Sasha Levin, um desenvolvedor do Google e mantenedor de versões LTS do kernel Linux, recentemente anunciou a criação de uma nova ramificação do kernel Linux chamada “linus-next“. Essa nova versão, inspirada na já existente “linux-next“, foi projetada especificamente para testar mudanças que estão quase prontas para serem incluídas no kernel principal. A principal diferença entre as duas é que, enquanto a “linux-next” contém tanto código experimental quanto código pronto para inclusão, a “linus-next” será mais rigorosa na seleção de alterações. Somente pull requests que têm uma alta probabilidade de serem aceitos por Linus Torvalds serão incluídos.
A “linux-next” foi amplamente utilizada para identificar conflitos de código e problemas de compilação, mas, devido à mistura de código estável e experimental, não era a melhor opção para testes funcionais completos. O código experimental frequentemente introduzia bugs que afetavam todo o sistema, tornando difícil a identificação precisa de problemas. A “linus-next”, por outro lado, visa melhorar esse cenário, proporcionando um ambiente mais estável para testes funcionais antes da inclusão das alterações no kernel principal.
Essa nova abordagem oferece várias vantagens. Primeiro, ela permitirá que os desenvolvedores testem o desempenho e a compatibilidade de mudanças em um ambiente mais confiável. Isso aumentará a qualidade dos patches submetidos, garantindo que eles sejam testados de forma mais completa antes de Linus Torvalds decidir incorporá-los. Além disso, a “linus-next” será atualizada continuamente, ao invés de em ciclos diários, facilitando a detecção de bugs específicos e o isolamento de problemas causados por alterações recentes.
O surgimento da “linus-next” também visa incentivar os mantenedores a enviar seus pull requests mais cedo, proporcionando uma janela maior para testes e refinamento antes do período de fusão. Isso também ajudará a reduzir a carga sobre Torvalds, pois ele precisará lidar com menos compilações e testes ao integrar novas mudanças.
Outra questão abordada recentemente por Linus Torvalds foi a frustração com o processo de mitigação de vulnerabilidades de hardware no kernel. Em discussões sobre problemas de desempenho causados por correções relacionadas a vulnerabilidades de execução especulativa em CPUs, Torvalds argumentou que os fabricantes de hardware deveriam ser os responsáveis por resolver esses problemas, em vez de sobrecarregar o kernel com correções que impactam negativamente o desempenho. Ele sugeriu que, em vez de modificar o kernel para cada potencial vulnerabilidade teórica, os desenvolvedores deveriam exigir mais responsabilidade dos fabricantes de hardware.
Essa posição reflete a crescente insatisfação com o impacto das mitigações de vulnerabilidades de hardware, que muitas vezes resultam em regressões e diminuição de desempenho para proteger contra ataques que, na maioria dos casos, são teóricos e não representam uma ameaça real fora de ambientes de laboratório.