Lichee Pi 4A fica mais perto de ter um desktop acelerado: a novidade que chega no Linux 6.18

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

Aceleração gráfica no TH1520 chega com o Linux 6.18 — HDMI ainda em progresso!

Boas notícias para quem aposta no ecossistema RISC-V: uma atualização de Devicetree destinada ao Linux 6.18 adiciona o nó da GPU IMG BXM-4-64 no SoC T-HEAD TH1520, o coração da Lichee Pi 4A. Em termos práticos, isso habilita o driver drm/imagination e abre a porta para aceleração gráfica na placa — exatamente o empurrão que muita gente esperava para tornar o desktop do dia a dia mais fluido. O pull request foi enviado por Drew Fustini para o ciclo 6.18, com menção explícita à Lichee Pi 4A nos testes.

Pense no Devicetree como um “mapa” que o kernel usa para saber qual hardware existe na placa. A mudança que está chegando no Linux 6.18 basicamente adiciona a GPU da Lichee Pi 4A a esse mapa, permitindo que o sistema operacional a reconheça e a utilize — e, com isso, que o driver da Imagination seja inicializado com os parâmetros corretos. Em outras palavras: menos gambiarras, mais performance, e um caminho mais simples para quem mantém distribuições ou imagens para a comunidade.

Por que isso importa? Porque a Lichee Pi 4A é uma SBC popular no universo RISC-V, baseada no T-HEAD TH1520 (quatro núcleos C910, NPU de 4 TOPS, opções de até 16 GB de RAM), e já aparece em projetos que vão de robótica a estações de trabalho minimalistas. Com aceleração 3D, tarefas como navegação com múltiplas abas, compositores Wayland e aplicações que dependem de OpenGL/Vulkan deixam de depender do renderizador por software.

Próximos passos: habilitando a saída de vídeo

É importante, porém, calibrar as expectativas. O controlador de display e a saída HDMI no TH1520 continuam em desenvolvimento — há esforço ativo para adaptar o driver do display controller (linha VeriSilicon/DC) ao ecossistema do TH1520. Resultado: mesmo com a GPU “ligando” e acelerando, a experiência plug-and-play num monitor externo ainda não está pronta para todos os cenários. Para quem quer “bootar e usar” um desktop completo via HDMI, ainda é um capítulo em andamento.

Na prática, o que esperar no curto prazo? Para quem constrói kernels e imagens, o novo nó do Devicetree reduz a distância entre o hardware e o driver drm/imagination — um ganho de maturidade essencial rumo ao “Lichee Pi 4A Linux support” que os usuários finais sentem. E, para quem acompanha o upstream, essa etapa soma-se a melhorias recentes (como o sequenciamento de energia do GPU no 6.17) que pavimentam a estrada para uma pilha gráfica completa no T-HEAD TH1520.

Em paralelo, o envio também trouxe pequenos ajustes administrativos no projeto — o tipo de housekeeping que ajuda a comunidade a acompanhar o que entra e onde acompanhar patches relativos ao SoC da T-Head. O fio condutor, contudo, é claro: habilitar a GPU IMG BXM-4-64 no Devicetree do TH1520 para que a Lichee Pi 4A e outras placas derivadas cheguem, passo a passo, a um desktop acelerado no Linux 6.18.

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