Usuários de dispositivos com o SoC Qualcomm SM7150 — os conhecidos Snapdragon 730/730G — podem respirar aliviados. Uma nova série de patches mira o subsistema de clock de display (dispcc) e corrige uma regressão que surgiu nos release candidates do Linux 6.17: painéis em video mode simplesmente não inicializavam. Além de devolver a imagem na tela, o conjunto também elimina um aviso chato do kernel ligado a clocks. Em suma: liga, aparece, e sem barulho no dmesg.
Corrigindo uma regressão crítica

O coração do problema estava no MDSS (Mobile Display Subsystem). Desde o 6.17-rc, o MDSS deixou de ter a referência para um reset de hardware essencial — o MDSS_CORE. Pense nisso como a “chave geral” que garante que o bloco de display parte de um estado conhecido antes de subir os clocks e programar os pipelines. Sem esse reset, a negociação com painéis em video mode falhava logo no arranque. A série de correções reintroduz essa referência tanto na camada de Device Tree (bindings) quanto no driver do controlador de clocks do SM7150, alinhando de novo software e hardware para que o display acorde direito.
Adeus ao warning de clock
Havia outro sintoma que muitos viram no log: o alerta “rcg didn’t update its configuration”. Na prática, isso acontecia porque uma fonte de clock do pixel (pclk0) podia trocar de pai sem preparar/habilitar o pai escolhido. A correção adiciona a flag apropriada para que a troca de parent venha acompanhada do “prepare/enable” automático. Resultado: caminho de clock consistente e boot mais limpo.
Por que isso importa
Além do impacto direto (“minha tela voltou!”), a correção reforça a robustez do suporte Linux SM7150 display: menos hacks específicos por placa, mais comportamento previsível entre diferentes painéis e boards. Também há um sinal de maturidade do ecossistema: as mudanças chegaram em um pacote enxuto — atualizando bindings e o driver dispcc — com revisão de gente que vive esses IPs no dia a dia. Para quem mantém devices com SM7150 em distros móveis ou em upstream (postmarketOS, mainline em smartphones e SBCs), é a diferença entre um bring-up travado no escuro e um sistema que sobe “first try”.
Quando chega
As correções têm como alvo o ciclo do Linux 6.17 (a regressão nasceu nos -rc). Se você está testando 6.17-rc em hardware SM7150, vale aplicar o patchset ou aguardar o próximo -rc que incorporar as mudanças. Para quem permanece em kernels estáveis, fique de olho em backports — mas, por ora, o foco é destravar o 6.17.