Hackers do Bem: programa gratuito de cibersegurança com bolsa de R$ 3 mil abre 25 mil novas vagas

Formação gratuita do MCTI/RNP abre 25 mil vagas em cibersegurança — com casos reais de requalificação e bolsa de R$ 3 mil na Residência Tecnológica.

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

O “apagão” de talentos em cibersegurança não é um clichê — é um gargalo real que trava projetos, aumenta riscos e custa caro para empresas de todos os portes. É nesse contexto que o Hackers do Bem volta aos holofotes: o programa gratuito do MCTI, executado pela RNP, abriu 25.000 novas vagas para os módulos de nivelamento e básico, ampliando a porta de entrada para quem quer começar (ou recomeçar) na área mais quente da tecnologia. Desde janeiro de 2024, a iniciativa já certificou mais de 36 mil alunos, o que ajuda a explicar por que tanta gente a enxerga como um divisor de águas para a empregabilidade em segurança no país.

Nunca é tarde para recomeçar: histórias de sucesso

Se você acha que “perdeu o timing” para entrar em tecnologia, respira fundo e vem comigo. O Marcelo Goulart, 60 anos, reabriu a porta da carreira com o Hackers do Bem. Ele começou em TI há décadas, se afastou, e agora voltou com foco: quer atuar como pentester ou até gerenciar projetos de segurança. O que mudou? Uma trilha didática, online, com material que ele descreve como de alto nível — e uma comunidade que puxa junto.

A Patrícia Monfardini, 52 anos, é outro exemplo que derruba mitos. Sem experiência prévia em TI, entrou por incentivo de uma colega. No começo, foi difícil — ela mesma conta que chorou, persistiu e venceu. Resultado: chegou à especialização em Red Team (segurança ofensiva) e já iniciou Engenharia de Software para consolidar a transição. Quantas pessoas você conhece que dizem “um dia eu mudo”? A Patrícia transformou o “um dia” em agora.

Como funciona a trilha gratuita com bolsa de R$ 3 mil

A estrutura é simples de entender e poderosa na prática. Os novos ingressantes começam pelos módulos de nivelamento e básico, avançam para o fundamental e, depois, para especializações (por exemplo, Red Team ou forense digital). Tudo com aulas online e atividades interativas.

O “prêmio” chega na etapa final: a Residência Tecnológica. Nela, os alunos atuam presencialmente em Pontos de Presença da RNP espalhados pelo Brasil, resolvendo problemas reais de segurança — e recebem uma bolsa-auxílio de R$ 3.000 por mês durante seis meses. É uma rampa de aceleração para a transição de carreira: você aprende fazendo, com missão clara e impacto direto. Na prática, é onde o currículo ganha musculatura e o networking acontece do jeito certo — trabalhando.

Por que isso importa agora: o contexto do mercado

Falta gente — e muita. De acordo com o relatório global da Fortinet, o mundo precisa de cerca de 4 milhões de profissionais de cibersegurança para reduzir a exposição a riscos e lidar com a escala dos ataques. Em bom português: o problema não é local, é global, e está crescendo. O Brasil, com sua digitalização acelerada, precisa formar (e requalificar) talentos em massa — do zero ao avançado — com trilhas claras, custo acessível (idealmente zero) e prática supervisionada. A equação do Hackers do Bem acerta nesses pontos: vagas gratuitas, trilha progressiva, especialização orientada ao mercado e residência com bolsa.

E tem um detalhe humano que vale ouro: o programa prova, caso a caso, que idade não é barreira. O mercado de segurança recompensa aprendizado contínuo, boa base conceitual e habilidade prática — três atributos que não dependem da data no RG. Histórias como as do Marcelo e da Patrícia mostram que “nunca é tarde para recomeçar” não é slogan; é plano de carreira quando existe caminho, comunidade e incentivo financeiro para atravessar a ponte.

Como participar

Se você quer migrar ou acelerar sua trajetória em cibersegurança, o momento é agora. As 25 mil vagas gratuitas estão abertas para quem deseja começar pelos módulos de nivelamento e básico. É estudar com método, construir portfólio e, com performance, disputar a Residência Tecnológica — com bolsa-auxílio e experiência de campo. Dito de outro jeito: é a chance de transformar curiosidade em profissão e propósito em salário.

Compartilhe este artigo
Nenhum comentário