Se você está acompanhando o ciclo do FreeBSD 15.0, o recado do FreeBSD 15.0-RC3 é bem claro: estamos perto do “cheiro” de versão final. Release Candidate é aquele momento em que o projeto para de inventar moda e começa a caçar arestas, aquelas correções pequenas que, quando somadas, evitam dor de cabeça depois.
Status do lançamento: terceiro RC, cara de versão estável
O RC3 é a terceira prévia do 15.0-RELEASE e funciona como um teste de estresse coletivo. A equipe quer mais gente instalando, atualizando e tentando quebrar o sistema, justamente para que o lançamento final chegue com menos surpresas. Quem acompanha o ramo releng/15.0 via Git também já consegue alinhar o ambiente com o que está virando “a” base do 15.0.
A dieta do DVD: adeus KDE (na ISO)
Agora vem a parte curiosa e, honestamente, charmosa: a imagem dvd1.iso precisou ser “emagrecida”. O motivo não é filosófico nem briga de desktop, é física mesmo: o limite clássico de 4,7 GB de um DVD. Para caber nesse tamanho, os pacotes do KDE foram removidos do conteúdo do DVD.
Em plena era do pendrive e do download em fibra, isso parece detalhe, mas diz muito sobre o FreeBSD: até na reta final do 15.0, o projeto ainda faz esforço para respeitar mídias legadas e cenários onde o “velho DVD” não é nostalgia, é praticidade.
Melhorias no ZFS, NVMe e IICHID
Fora a questão do tamanho da ISO, o RC3 é aquele tipo de release que melhora o sistema por baixo do capô:
- OpenZFS foi atualizado para 2.4.0-rc4, um passo importante para quem depende de recursos e correções recentes no stack de armazenamento.
- Houve correções no tratamento de eventos de mudança de namespace em NVMe, que podem afetar como o sistema reage a alterações/reatribuições de namespaces em SSDs NVMe.
- E também entrou um ajuste no manuseio de comandos IICHID do tipo “RESET”, algo que pode aparecer em cenários de dispositivos HID e controladores específicos.
Disponibilidade e chamada para testes
As imagens de instalação do FreeBSD 15.0-RC3 estão disponíveis para várias arquiteturas, incluindo amd64, aarch64, armv7, powerpc64/powerpc64le e riscv64. Há também imagens voltadas para VMs (formatos comuns de virtualização), além de opções de imagens de contêiner (OCI) e referências para uso em nuvem. As somas de verificação (SHA256/SHA512) estão publicadas para validar a integridade dos downloads, e o projeto incentiva que bugs sejam reportados via Bugzilla ou na lista -stable.
Vale um alerta rápido para quem vai testar em ARM usando imagens para cartão SD: por praticidade, o FreeBSD vem com um usuário freebsd habilitado para SSH com senha freebsd, e o usuário root com senha root. É ótimo para não ficar travado sem console, mas a primeira tarefa depois do boot tem que ser trocar essas senhas, antes de colocar a máquina em qualquer rede mais “selvagem”.
E se você já tem um sistema rodando e quer entrar no RC3 sem reinstalar tudo do zero, o caminho oficial é o freebsd-update, com upgrade binário suportado (especialmente em amd64 e aarch64). A rotina é aquela clássica: aplicar updates pendentes da versão atual, rodar o upgrade para 15.0-RC3, reiniciar para subir o novo kernel e então executar as instalações finais do userland. É o tipo de fluxo que facilita muito testar o RC sem “queimar o laboratório” inteiro.
Onde baixar o FreeBSD 15.0-RC3 para testar
Se você quer colocar as mãos no FreeBSD 15.0-RC3 agora, a equipe disponibilizou imagens oficiais em diferentes formatos e arquiteturas. A dica aqui é simples: em PC comum, vá de amd64; em placas e servidores ARM, use aarch64/arm64; e, se você está explorando hardware novo, o riscv64 também entra no jogo. Abaixo estão os links diretos das ISOs mais usadas, prontas para download e testes (com checksums disponíveis no mesmo diretório para conferir a integridade).
Base (ISO-IMAGES/15.0): Repositório geral do FreeBSD.
