Ferramenta pepc da Intel para Linux fica mais organizada: conheça o novo subcomando ‘uncore’

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

Uncore e P-states, cada um no seu lugar — e a CLI agradece.

A pepc — a ferramenta de linha de comando da Intel que admins e engenheiros usam para espremer performance de CPUs no Linux — passou por uma refatoração importante para ficar mais lógica e fácil de usar. Em vez de misturar tudo no mesmo lugar, as opções que controlam as frequências do uncore (cache L3, controladores de memória e afins) foram separadas das de P-states (frequências dos núcleos). O resultado? Um novo subcomando dedicado: pepc uncore.

Organizando a casa: subcomando ‘uncore’ ganha vida própria

Sabe quando a caixa de ferramentas começa a ficar cheia e você resolve colocar cada item na sua gaveta? É isso que aconteceu aqui. Antes, quem queria ajustar limites mínimos e máximos de frequência do uncore tinha que ir ao subcomando de P-states — o que confundia, porque uncore ≠ núcleo. Agora, o uncore tem um espaço só dele, com opções nomeadas de forma direta (min_freq, max_freq, limites e thresholds de ELC), deixando a navegação mais natural.

Por trás dessa mudança está Artem Bityutskiy (Intel), mantendo a Intel pepc tool alinhada ao crescimento do projeto: à medida que a ferramenta ganha mais mecanismos (sysfs, TPMI etc.) e mais propriedades, separar domínios evita colisões conceituais e reduz o atrito do dia a dia.

Antes e depois: como ficam os comandos

# Antes (misturado em P-states)
pepc pstates config --min-uncore-freq min --max-uncore-freq max --cpus all

# Depois (claridade: uncore tem sua própria “porta”)
pepc uncore config --min-freq min --max-freq max --cpus all
# Antes: consultar limites do uncore via P-states
pepc pstates info --min-uncore-freq-limit --max-uncore-freq-limit --packages 0

# Depois: a consulta está onde faz sentido
pepc uncore info --min-freq-limit --max-freq-limit --packages 0
# Antes: thresholds de ELC do uncore “perdidos” em P-states
pepc pstates config --uncore-elc-low-threshold 20 --uncore-elc-high-threshold 80 --packages 0

# Depois: ELC no lugar certo
pepc uncore config --elc-low-threshold 20 --elc-high-threshold 80 --packages 0

Por que isso importa para quem ajusta performance?

Porque ergonomia também é performance. A separação entre uncore e P-states reduz erros por confusão, deixa os manuais mais objetivos e facilita automações (scripts e CI) que agora podem tratar “CPU” e “uncore” como domínios distintos. Se você mantém servidores com cargas sensíveis à latência de memória ou banda de LLC, ter um subcomando dedicado diminui o caminho entre intenção e ação — e isso se traduz em tempo ganho e configurações mais previsíveis.

Em resumo: a refatoração não muda a capacidade da pepc, mas melhora a experiência. E é assim que ferramentas amadurecem — não só adicionando recursos, mas organizando-os de um jeito que acompanha a cabeça de quem usa. Se quiser, você pode baixar o zip do arquivo no Github Oficial do projeto.

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