Se você gosta da experiência do Linux Mint — aquela combinação de praticidade, visual caprichado e ferramentas próprias — talvez já tenha ouvido falar do LMDE. A sigla significa Linux Mint Debian Edition (LMDE) e, na prática, é o “plano B” do projeto: uma edição que entrega a mesma vivência do Mint, mas diretamente em cima do Debian, não do Ubuntu. A ideia é simples e estratégica: garantir que o Mint siga firme e coerente mesmo se, um dia, o Ubuntu deixar de ser uma base viável.
O que é o LMDE?
Pense no LMDE como um “irmão” do Mint tradicional. A equipe desenvolve as mesmas aplicações (Update Manager, Driver Manager, XApps etc.), o mesmo cuidado estético e as mesmas escolhas de usabilidade — só que com o repositório e o ecossistema do Debian por baixo. É também um “laboratório” de compatibilidade: a cada ciclo, o time valida se tudo o que cria roda bem fora do Ubuntu. Resultado? Um Mint mais resiliente a longo prazo.
Principais mudanças no LMDE 7

A estrela da vez é a base: LMDE 7 “Gigi” chega sobre o Debian 13 “Trixie”, incorporando suas melhorias de estabilidade, empacotamento e segurança. Some a isso o carimbo de Long Term Support (LTS) — ótima notícia para quem prioriza tranquilidade e updates previsíveis ao longo de anos.
Há também uma decisão simbólica (e inevitável): o fim do suporte a 32-bit (i386). A partir de agora, o LMDE existe apenas em 64 bits. Se você ainda mantém máquinas muito antigas, é hora de planejar — ou considerar alternativas específicas para esse hardware. Para quem já está em 64 bits, o impacto é zero; para o projeto, significa concentrar esforços no que a comunidade realmente usa hoje.
E o que muda no seu dia a dia? Na melhor tradição Mint, quase nada em aprendizado — e isso é bom. Você segue encontrando o desktop polido (com os refinamentos recentes de usabilidade que a equipe vem entregando na linha principal), as ferramentas integradas e o foco em experiência simples, consistente e amigável. É aquele caso em que a maior mudança está “embaixo do capô”, e é exatamente por isso que tudo continua funcionando do jeito que você gosta.
Atualização a partir do LMDE 6
Se você usa LMDE 6 (64 bits), o caminho foi pensado para ser tranquilo: a equipe disponibilizou a mintupgrade, uma ferramenta que guia o processo passo a passo — checagens, preparação, execução e verificação final. Não é “um clique mágico” (é uma grande atualização e pode levar horas), mas é um roteiro claro para reduzir riscos. Dica de amigo: faça snapshot/backup, feche aplicativos, prepare um café e deixe a mintupgrade trabalhar. Para quem estava testando o LMDE 7 BETA, basta manter o sistema atualizado.
O que observar?
Como toda versão sólida do Mint, o LMDE 7 vem com notas de lançamento bem detalhadas — vale passar os olhos, especialmente se você usa VirtualBox, tem cenários com LVM ou precisa do login de root em modo de recuperação (por padrão, a conta root fica bloqueada). Outra leitura importante é a própria documentação do Debian 13 “Trixie”, com observações sobre mudanças de comportamento do sistema e dicas pós-upgrade. É aquele checklist rápido que evita surpresas.
Para quem o LMDE faz mais sentido?
Se você curte o jeito Mint de usar o Linux — polimento visual, código aberto com pragmatismo, ferramentas próprias úteis — mas prefere a filosofia Debian (ou depende de algo específico do ecossistema Debian), o LMDE 7 é praticamente feito sob medida. Ele também é uma escolha interessante para quem administra várias máquinas e quer um ambiente familiar com a previsibilidade do Debian 13 Trixie. Em resumo: é o Mint que você já conhece, com alma Debian — e agora mais preparado do que nunca.