Emulação de jogos no Android com Proton e Pex

Descubra como Proton e Pex da Valve revolucionam jogos de Windows em dispositivos ARM

Escrito por
Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

A emulação de jogos no Android acaba de ganhar um impulso estratégico graças à Valve, a gigante por trás do Steam e do Steam Deck. Recentemente, engenheiros da empresa revelaram que estão financiando ferramentas que tornam possível rodar jogos de Windows em dispositivos ARM, como smartphones Android e laptops baseados em chips Snapdragon ou Apple M-series. Para quem acompanha tecnologia e jogos, isso representa uma mudança significativa no conceito de portabilidade e compatibilidade.

O grande desafio que a Valve enfrenta é a diferença fundamental entre arquiteturas de processadores: a maioria dos jogos de PC foi desenvolvida para x86, enquanto a grande maioria dos dispositivos móveis utiliza ARM. Isso significa que, sem uma camada de tradução eficiente, jogos populares simplesmente não rodariam em celulares ou laptops ARM. Com o financiamento de projetos como Proton e Fex/Pex, a Valve está abrindo caminho para uma nova era em que os jogos de Windows no Android podem ser jogados quase nativamente, sem grandes perdas de desempenho ou compatibilidade.

Neste artigo, vamos explorar como essas ferramentas funcionam, o papel da Valve nesse processo e as implicações desse avanço para o futuro dos jogos portáteis. Entender essa inovação é essencial para entusiastas de tecnologia, jogadores de PC e Android, usuários de Linux e qualquer pessoa interessada em como emulação e compatibilidade ARM podem transformar a experiência de jogo.

Proton e Pex: a dupla por trás da emulação em ARM

A primeira peça desse quebra-cabeça é o Proton, um projeto que já ganhou destaque dentro da comunidade Linux e SteamOS. O Proton é baseado no Wine, um software que permite que aplicações Windows rodem em Linux, mas com várias otimizações específicas para jogos e APIs gráficas. Ele atua como uma camada de compatibilidade, traduzindo chamadas de DirectX para Vulkan, que é suportado por GPUs em dispositivos ARM. Isso garante que os jogos mantenham gráficos e performance próximos ao esperado, mesmo fora do ambiente Windows tradicional.

O Pex (ou Fex, dependendo da implementação) complementa o Proton lidando diretamente com a emulação de CPU. Enquanto o Proton traduz APIs e bibliotecas, o Pex realiza a ponte entre arquiteturas x86 e ARM, permitindo que instruções originalmente projetadas para processadores Intel ou AMD rodem em chips móveis. Sem essa camada, a compatibilidade seria muito limitada, e jogos mais complexos simplesmente não funcionariam.

GameHub
Imagem: Android Authority

O que é o Proton e como ele funciona com DirectX e APIs

O Proton funciona interceptando as chamadas de sistema e bibliotecas do Windows, convertendo-as para o ambiente Linux/ARM de forma eficiente. Ele traduz APIs como DirectX 9, 10, 11 e 12 para Vulkan, garantindo que os jogos mantenham seus efeitos visuais e desempenho gráfico. Além disso, o Proton oferece suporte a controladores, texturas e shaders, integrando o ecossistema Steam ao dispositivo móvel de maneira transparente. Isso significa que você pode rodar títulos complexos de PC no seu smartphone Android sem precisar modificar o jogo ou depender de hacks complicados.

A importância do Fex/Pex: emulação de CPU e o papel da Valve

O Fex/Pex atua na camada de hardware, simulando a arquitetura x86 sobre chips ARM, que possuem conjuntos de instruções totalmente diferentes. Esse processo é crítico porque permite que os jogos enxerguem o dispositivo como se fosse um PC tradicional. A Valve, ao financiar esse projeto, garante que a emulação seja otimizada para performance, consumo de bateria e compatibilidade, estabelecendo um padrão que outros desenvolvedores e fabricantes podem seguir. Na prática, isso significa que o SteamOS e o ecossistema Steam podem ser levados a qualquer dispositivo ARM, expandindo a experiência de jogo portátil sem comprometer qualidade.

Implicações para o Android e o futuro dos jogos portáteis

Com o Proton e o Pex, os smartphones Android deixam de ser limitados a títulos mobile ou portados, podendo acessar um catálogo imenso de jogos de Windows, muitos deles AAA. Aplicativos como GameHub podem se beneficiar diretamente dessa tecnologia, oferecendo uma experiência de emulação de PC no celular quase nativa. Isso também abre caminho para que fabricantes de laptops ARM, como os baseados em Snapdragon X ou Apple M-series, possam oferecer suporte completo a jogos originalmente x86.

Para a Valve, o passo estratégico é claro: expandir o SteamOS para além do Steam Deck, criando um ecossistema em que qualquer dispositivo ARM se torne uma plataforma viável para jogos de PC. Isso não só fortalece a presença da empresa no mercado de jogos portáteis, mas também coloca pressão sobre concorrentes, incentivando melhorias em compatibilidade e desempenho em dispositivos móveis.

Além disso, essa tecnologia facilita a vida de usuários de Linux, que historicamente enfrentam desafios para rodar títulos Windows. Com uma camada de emulação robusta, esses jogadores podem acessar jogos sem precisar recorrer a dual boot, máquinas virtuais ou complicados hacks de software.

Visão geral: como a iniciativa da Valve transforma o cenário de portabilidade e emulação

A iniciativa da Valve com Proton e Pex representa um passo decisivo na emulação de jogos no Android e em dispositivos ARM. Ao resolver a barreira entre arquiteturas x86 e ARM, a empresa não apenas amplia a portabilidade dos jogos, mas também estabelece um padrão que pode ser seguido por outros desenvolvedores e fabricantes. Para jogadores e entusiastas, isso significa acesso a um catálogo muito maior de títulos em dispositivos móveis e laptops ARM, sem comprometer desempenho ou qualidade gráfica.

Se você é fã de tecnologia ou quer experimentar essa nova onda de compatibilidade ARM, acompanhar o desenvolvimento do SteamOS em ARM e testar as ferramentas de emulação como Proton e Pex será essencial. O futuro dos jogos portáteis está mais próximo do que nunca, e a Valve está no centro dessa transformação, trazendo a experiência de PC para o Android e além.

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