Marcas chinesas cancelam celulares ultrafinos após fracasso do iPhone Air

O fracasso do iPhone Air reescreve as regras de design de smartphones.

Escrito por
Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

O fracasso do iPhone Air se tornou ponto de discussão entre analistas, pois o desempenho tímido do modelo ultrafino da Apple desencadeou um efeito inesperado em toda a indústria. O que parecia ser a próxima grande tendência de design acabou servindo como alerta, levando fabricantes chinesas como Xiaomi, Oppo e Vivo a cancelarem silenciosamente seus próprios projetos de smartphones ultrafinos diante da clara falta de apelo do público.

O objetivo deste artigo é analisar por que o formato ultrafino perdeu relevância, como o mercado reagiu ao fracasso do iPhone Air e do Galaxy S25 Edge e o que isso revela sobre as prioridades reais dos consumidores de smartphones em 2025. O cenário atual indica uma mudança concreta nas expectativas do usuário, que agora valoriza mais bateria, câmeras avançadas e durabilidade do que qualquer esforço para reduzir a espessura a níveis extremos.

O efeito dominó do fracasso do iPhone Air e Galaxy S25 Edge

A baixa procura pelo iPhone Air, somada à recepção morna do Galaxy S25 Edge, evidenciou um problema que a indústria já vinha contornando, mas não enfrentava diretamente, a obsessão por celulares cada vez mais finos não representa mais uma vantagem competitiva. Para marcas como Xiaomi e Oppo, que frequentemente observam o comportamento do mercado premium para definir parte de suas estratégias, a reação ao ultrafino foi decisiva. O consumidor simplesmente não demonstrou interesse suficiente, e isso interrompeu projetos que estavam em desenvolvimento desde 2023.

Samsung Galaxy S25 Edge

O custo de ser ultra fino, bateria e recursos

O principal dilema do design ultrafino é conhecido há anos, mas raramente assumido de forma transparente, reduzir a espessura implica comprometer a bateria e sacrificar componentes internos essenciais. Para viabilizar dispositivos muito mais leves e finos, fabricantes costumam diminuir drasticamente a capacidade energética, reduzir o tamanho dos módulos de câmera e limitar sistemas de resfriamento.

O iPhone Air exemplifica isso, já que diversos reviews destacaram a autonomia reduzida e a sensação de fragilidade estrutural. Embora a Apple tenha investido em materiais premium e engenharia avançada, o usuário médio percebeu que o trade off não valia o preço cobrado. No caso do Galaxy S25 Edge, a curvatura extrema e o foco no visual ultraleve também exigiram concessões. A Samsung priorizou a estética, mas viu as mesmas reclamações surgirem, autonomia insatisfatória, câmeras inferiores aos modelos padrão e aumento de temperatura em uso prolongado. Dessa forma, tornou se evidente que a promessa de smartphones ultrafinos não compensa a perda de recursos, autonomia e robustez.

A métrica de sucesso das chinesas, cópia com cautela

Fabricantes chinesas muitas vezes se movem rapidamente para acompanhar tendências lançadas por Apple e Samsung. Contudo, diferentemente do passado, elas se tornaram mais criteriosas ao avaliar se uma tendência realmente possui demanda.

Com a clara baixa procura do iPhone Air, analistas da cadeia de suprimentos relatam que marcas como Xiaomi, Oppo e Vivo congelaram testes e protótipos ultrafinos inspirados no conceito “Air”. Essa mudança demonstra maturidade estratégica, pois, ao invés de replicar o design, as empresas tradicionais chinesas compreenderam que insistir nessa direção poderia resultar em modelos caros, pouco competitivos e com desempenho inferior. A cópia automática deixou de ser regra, mostrando que até as marcas mais agressivas do mercado estão dispostas a evitar apostas arriscadas quando o consumidor envia um sinal tão claro.

O cancelamento dos modelos “Air” na China e a nova direção do mercado

Segundo fontes da cadeia de suprimentos consultadas por veículos asiáticos de tecnologia, ao menos três fabricantes chinesas haviam preparado esboços, chassis e protótipos de smartphones ultrafinos para lançamento entre o final de 2024 e o início de 2025. A ideia era competir diretamente com o iPhone Air e oferecer alternativas mais baratas com o mesmo apelo estético. No entanto, após observarem o desempenho fraco do modelo da Apple e a recepção igualmente morna do Galaxy S25 Edge, os projetos foram arquivados. Em alguns casos, equipes de engenharia foram realocadas para linhas com foco em bateria de longa duração, zoom óptico aprimorado e inteligência artificial embarcada.

O movimento revela mudança estrutural no mercado chinês, que tradicionalmente segue rápido para imitar tendências, mas agora prioriza aquilo que o usuário realmente valoriza no dia a dia, autonomia, desempenho, câmeras versáteis e construção mais sólida.

O que o consumidor realmente quer, prioridades redefinidas

O insucesso da tendência ultrafina trouxe à tona um ponto importante, as prioridades dos consumidores não estão alinhadas com o foco extremo em espessura mínima. Durante anos, o discurso de marketing sugeriu que mais fino era melhor, mais elegante, mais premium e mais moderno. O resultado do iPhone Air, contudo, revelou que o público amadureceu tecnicamente. Em 2025, o usuário comum busca autonomia de verdade, e isso significa baterias maiores, soluções térmicas eficientes e carregamento rápido robusto. Outro fator fundamental é a qualidade fotográfica, que depende diretamente do espaço interno disponível para sensores maiores, estabilização óptica mais sofisticada e lentes de melhor qualidade.

O design ultrafino limita essas possibilidades, reduzindo o alcance das câmeras e prejudicando fotos em baixa luz. Além disso, existe uma demanda crescente por durabilidade, já que muitos consumidores querem aparelhos capazes de resistir a quedas, pressão e uso intensivo. Smartphones muito finos tendem a ser menos resistentes a torções e impactos, criando a percepção de fragilidade. Somando esses fatores, a conclusão é clara, a tendência ultrafina não reflete o que o público considera realmente importante em um smartphone moderno.

Conclusão, o fim da obsessão por celulares finos?

O desempenho fraco do iPhone Air e do Galaxy S25 Edge funcionou como ponto de virada, acelerando o declínio da tendência de celulares ultrafinos e mostrando que esse não é mais um diferencial competitivo. O mercado enviou uma mensagem objetiva, os consumidores valorizam autonomia, desempenho, câmeras competentes e durabilidade, muito mais do que uma espessura minimizada.

As fabricantes chinesas agiram com inteligência ao cancelar seus projetos, evitando repetir o mesmo erro estratégico das gigantes ocidentais. Para muitos especialistas, o conceito de ultrafino deve continuar existindo, mas como nicho, não como padrão de mercado. Agora queremos saber a sua opinião, a espessura ainda influencia na sua escolha de smartphone ou você também acredita que bateria e câmeras são mais importantes? Deixe seu comentário e participe da conversa sobre o futuro do design mobile.

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