A Samsung está prestes a iniciar uma nova era no design de semicondutores móveis com o Exynos 2600, apresentado como o primeiro chip do mundo produzido em litografia de 2 nanômetros. Mais do que um simples salto de processo, o processador do Galaxy S26 rompe com uma tradição de anos ao abandonar o conceito de SoC totalmente integrado, removendo modem, conectividade sem fio e GPS do chip principal. A estratégia aproxima a Samsung do caminho já seguido pela Apple e tem um objetivo claro, resolver problemas históricos de aquecimento e eficiência energética que marcaram gerações anteriores de Exynos.
Para entusiastas de tecnologia e interessados em hardware, essa decisão representa uma mudança estrutural profunda. O chip de 2nm da Samsung não é apenas menor e mais denso, ele foi redesenhado para priorizar desempenho sustentado, estabilidade térmica e maior liberdade arquitetural para CPU e GPU. No contexto do Galaxy S26, isso pode significar um salto real de experiência no uso diário, em jogos e em cargas intensivas de inteligência artificial.
O fim do modem integrado: uma estratégia focada em desempenho
Durante anos, a Samsung apostou em SoCs altamente integrados, reunindo CPU, GPU, NPU, modem 5G, Wi-Fi, Bluetooth e GPS em um único silício. No papel, essa abordagem reduz latência e simplifica o design, mas na prática criou um gargalo térmico difícil de contornar. No Exynos 2600, a empresa decidiu separar funções críticas de conectividade do núcleo computacional.
Ao remover o modem e os controladores sem fio do SoC principal, o Exynos 2600 passa a concentrar seus transistores quase exclusivamente em processamento. Isso reduz a interferência térmica entre blocos que geram calor de forma diferente, como rádios 5G e núcleos de alto desempenho, e também simplifica o gerenciamento de energia em cenários extremos, como jogos prolongados ou gravação de vídeo em alta resolução.
Essa separação também libera área física no die principal. Em um processo de 2 nanômetros, cada milímetro quadrado é valioso, e o espaço antes ocupado por circuitos de rádio agora pode ser utilizado para mais cache, núcleos de CPU mais largos ou unidades gráficas mais robustas. Para o usuário final do Galaxy S26, isso se traduz em desempenho mais estável e menos quedas de frequência por aquecimento.
O papel do modem externo Shannon 5410

A conectividade do Galaxy S26 ficará a cargo do novo Shannon 5410, um modem externo desenvolvido pela própria Samsung. Essa solução concentra 5G, Wi-Fi, Bluetooth e GPS em um chip dedicado, projetado para lidar com altas cargas de rádio sem comprometer o equilíbrio térmico do processador principal.
O Shannon 5410 também se destaca pelo suporte nativo a comunicação via satélite, incluindo padrões NTN, algo cada vez mais relevante em um mercado que busca conectividade além das redes celulares tradicionais. Ao isolar essas funções, a Samsung consegue otimizar o consumo energético do modem de forma independente, desligando ou reduzindo frequências quando necessário, sem impactar diretamente a CPU ou a GPU.
Do ponto de vista técnico, essa abordagem permite atualizações e ajustes mais rápidos em futuras gerações de modem, sem exigir uma reformulação completa do SoC. É uma flexibilidade que aproxima o ecossistema Galaxy de estratégias modulares vistas em outros segmentos de semicondutores avançados.
Por que a Samsung tomou essa decisão?
A resposta curta é calor. A resposta completa envolve anos de críticas relacionadas à eficiência térmica dos chips Exynos, especialmente em comparação com soluções da Qualcomm e da Apple. Modems 5G são notoriamente exigentes em termos de energia, e quando integrados ao mesmo silício da CPU e da GPU, criam picos térmicos difíceis de dissipar em um chassi fino como o de um smartphone premium.
Com o Exynos 2600, a Samsung reduz drasticamente essa complexidade. Menos componentes críticos no chip principal significam menos calor concentrado em um único ponto, o que facilita o trabalho do sistema de resfriamento do Galaxy S26. Além disso, a separação permite que o processador opere por mais tempo em frequências elevadas sem throttling agressivo.
Outro fator importante é a escalabilidade do processo de 2 nanômetros. Quanto menor a litografia, mais sensível o chip se torna a variações térmicas. Ao simplificar o SoC, a Samsung consegue explorar melhor as vantagens do novo processo, como maior densidade de transistores e menor consumo por operação, sem esbarrar em limitações físicas impostas por blocos de rádio integrados.
A promessa da GPU Xclipse 960 e arquitetura AMD
Um dos maiores beneficiados por essa nova arquitetura é a GPU Xclipse 960, baseada em tecnologia AMD. Com mais espaço disponível no die e um orçamento térmico mais previsível, a Samsung pode ampliar unidades de computação gráfica e caches, melhorando desempenho em jogos e aplicações gráficas avançadas.
A GPU Xclipse 960 também deve se destacar em tarefas de IA local, cada vez mais presentes no Android moderno. Processamento de imagem, reconhecimento de voz e recursos generativos exigem desempenho sustentado, algo que depende diretamente de controle térmico eficiente. No processador do Galaxy S26, essa combinação de GPU mais robusta e menor interferência térmica pode finalmente entregar o potencial prometido pelas parcerias com a AMD.
Para desenvolvedores, isso abre espaço para experiências mais complexas, com gráficos avançados e workloads de IA executados diretamente no dispositivo, sem depender tanto da nuvem. É um passo importante para consolidar o Exynos 2600 como uma plataforma competitiva no cenário global.
Conclusão: o que esperar do Galaxy S26
O Exynos 2600 representa uma das mudanças mais ousadas já feitas pela Samsung em seus chips móveis. Ao adotar a litografia de 2 nanômetros e separar conectividade do núcleo computacional, a empresa ataca diretamente os pontos fracos que prejudicaram gerações anteriores. No Galaxy S26, essa decisão pode resultar em melhor desempenho sustentado, menor aquecimento e eficiência energética mais próxima, ou até superior, à de rivais como Qualcomm e Apple.
Ainda resta ver como essa arquitetura se comportará no uso real, mas do ponto de vista técnico, a estratégia é sólida e alinhada com tendências de design de semicondutores de ponta. Se a execução corresponder à ambição, o chip de 2nm da Samsung pode marcar o retorno definitivo da linha Exynos ao topo do mercado premium.
Chamada à ação: Você prefere um chip totalmente integrado ou acredita que a separação de componentes, com foco em performance bruta e eficiência térmica, é o caminho certo para os próximos smartphones topo de linha? Deixe sua opinião nos comentários.
