Galaxy Z TriFold passa por teste de resistência e revela limites das dobradiças

Resistência real, inovação em teste e o futuro dos dobráveis triplos da Samsung

Escrito por
Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

O Galaxy Z TriFold chegou ao mercado como uma das apostas mais ousadas da Samsung no segmento de dispositivos dobráveis, prometendo combinar inovação, produtividade e um novo patamar de engenharia. Desde o anúncio, um dos principais pontos destacados pela fabricante foi a durabilidade das dobradiças, projetadas para suportar até 200.000 dobras ao longo da vida útil do aparelho. Essa promessa, no entanto, foi colocada à prova em um teste de durabilidade real conduzido pelo canal OMG_electronics, que decidiu submeter o dobrável triplo da Samsung a um estresse contínuo e intenso, trazendo respostas concretas sobre sua resistência no uso extremo.

A expectativa era alta, principalmente por se tratar de um formato inédito, mais complexo do que os dobráveis tradicionais. Embora o resultado final não tenha alcançado a meta anunciada pela Samsung, o desempenho do Galaxy Z TriFold levantou uma discussão importante sobre o que realmente significa durabilidade em um produto de primeira geração e até que ponto números teóricos refletem o uso cotidiano.

O teste de estresse do canal OMG_electronics

O teste conduzido pelo OMG_electronics foi projetado para simular anos de uso em um curto espaço de tempo. Durante oito dias consecutivos, o Galaxy Z TriFold foi submetido a dobras contínuas, sem pausas prolongadas para descanso das dobradiças. O objetivo era observar não apenas o momento da falha, mas também os sinais progressivos de desgaste ao longo do processo.

Nos primeiros ciclos, o aparelho manteve um comportamento considerado normal para um dobrável recém-saído da caixa. A fluidez das dobradiças e a integridade da tela interna se mantiveram estáveis. No entanto, os primeiros indícios de desgaste começaram a surgir após aproximadamente 61.000 dobras, quando ruídos mecânicos passaram a ser perceptíveis durante a abertura e o fechamento do dispositivo.

Esses sons se intensificaram por volta das 121.000 dobras, sugerindo que a estrutura interna das dobradiças já estava sob estresse significativo. Mesmo assim, o dobrável triplo da Samsung continuou operando, com a tela funcional e sem falhas visuais aparentes, algo que chamou a atenção pela resiliência do conjunto.

Galaxy Z TriFold

Quando a dobradiça cedeu

O momento mais crítico do teste ocorreu entre 144.000 e 150.000 dobras, quando o Galaxy Z TriFold começou a apresentar perda de elasticidade nas dobradiças. A abertura do aparelho deixou de ser suave e passou a exigir mais esforço, indicando desgaste avançado dos componentes internos responsáveis pela sustentação do mecanismo triplo.

Apesar disso, um ponto importante foi observado, a tela principal continuou funcionando normalmente, sem linhas, manchas ou falhas de toque. Mesmo com a dificuldade mecânica, o painel dobrável manteve sua integridade, reforçando a ideia de que o maior ponto de vulnerabilidade está concentrado na resistência da dobradiça, e não necessariamente na tela em si.

O teste foi interrompido pouco depois, não por falha total do aparelho, mas porque a experiência de uso já não correspondia ao esperado para um dispositivo premium. Ainda assim, o resultado final mostrou que o Galaxy Z TriFold superou a marca de 150.000 dobras, um número expressivo para um design completamente novo.

Comparativo de durabilidade: TriFold vs. Galaxy Z Fold 7

Para entender melhor o resultado, é essencial contextualizar o Galaxy Z TriFold dentro do portfólio da Samsung. Diferentemente do Galaxy Z Fold 7, que já se encontra em uma geração madura e testada, o TriFold representa uma estreia tecnológica. O Fold 7, por exemplo, já foi submetido a testes que indicam resistência de até 500.000 dobras, resultado de anos de refinamento no design das dobradiças.

O dobrável triplo da Samsung, por outro lado, incorpora um sistema muito mais complexo, com múltiplos pontos de articulação e maior área de tela flexível. Isso naturalmente aumenta os desafios de engenharia e reduz a previsibilidade da durabilidade em comparação com modelos mais consolidados.

Sob essa ótica, o desempenho do Galaxy Z TriFold no teste de durabilidade pode ser considerado positivo. Mesmo sem atingir a meta teórica de 200.000 dobras, o aparelho demonstrou um nível de resistência compatível com um produto de primeira geração, algo comum em tecnologias que ainda estão em fase inicial de adoção.

O que isso significa para o consumidor

Para o usuário final, a grande questão é se 150.000 dobras são suficientes para o uso diário real. Em média, um usuário comum dobra o smartphone entre 30 e 50 vezes por dia. Nesse cenário, o Galaxy Z TriFold poderia suportar facilmente entre oito e dez anos de uso, um período que ultrapassa o ciclo médio de troca de smartphones.

Outro fator importante é o posicionamento de mercado do dispositivo. Com preço estimado em cerca de US$ 2.800, o dobrável triplo da Samsung não é voltado para o público geral, mas sim para entusiastas de tecnologia e early adopters, que compreendem os riscos e limitações de um formato inovador.

Para esse perfil de consumidor, o resultado do teste do OMG_electronics não invalida o produto, mas serve como um indicativo realista do que esperar em termos de longevidade, reforçando a importância de cuidados no uso diário.

Conclusão

O teste de resistência do Galaxy Z TriFold mostrou que, embora o aparelho não tenha alcançado as 200.000 dobras prometidas, seu desempenho foi surpreendentemente resiliente para um dobrável triplo de primeira geração. A estrutura das dobradiças apresentou desgaste progressivo, como esperado, mas a tela manteve sua funcionalidade mesmo após milhares de ciclos intensos.

Esse resultado evidencia o estágio atual dos dobráveis triplos, uma tecnologia promissora, ainda em evolução, mas que já entrega níveis de durabilidade aceitáveis para o uso real. Com o avanço das próximas gerações, é natural esperar melhorias significativas na resistência da dobradiça e na confiabilidade geral do formato.

E você, confiaria em um dobrável triplo como o Galaxy Z TriFold para o uso diário ou prefere esperar por versões mais maduras? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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