Linux Mint revela planos para o futuro: LMDE 7 abandonará o 32-bit e Mint 22.3 avançará no suporte a Wayland

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

LMDE 7 'Gigi': Base Debian 13 e o fim do suporte 32-bit

O time do Linux Mint anunciou o início dos trabalhos no LMDE 7 ‘Gigi’, a próxima versão da sua edição baseada em Debian. A grande novidade está logo na fundação: ele passa a se apoiar no Debian 13 “Trixie”, o que significa não apenas um salto tecnológico, mas também o fim do suporte oficial para a arquitetura 32-bit (i386). Em outras palavras: daqui para frente, apenas sistemas amd64 serão suportados. É o encerramento de um ciclo histórico — aquele velho computador de 15 anos com processador de 32 bits já não terá mais vez no ecossistema Mint Debian Edition.

Mas a base nova não chega sozinha. O LMDE 7 traz também todas as melhorias já presentes no Linux Mint 22.2, além de um recurso estratégico que vem sendo cada vez mais pedido: suporte a OEM installations. Isso significa que fabricantes ou integradores de PCs poderão pré-instalar o Mint com mais facilidade, oferecendo máquinas prontas para o usuário final. Esse suporte foi testado em condições reais e já está considerado estável, o que abre portas para que o LMDE seja visto como uma alternativa ainda mais séria em cenários comerciais.

O trabalho de portar os recursos do Mint 22.2 para a nova base já está em andamento, incluindo ajustes relacionados às bibliotecas gráficas mais recentes. E, para quem está curioso sobre quando poderá testar o sistema, a equipe confirmou que o BETA do LMDE 7 ‘Gigi’ será liberado em setembro.

Linux Mint 22.3: o caminho para o Wayland continua

Logo estilizado do Wayland sobre fundo amarelo, representando o ecossistema gráfico no Linux
Wayland: servidor gráfico moderno que impulsiona o futuro do desktop Linux

Enquanto o foco imediato é o LMDE 7, o projeto também deixou claro que não vai deixar a linha principal parada. O Linux Mint 22.3 está confirmado para dezembro deste ano — um ciclo curto, quase uma “edição sprint”, mas com objetivos muito claros. A prioridade absoluta será entregar a nova versão do Cinnamon e consolidar o avanço mais aguardado da comunidade: o suporte cada vez mais robusto ao Wayland.

Entre os destaques que devem aparecer nesse lançamento estão o novo menu, o status applet repaginado e, principalmente, a implementação de um tratamento compatível para layouts de teclado e métodos de entrada sob Wayland. Pode parecer detalhe técnico, mas é um dos pontos críticos para que o desktop Mint realmente funcione sem dores de cabeça no futuro pós-X11. Quem já tentou alternar entre idiomas ou configurar teclas personalizadas em sessões Wayland sabe a importância dessa base sólida.

Esse ritmo de pequenas entregas é a forma que o projeto encontrou de preparar o terreno sem pressa, mas também sem parar no tempo. O Linux Mint news de agosto deixa claro que, mesmo com prazos apertados, há um planejamento consciente para equilibrar estabilidade e inovação — algo que sempre marcou a identidade do Mint frente a outras distribuições mais ousadas.

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