Gemini 2.5 Deep Think: O que é e como funciona a nova IA do Google

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

Google eleva o nível da IA com o Gemini 2.5 Deep Think, um novo modo de raciocínio para resolver os problemas mais complexos.

O Google acaba de acionar um novo botão em seu arsenal de inteligência artificial, prometendo um salto sem precedentes na capacidade de “pensar” dos seus modelos. Trata-se do lançamento do modo Gemini 2.5 Deep Think, uma funcionalidade avançada desenvolvida para levar a inferência e o raciocínio dos modelos a um novo patamar — e que já está disponível, com acesso limitado, para assinantes do plano Google AI Ultra.

O anúncio marca não apenas uma melhoria incremental, mas o surgimento de uma nova camada de especialização e profundidade cognitiva em IAs de uso profissional. Neste artigo, você vai entender o que é o modo Deep Think, como ele funciona com base no conceito de pensamento paralelo, para quem ele é destinado, qual seu custo e o que isso significa para o futuro da inteligência artificial — inclusive para desenvolvedores, cientistas e empresas que enfrentam problemas de alta complexidade.

O que é o Gemini 2.5 Deep Think?

Gemini 2.5

O Gemini 2.5 Deep Think é um novo modo avançado de raciocínio introduzido pelo Google em sua família de modelos Gemini, projetado para oferecer respostas mais longas, profundas e analiticamente robustas. A funcionalidade é voltada para usuários avançados, como desenvolvedores, pesquisadores e cientistas que demandam soluções para problemas complexos, e que buscam uma IA com maior capacidade de inferência.

Ao ativar o modo Deep Think, a IA do Gemini recebe tempo extra de processamento, permitindo explorar múltiplas soluções antes de gerar uma resposta final. Isso significa que o modelo não apenas responde mais devagar, mas também pensa mais antes de falar — literalmente.

O conceito de pensamento paralelo

No coração do novo modo está o conceito de pensamento paralelo, uma abordagem em que a IA avalia simultaneamente várias hipóteses ou caminhos de solução para um mesmo problema. Em vez de seguir uma linha de raciocínio linear, o modelo divide seu processamento para explorar diferentes abordagens, compara as alternativas geradas internamente e escolhe aquela que parece mais coerente, precisa ou eficiente.

Esse mecanismo se assemelha ao funcionamento da mente humana em processos de resolução de problemas complexos, como lógica, codificação ou matemática. Na prática, o resultado são respostas mais elaboradas, justificadas e orientadas a contexto, especialmente úteis em tarefas que exigem múltiplas etapas de raciocínio.

Melhorias e benchmarks: mais que uma promessa

O modo Deep Think não é apenas uma promessa. Em benchmarks como o LiveCodeBench, usado para medir o desempenho de IAs em tarefas de programação, o Gemini 2.5 teve um salto considerável. Segundo o Google, a ativação do novo modo elevou a pontuação para 87,6%, um ganho expressivo frente aos números apresentados durante a Google I/O 2025, quando a ferramenta ainda estava em fase de testes internos.

Esse resultado coloca o Deep Think como um dos sistemas mais precisos no entendimento e resolução de problemas de codificação difíceis, ultrapassando modelos anteriores e até mesmo concorrentes em tarefas específicas.

Para quem é o Deep Think e quais os seus superpoderes?

A funcionalidade foi claramente pensada para um público profissional e técnico. Desde desenvolvedores de software até cientistas computacionais, matemáticos e pesquisadores, o Deep Think oferece vantagens consideráveis para quem precisa de mais do que respostas rápidas: precisa de boas respostas.

Resolvendo problemas complexos de código e ciência

Um dos focos mais evidentes do Gemini 2.5 Deep Think é a sua aplicação em problemas de programação complexos, especialmente aqueles que envolvem raciocínio algorítmico, depuração e arquitetura de código. O Google afirma que o sistema teve ótimos resultados em questões de codificação de alta dificuldade, inclusive aquelas utilizadas em exames técnicos e entrevistas de emprego.

Além disso, a IA demonstrou capacidade matemática avançada, sendo capaz de resolver problemas no nível Bronze da Olimpíada Internacional de Matemática (IMO) — um feito impressionante, dado que essas questões exigem pensamento estruturado, dedução lógica e criatividade.

O “preço do pensamento”: acesso e custo

Apesar das capacidades impressionantes, o acesso ao Deep Think é restrito. Para ativar o modo, é necessário ser assinante do plano Google AI Ultra, que custa US$ 249,99 por mês. A funcionalidade aparece na interface com um novo botão, e pode ser ativada sob demanda.

No entanto, há uma limitação diária de uso: o Deep Think está disponível apenas para alguns prompts por dia, o que levanta questões sobre o custo-benefício do investimento, especialmente para pequenos times ou freelancers que não precisam de alto volume de respostas complexas todos os dias.

Essa restrição pode ser vista como uma forma de preservar recursos computacionais ou uma estratégia para incentivar um uso mais direcionado e consciente da IA, mas também traz à tona a discussão sobre o futuro do acesso a ferramentas de IA de alta performance: elas serão cada vez mais elitizadas?

Conclusão: O que o Deep Think significa para o futuro da IA?

Com o lançamento do Gemini 2.5 Deep Think, o Google dá um passo importante na evolução das inteligências artificiais voltadas para raciocínio avançado. A ferramenta deixa claro que não se trata apenas de gerar texto ou responder perguntas, mas de construir um sistema de apoio real à solução de problemas de alta complexidade.

O novo modo inaugura uma fase em que IAs não apenas acessam dados rapidamente, mas pensam de forma mais parecida com humanos — e, em alguns aspectos, melhor. No entanto, o alto custo e a limitação de uso diário indicam que esse futuro, por enquanto, é acessível apenas para uma parcela muito específica de usuários.

E você, o que acha? O poder do Deep Think justifica um investimento tão alto? A capacidade de resolver problemas complexos dessa forma vai mudar a maneira como você trabalha? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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