recorrentes e correções de emergência.

Desafios internos que minam a qualidade

O relatório também revela obstáculos sistêmicos dentro das empresas:

  • Falha de comunicação entre líderes e testadores: 35%.
  • Frustração com os primeiros resultados de IA: 34%.

Esses dados mostram que a qualidade de software é um problema estrutural, que exige mudanças de cultura, processos e ferramentas.

IA e automação: a estratégia de mitigação e transformação

IA para testes de software: uma aposta de 100% no Brasil

A confiança na Inteligência Artificial como aliada dos testes de software é clara:

  • Na América Latina, 94% das empresas querem ampliar o uso de IA para testes.
  • No setor de energia, esse número sobe para 98%.
  • No Brasil, 100% das empresas afirmam ter planos para implementar IA nos testes.

Além disso, 98% dos profissionais brasileiros confiam no uso de agentes autônomos de IA para ajudar na tomada de decisão durante a entrega de software.

Essa adesão reflete uma virada de mentalidade: a velocidade não precisa mais sacrificar a qualidade.

IA no ambiente corporativo: eficiência comprovada

O impacto da IA em ambientes corporativos já é mensurável. No Google Workspace, parceiro da Tricentis em iniciativas de produtividade com IA:

  • São realizadas 2 bilhões de assistências de IA por mês.
  • 75% dos usuários do Gemini para Workspace relatam melhora significativa na qualidade do trabalho.

A democratização da IA está em curso, inclusive em pequenas e médias empresas.

Estratégias para superar obstáculos e fortalecer a engenharia de qualidade

Prioridades na América Latina

As empresas da região estão adotando estratégias múltiplas:

  • 51% visam acelerar o desenvolvimento e a entrega.
  • 49% querem melhorar a qualidade.
  • 45% estão priorizando a automação de processos manuais.
  • 48% planejam migração para a nuvem.

Foco no Brasil

No Brasil, a qualidade do software é a prioridade número um. 64% das empresas enfatizam a aceleração do desenvolvimento, mas com foco em confiabilidade.

Infraestrutura de segurança avançada (contexto de IA)

A segurança da informação é outro eixo fundamental da transformação. A recomendação do relatório é clara: não basta reagir — é preciso antecipar falhas com:

  • Monitoramento contínuo
  • Análise inteligente de dados
  • Automação dos processos críticos

Plataformização e SASE

A abordagem de plataformas unificadas está crescendo como antídoto à fragmentação dos sistemas.

  • A Palo Alto Networks, por exemplo, está desenvolvendo uma plataforma de segurança de dados que cobre desde o desenvolvimento de código até a nuvem e os Security Operations Centers (SOCs).

Já o modelo SASE (Secure Access Service Edge) reforça a proteção de dados fora dos perímetros tradicionais, com controle baseado em identidade, contexto e comportamento.

Metodologia da pesquisa e sobre a Tricentis

Metodologia do Quality Transformation Report 2025

A pesquisa foi conduzida em março de 2025 e reuniu 2.750 profissionais e líderes de tecnologia de 10 países e 5 setores industriais.

Os participantes ocupavam cargos como CTOs, CIOs, VPs de engenharia, líderes de QA, profissionais de TI e DevOps.

O levantamento focou em tendências em desenvolvimento de software, testes, qualidade, DevOps e uso de IA.

Sobre a Tricentis

A Tricentis é uma líder global em testes contínuos e engenharia de qualidade, com um portfólio focado em:

  • Automação sem código
  • Testes orientados por IA
  • Velocidade e confiabilidade

É reconhecida por analistas como Forrester, Gartner e IDC. Entre seus mais de 3.000 clientes, estão empresas como McKesson, Allianz, Telstra, Dolby e Vodafone.

Conclusão: a engenharia de qualidade impulsionada por IA é o futuro do software no Brasil

O Quality Transformation Report 2025 da Tricentis expõe um desafio crítico: as perdas financeiras significativas causadas por falhas de software no Brasil. Mas também aponta para uma saída viável: IA e automação estão sendo cada vez mais vistas como ferramentas estratégicas para entregar software de qualidade, com mais segurança, velocidade e confiança.

A consciência crescente e o investimento massivo em IA para testes revelam que a engenharia de qualidade é a chave para o sucesso empresarial na era digital.

Prepare sua organização para essa transformação. Baixe o relatório completo da Tricentis e use a IA a seu favor! Para mais análises e guias sobre IA, automação e qualidade de software, continue acompanhando o SempreUpdate.

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