A ascensão da inteligência artificial trouxe inúmeras inovações, mas também abriu espaço para novos tipos de ameaças digitais. Um caso recente que chamou atenção envolve a IA Grok, integrada ao X (antigo Twitter), que está sendo explorada por cibercriminosos em um golpe engenhoso para disseminar links maliciosos.
Pesquisadores de segurança identificaram uma técnica apelidada de “Grokking”, na qual os criminosos manipulam a própria inteligência artificial da plataforma para validar e amplificar a distribuição de malware e golpes online. O ataque combina engenharia social, publicidade e falhas na forma como a IA processa metadados, criando um cenário preocupante para os usuários.
Diante da popularidade do X e da confiança que muitos depositam em respostas automáticas de sistemas verificados, entender como esse golpe funciona e aprender a se proteger é fundamental. Este artigo explica em detalhes o mecanismo do ataque, seus riscos e as medidas práticas de defesa.

O que é o golpe “Grokking”: como a IA do X virou uma arma para hackers
O golpe Grokking se baseia em duas etapas principais: a manipulação de anúncios no X e a exploração da própria IA Grok para validar e republicar links maliciosos. Essa combinação permite que os criminosos driblem mecanismos de segurança e ampliem massivamente o alcance de seus ataques.
A isca: anúncios de vídeo e o link escondido
O golpe começa com a publicação de anúncios de vídeo, muitas vezes usando iscas ligadas a conteúdo adulto ou materiais que despertam curiosidade. Esses anúncios não exibem o link malicioso de forma direta. Em vez disso, os cibercriminosos o inserem em campos de metadados como o “De:”, que aparentemente não são analisados pelos sistemas de segurança da plataforma.
Assim, para o usuário comum, o anúncio parece apenas mais um vídeo, sem indícios óbvios de risco. No entanto, o link malicioso já está embutido no conteúdo, pronto para ser explorado na segunda etapa.
A manipulação: Grok é “enganado” para revelar o perigo
O passo seguinte é onde a técnica se torna ainda mais sofisticada. Os próprios golpistas, ou bots programados, interagem com os anúncios e perguntam ao Grok sobre a origem do vídeo. Ao analisar a postagem, a IA acessa os metadados e encontra o link oculto.
De forma automática, a inteligência artificial publica uma resposta contendo o endereço malicioso — agora em um formato clicável e validado por uma conta oficial do sistema. O que antes estava escondido em campos invisíveis passa a ser exibido como uma resposta legítima e confiável, induzindo os usuários ao clique.
Por que esta técnica é tão perigosa e eficaz?
A força do golpe não está apenas na sofisticação técnica, mas também na exploração de fatores psicológicos e estruturais que tornam o ataque extremamente convincente.
A confiança cega em contas de sistema
Um dos maiores problemas é a autoridade percebida. Quando um link é compartilhado diretamente pela conta oficial do Grok, muitos usuários tendem a acreditar que a informação é segura. Essa confiança cega reduz a cautela e aumenta drasticamente as chances de alguém clicar no link, mesmo em casos em que o anúncio original já parecia suspeito.
Essa manipulação da confiança em respostas automatizadas demonstra como a engenharia social ainda é um pilar central dos ataques cibernéticos.
Amplificação massiva: o poder dos anúncios e da IA juntos
Outro ponto crítico é o alcance. Como os criminosos utilizam anúncios pagos, seus conteúdos já são impulsionados para milhões de usuários. Quando somamos isso à validação pública da IA Grok, temos um efeito de amplificação em escala massiva.
Na prática, o ataque consegue unir o alcance da publicidade digital com a credibilidade da inteligência artificial, criando uma tempestade perfeita para a disseminação de malware e golpes financeiros.
Como se proteger de golpes que usam IA no X e em outras redes
Embora o golpe Grokking seja engenhoso, os usuários podem adotar medidas de proteção simples e eficazes. Veja algumas recomendações:
- Desconfie de links em respostas, mesmo quando publicados por contas verificadas ou sistemas oficiais. Se o post original for suspeito, a resposta provavelmente também é.
- Verifique sempre a URL antes de clicar. Passe o mouse sobre o link e observe se o endereço parece legítimo.
- Ignore anúncios com conteúdo chocante ou adulto, pois eles são frequentemente usados como isca em ataques.
- Utilize soluções de segurança digital, como antivírus e extensões de navegador capazes de bloquear sites maliciosos conhecidos.
- Mantenha uma postura cética em relação a conteúdos que parecem “bons demais para ser verdade” ou que prometem algo fora do comum.
Conclusão: um alerta para a evolução das ameaças digitais
O caso do golpe Grokking é um exemplo claro de como os cibercriminosos se adaptam rapidamente para explorar novas tecnologias. A IA Grok, criada para ajudar usuários a interagir melhor com conteúdos no X, acabou se tornando um vetor de ataques quando manipulada de forma criativa e maliciosa.
Esse episódio reforça a necessidade de vigilância constante, tanto por parte dos usuários quanto das próprias plataformas de tecnologia. Estar informado e adotar práticas de navegação segura são as melhores formas de evitar cair em golpes que exploram as últimas tendências digitais.
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