Na semana passada, a instituição filantrópica do Google, o Google.org, anunciou a doação de aproximadamente 5 milhões de reais para a Laboratória, organização que trabalha para inserir mais mulheres no mercado de tecnologia.
A proposta da doação é impactar 2 mil brasileiras até o final de 2025, com capacitações em carreira de tecnologia, atuando para reduzir a desigualdade de gênero e possibilitando que o setor represente maiores e melhores oportunidades para as mulheres.
Google faz doação milionária à Laboratória para que mulheres sejam inseridas no mercado de trabalho de tecnologia
Com o recurso doado, a Laboratória, que já atua, remotamente, em todo o Brasil, irá intensificar sua atuação nas capitais Fortaleza, Recife e Salvador, e, além do seu bootcamp de desenvolvimento web, realizará formações presenciais nas respectivas cidades com o objetivo de aproximar e acompanhar mulheres com pouco ou nenhum conhecimento sobre o tema, para prepará-las para o mercado de trabalho nessa área.
As interessadas podem seguir as redes sociais da Laboratória para acompanhar as novidades ou acessar o site.
Até dezembro de 2025, o investimento possibilitará que até 500 mulheres que passarem pelo bootcamp, treinamento intensivo de 6 meses, tenham oportunidade de iniciar uma carreira na tecnologia.
Após a conclusão dos bootcamps, as alunas serão conectadas com empresas parceiras interessadas no talento feminino e em ampliar a diversidade de gênero em suas equipes.
Código M
A iniciativa ainda pretende alcançar outras 1.500 mulheres com pouco ou nenhum contato com os campos profissionais oferecidos no setor de tecnologia, por meio do projeto Código M.
Além disso, também será criada uma comunidade entre as alunas para que elas continuem aprendendo juntas e compartilhando experiências e conhecimentos nos anos seguintes.
A proposta é encorajar brasileiras a explorar a tecnologia como um caminho de carreira, ampliando o grau de empregabilidade em regiões onde a oferta dessas formações é menor.
“Devido a estereótipos de gênero profundamente arraigados e barreiras socioeconômicas no Brasil, as mulheres enfrentam obstáculos que afetam suas experiências educacionais e profissionais. Isso cria um custo para as mulheres, a economia e a sociedade como um todo. Para as mulheres, a falta de acesso à educação de qualidade afeta diretamente sua capacidade de encontrar trabalho, aumentar sua renda e melhorar suas próprias condições a longo prazo. A diferença de gênero também tem custos econômicos e de mercado de trabalho”, diz Susana Ayarza.
Mulheres na tecnologia
De acordo com o Global Gender Gap Report 2020, no Brasil, apenas seis em cada dez mulheres estão no mercado de trabalho. E o relatório Advancing Women in Entrepreneurship de 2020, do Cresça com o Google, destaca que quase 40% das brasileiras consideram ter acesso desigual a oportunidades de carreira em comparação aos homens.
A ideia é que o programa receba majoritariamente mulheres sem emprego (70%) e que tiveram menos oportunidades educacionais e profissionais. No mínimo 45% do público será formado por participantes negras e 80% de todas as inscritas serão da região Nordeste.