A mais nova versão do popular Hyprland compositor — Hyprland v0.51.0 — chegou com uma reformulação completa do seu sistema de gestos de trackpad. É o tipo de mudança que você sente no primeiro deslizar: tudo ficou mais natural, direto e, principalmente, configurável. Para quem vive no laptop, isso soa como liberdade — e produtividade. A atualização foi anunciada hoje (10 de setembro de 2025) e coroa dois meses de ajustes e polimento que miram exatamente a experiência diária do usuário.
Em poucas palavras: é um compositor Wayland para Linux — com gerenciamento de janelas em tiling dinâmico, foco em desempenho e um visual caprichado (animações, blur, cantos arredondados). É um projeto independente (não usa mais wlroots desde 2024) e altamente personalizável.
Na prática, o Hyprland é o software que “fala” Wayland e controla como as janelas aparecem, se movem e são renderizadas na tela — algo que, no mundo Wayland, junta papel de compositor e gerenciador de janelas em um só programa, diferente de DEs completos como GNOME/KDE.
Por que tanta gente usa?
- Personalização: configurações via
hyprland.conf
/hyprctl
, ecossistema de plugins (instaláveis viahyprpm
). GitHub - Recursos modernos: gestos 1:1 no trackpad (você define dedos, direção, ação e modificadores), múltiplos workspaces, animações suaves.
- “Leve” e responsivo, sem abrir mão de efeitos; site e README deixam isso explícito.
Se você curte atalho de teclado, gestos e um ambiente sob medida, o Hyprland compositor entrega um nível de controle difícil de encontrar em outras opções.
Gestos de trackpad totalmente configuráveis
O novo sistema de gestos é 1:1 — o movimento dos seus dedos vira ação na tela sem “gambiarras” pelo caminho. Você escolhe quantos dedos, a direção (horizontal, vertical, pinch in/out) e ainda pode acoplar modificadores (SUPER, ALT…) e escalonar a velocidade da animação. Quer um exemplo prático? Dá para definir “pinça com três dedos” para fechar janelas, “swipe horizontal” para trocar de workspaces e “swipe vertical” para abrir aquele workspace especial — tudo no mesmo trackpad. É como treinar o sistema para entender seus hábitos em vez de forçar você a decorar truques.
No dia a dia, isso significa tirar o pé do teclado sem perder ritmo: navegar, organizar janelas, acionar funções rápidas — tudo com combinações que fazem sentido para você. E como o mapeamento é granular, dá para experimentar rotinas diferentes (trabalho, estudos, jogos) e salvar variações do layout sem medo.
Outras novidades e dezenas de correções
Além dos gestos, a v0.51.0 chega com um pacote de polimentos visuais e ajustes de plataforma que deixam o Wayland ainda mais “redondo”. Há novas animações para DPMS (ligar/desligar de monitor) — um detalhe? Sim, mas detalhes assim são o que fazem um ambiente se sentir “vivo” — e os pop-ups nativos do Wayland agora têm fade in/out, reduzindo aqueles “pulos” visuais em diálogos e menus.
Outra melhoria prática: o compartilhamento de tela agora força 8-bit por padrão. Por quê? Em monitores de ampla gama de cores (wide gamut), alguns apps — como Chromium e Firefox — podiam apresentar cores erradas ou glitches ao compartilhar a tela com 10-bit; padronizar em 8-bit resolve a compatibilidade sem drama. Para completar, dá para ajustar scroll_factor por dispositivo (ótimo quando o touchpad e o mouse pedem sensibilidades diferentes).
E estabilidade? Teve foco. Um problema chato em jogos via XWayland — telas pretas persistentes em certos cenários — foi corrigido no ciclo que desemboca nesta release. Junte isso a consertos em persistência de workspaces, modos de monitor inválidos e melhorias finas nas animações (UV mais suaves em superfícies lentas) e você tem um compositor mais previsível, especialmente sob carga. Em termos práticos: menos “surpresas” no meio do expediente ou da jogatina.
No conjunto, a v0.51.0 é aquele tipo de atualização que não muda “o que” o Hyprland é — um compositor moderno e opinado —, mas muda “como” ele se encaixa no seu fluxo. Para quem vive de atalhos e gestos, a nova camada de personalização tira atrito; para quem precisa de estabilidade, as correções evitam tropeços clássicos. E, claro, o acabamento visual (animações, transições) mantém o Hyprland na sua zona de conforto: desempenho com estilo.