Exynos 2600 é oficial: Samsung apresenta o primeiro processador de 2 nm com foco em IA e jogos

Samsung lança Exynos 2600, o primeiro chip de 2 nm com GPU de console e IA avançada

Escrito por
Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

A Samsung reforça sua liderança global em semicondutores com o anúncio oficial do Exynos 2600, o primeiro processador comercial do mundo fabricado em 2 nm GAA. O novo chip chega como peça central da estratégia da empresa para a linha Galaxy S26, prometendo um salto expressivo em desempenho, eficiência energética, gráficos avançados e inteligência artificial embarcada. Mais do que uma simples evolução incremental, o Exynos 2600 representa uma mudança profunda na forma como a Samsung projeta chips para smartphones premium, mirando usuários exigentes, gamers mobile e entusiastas de hardware de ponta.

Desde os primeiros rumores, a expectativa em torno desse processador era alta, especialmente após críticas direcionadas a gerações anteriores da família Exynos. Com o Exynos 2600, a Samsung deixa claro que pretende recuperar protagonismo tecnológico, entregando um SoC que combina inovação em litografia, arquitetura de CPU ousada, GPU com DNA de console e soluções inéditas para controle térmico e segurança.

A revolução dos 2 nm e o processo GAA

Exynos 2600

A base de toda essa transformação está na adoção da litografia de 2 nm GAA, sigla para Gate-All-Around. Diferentemente dos transistores FinFET tradicionais, o GAA envolve completamente o canal do transistor, permitindo um controle muito mais preciso da corrente elétrica. Na prática, isso se traduz em maior desempenho com menor consumo de energia, um dos grandes desafios da computação móvel moderna.

Segundo a Samsung, o Exynos 2600 entrega um salto de até 39% em performance em comparação com a geração anterior, mantendo ganhos relevantes em eficiência energética. Esse avanço não é apenas um número de marketing, ele impacta diretamente tarefas do dia a dia, como abertura de aplicativos, multitarefa pesada, jogos exigentes e processamento de IA local.

Além disso, o processo de 2 nm marca um ponto de virada na indústria, posicionando a Samsung Foundry à frente de concorrentes no cronograma de produção em massa dessa tecnologia. Para o consumidor final, isso significa acesso antecipado a uma plataforma mais avançada, preparada para workloads cada vez mais complexos e para um ciclo de vida mais longo do dispositivo.

Adeus núcleos de eficiência: A nova arquitetura de 10 núcleos

Exynos 2600

Um dos aspectos mais ousados do Exynos 2600 é sua arquitetura de CPU. A Samsung optou por abandonar completamente os núcleos tradicionalmente classificados como de eficiência, adotando uma configuração 1+3+6 baseada na arquitetura Arm v9.3. Isso significa um núcleo principal de altíssimo desempenho, três núcleos de performance intermediária e seis núcleos também focados em potência, ainda que otimizados para cargas sustentadas.

Essa decisão quebra um paradigma comum no design de SoCs móveis, que normalmente equilibram núcleos de desempenho e eficiência para economizar bateria. A aposta da Samsung é que o avanço do processo de 2 nm GAA permite manter o consumo sob controle mesmo utilizando apenas núcleos de alta performance.

Na prática, o usuário deve perceber um sistema mais responsivo em qualquer situação, sem quedas bruscas de desempenho quando o smartphone alterna entre tarefas leves e pesadas. Para jogos, edição de vídeo no próprio aparelho e uso intenso de aplicativos com IA, essa arquitetura tende a oferecer uma experiência mais consistente e previsível.

Gráficos de console no bolso com a GPU Xclipse 960

No campo gráfico, o Exynos 2600 traz a nova GPU Xclipse 960, desenvolvida em parceria com a AMD e baseada na arquitetura RDNA. Esse componente é um dos grandes destaques do chip, especialmente para o público gamer. A Samsung afirma que houve um aumento de até 50% no desempenho de Ray Tracing em comparação com a geração anterior, aproximando ainda mais a experiência mobile daquela encontrada em consoles.

Além do Ray Tracing mais eficiente, a GPU conta com o Exynos Neural Super Sampling, ou ENSS, uma tecnologia que utiliza inteligência artificial para reconstrução de imagem. O objetivo é entregar gráficos mais nítidos e detalhados sem exigir resolução nativa máxima, reduzindo o impacto no consumo de energia e no aquecimento.

Com isso, jogos mais pesados podem rodar com taxas de quadros mais estáveis e qualidade visual superior, enquanto aplicações de realidade aumentada e interfaces gráficas complexas se beneficiam de renderização mais fluida. A Xclipse 960 reforça a ambição da Samsung de tornar seus chips Exynos competitivos não apenas em benchmarks, mas na experiência real de uso.

O fim do superaquecimento? A tecnologia Heat Path Block

Um dos pontos mais criticados em processadores anteriores da Samsung sempre foi o controle térmico. Para enfrentar esse problema de forma estrutural, o Exynos 2600 estreia a tecnologia Heat Path Block (HPB). Em vez de depender apenas de soluções tradicionais de dissipação no nível do smartphone, o HPB atua diretamente no encapsulamento do chip.

A tecnologia reorganiza a posição da DRAM e cria um caminho térmico dedicado, utilizando cobre como material principal para conduzir o calor de forma mais eficiente para longe das áreas críticas. Isso permite que o processador sustente altas cargas de trabalho por mais tempo sem atingir limites térmicos agressivos.

Na prática, o usuário deve perceber menos quedas de desempenho em jogos longos, gravações prolongadas de vídeo em alta resolução e tarefas intensivas de IA. O Heat Path Block (HPB) também contribui para maior longevidade do hardware, reduzindo o estresse térmico contínuo sobre os componentes internos.

Inteligência artificial e segurança pós-quântica

A inteligência artificial é outro pilar central do Exynos 2600. A nova NPU apresenta um salto de até 113% em desempenho, permitindo processamento local mais rápido e eficiente para recursos como reconhecimento de imagem, tradução em tempo real, fotografia computacional avançada e assistentes inteligentes mais contextuais.

Esse ganho é especialmente relevante em um cenário onde cada vez mais funções de IA são executadas diretamente no dispositivo, sem depender da nuvem. Além de reduzir latência, isso melhora a privacidade do usuário e garante funcionamento mesmo sem conexão constante à internet.

No campo da segurança, a Samsung também preparou o Exynos 2600 para o futuro ao incorporar mecanismos de criptografia resistentes a ataques pós-quânticos. Essa abordagem antecipa um cenário em que computadores quânticos possam ameaçar algoritmos criptográficos atuais, garantindo que dados sensíveis permaneçam protegidos por mais tempo.

Conclusão: O que esperar para o Galaxy S26

Com o Exynos 2600, a Samsung entrega um dos processadores móveis mais ambiciosos já anunciados. O uso pioneiro do 2 nm GAA, a arquitetura de CPU focada exclusivamente em performance, a GPU Xclipse 960 com recursos avançados de Ray Tracing, a solução térmica Heat Path Block (HPB) e o enorme salto em IA com a NPU colocam o chip em um novo patamar.

Para a linha Galaxy S26, isso significa smartphones mais rápidos, eficientes e preparados para aplicações que ainda estão surgindo. O mercado agora observa atentamente como esse processador vai se comportar no uso real, mas os sinais indicam que a Samsung está pronta para redefinir a percepção sobre a família Exynos e competir de igual para igual com qualquer solução premium do setor.

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