KDE Plasma 6.5 vai unificar o controle de permissões de aplicativos: saiba o que muda

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

A edição pré-Akademy traz a nova central de “Permissões de Aplicativos”, integra portais XDG (incluindo papel de parede) e polimentos no Wayland — com foco no usuário.

Gerenciar as permissões de seus aplicativos no KDE Plasma 6.5 está prestes a ficar muito mais fácil e centralizado. A antiga página de “Permissões do Flatpak” está evoluindo para uma central de “Permissões de Aplicativos” muito mais poderosa. Em termos práticos, isso significa que, no mesmo lugar, você poderá controlar não apenas o que seus apps Flatpak podem acessar, mas também permissões gerais do sistema — como autorizar um programa a tirar screenshots, aceitar pedidos de controle remoto da área de trabalho ou interagir com o sistema via XDG Portals. O trabalho é assinado por David Redondo e chega como a grande história da edição “pré-Akademy” do This Week in Plasma.

Enquanto colaboradores do KDE viajam para a Akademy, a conferência anual do projeto, o ritmo não diminui: a semana trouxe novas funcionalidades, ajustes de UX e correções importantes — exatamente o que usuários e administradores querem ver quando um lançamento se aproxima.

Uma nova central de permissões para aplicativos

Imagem da nova central de aplicativos mostrando as opções de permissões para aplicativos
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Por que isso importa? Porque o ecossistema Linux moderno está cada vez mais baseado em sandboxing e portais — camadas que permitem a um app pedir acesso a recursos sensíveis (microfone, câmera, tela, notificações, arquivos) de forma explícita e auditável. A nova página de Permissões de Aplicativos transforma esse quebra-cabeça técnico em uma interface clara, onde você decide o que cada software pode (ou não) fazer.
Exemplos práticos:

  • Capturas de tela e gravação: aprove apps que precisam capturar a tela sem ter de caçar caixas de diálogo escondidas em menus diferentes.
  • Controle remoto de desktop: aceite ou recuse pedidos de controle de forma transparente, mantendo o fluxo sob o seu comando.
  • Mudança de papel de parede: com o novo portal de papel de parede, aplicativos que usam portais podem solicitar trocar o fundo e a tela de bloqueio — útil para ferramentas de personalização e apps de arte.

O resultado é uma experiência coerente que fala a linguagem do usuário: em vez de “flags” e “permissores” espalhados, um hub único que deixa claro o que está em jogo a cada permissão concedida.

Outras melhorias de usabilidade e correções

Além da nova central, o Plasma 6.5 traz uma coleção de polimentos que, somados, reduzem atritos do dia a dia — especialmente em Wayland:

  • Prevenção de roubo de foco em Wayland (Xaver Hugl): o ajuste agora se comporta de forma previsível. Em “Extremo”, toda tentativa de foco exige token válido; em “Nenhum”, qualquer janela ativada pode tomar foco; o padrão “Baixo” reduz ativações falhas sem deixar apps “selvagens”.
  • Day/Night Cycle com AM/PM (Vlad Zahorodnii): se o sistema usa relógio em AM/PM, você pode inserir horários nesse formato ao configurar o Night Light.
  • Área de trabalho remota mais simples (David Edmundson): acabou a exigência de criar uma conta “especial” para desktop remoto; use suas credenciais de usuário habituais.
  • Discover mais “falante” (Aleix Pol): a loja de apps agora mostra o que está fazendo ao buscar atualizações, deixando claro qual fonte está lenta.
  • Menu de aplicativos mais acessível (Christoph Wolk): melhor navegação por teclado no Kicker quando não há favoritos.
  • Fonte monoespaçada sincronizada com apps GTK (Reilly Brogan): escolheu uma mono no System Settings? Ela passa a valer também para GTK.
  • Aviso inteligente para tablets (Joshua Goins): se um driver de usuário gerencia sua mesa digitalizadora, o System Settings alerta para evitar conflitos.
  • Kirigami mais polido (Marco Martin): barras de ferramentas carregam de forma mais elegante em apps Kirigami e nas páginas do System Settings.

Correções que valem destaque

Imagem das configurações do sitema para configurar o modo claro ou escuro conforme a hora do dia personalizado pelo usuário do KDE.
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  • Capturas sem distorção de cor no Night Light (Xaver Hugl): gravações e screenshots deixam de “puxar” tonalidades.
  • Arrastar e soltar no Firefox (Vlad Zahorodnii): conserto no KWin para DnD em submenus de favoritos do navegador.
  • Cursor correto com zoom em XWayland (Xaver Hugl): o efeito de Zoom deixa de mostrar ponteiros “errados” ao cruzar regiões ampliadas.
  • Mais estabilidade em apps Kirigami (Nicolas Fella): correção de casos de crash sob certas condições.
  • Listas arrastáveis (M. Sadık Uğursoy): itens agora podem ser arrastados para cima mesmo exigindo rolagem.
  • Alerta “arquivo já existe” no desktop (Pan Zhang): o diálogo volta a aparecer ao renomear para um nome duplicado.
  • Tela e monitores mais confiáveis (Xaver Hugl, Plasma 6.4.5): seleção e restauração de configurações de display ficaram mais robustas.

Desempenho e base técnica

No “motor” do compositor, o KWin ganhou suporte a underlays (Xaver Hugl). Pense nos underlays como o “espelho” dos overlays: em vez de tentar sobrepor tudo em planos de hardware (situação que falha com cantos arredondados, legendas, janelas sobrepostas…), o compositor pode usar um plano abaixo e “abrir um recorte” no plano principal. Na prática, isso permite composições mais eficientes em GPUs que suportam o recurso, poupando energia e ciclos de GPU — especialmente em cenários com vídeo, bordas e camadas complexas.

Outro polimento que você percebe na hora: o desfoque por visual (“per-view blur”) do KWin. Ao gravar a tela ou transmitir, áreas desfocadas ficam consistentes e sem “fantasmas”, melhorando o aspecto de screencasts e videochamadas.

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