Calma, não precisa ficar com raiva dele, é apenas um exemplo e eu vou explicar o porquê de que existem pessoas, e não são poucas, que não se importam ou não querem saber dessa luta que é software livre x software proprietário.
Muito se fala das liberdades que o software livre pode trazer ao usuário, tanto em questões técnicas como em questões filosóficas. Todas as pessoas que conheci que possuem um entendimento do GNU/Linux deseja que o mesmo seja popular, que todos o utilizem e que quebrem as amarras dos softwares proprietários e as imposições que empresas fazem com seus clientes. Só que existe uma parcela de usuários que não faz ideia e/ou não quer saber deste tipo de coisa e isso irrita os “ativistas” de software livre. Alguns desses “ativistas” querem impor que toda pessoa que utiliza um sistema GNU/Linux tem que retribuir de alguma forma para a comunidade, pois ela é colaborativa e você não deve ser um parasita que apenas pega os benefícios de trabalho voluntário dos desenvolvedores.
O que ele tem a ver com isso?
E o que meu Pai tem a ver com isso? Absolutamente nada! Ele não se importa se o sistema que está utilizando é livre ou não, ele quer apenas usar e fazer as suas coisas sem a preocupação de lentidão ou estresse na sua usabilidade, e o GNU/Linux até hoje não está preparado para essas pessoas. Com a popularização do Ubuntu Linux muito se falou dos seus usuários preguiçosos que não procuram as respostas dos problemas e que não fazem nada para melhorar a comunidade. Pense comigo, o Ubuntu é uma distribuição totalmente amigável e voltada para uma primeira experiência com GNU/Linux, logo como ele está sendo adotado em massa, é lógico que uma parcela, a maior por sinal, não tenha conhecimento técnico para tal e muito menos entenda a filosofia da distribuição, só está instalando porque ouvi ou leu que é de graça e não pega vírus. O que fazer com essas pessoas? Marginalizar? Ofendê-las? Deixar de lado a ideia de GNU/Linux ser popular por conta desses ocorridos? Eu digo que não.
Processo de popularização
É natural em seu processo de popularização todo tipo de pessoa use uma ferramenta, tenha ela conhecimento para usá-la ou não, logo é natural que muitas não saibam e/ou não querem saber da filosofia, de contribuir e tudo aquilo que é falado. Meu pai e mais algumas pessoas só querem usar um computador para escutar música, ler notícias, digitar texto e não se importam com o nome do programa, a marca do computador, o Sistema Operacional e etc. Elas querem usar e pronto, e o que irrita muitos “ativistas” é que toda pessoa ou ser vivo que use GNU/Linux tem que contribuir com a comunidade que faz parte, e infelizmente não é assim! Faz algum tempo que vários projetos têm dificuldades com pessoas para contribuir, é totalmente notório. Esse esforço gasto em querer obrigar as pessoas a usarem algo sem saber o porquê e o motivo é um esforço que o Software Livre não precisa. A comunidade GNU/Linux perde muito com extremismos desnecessários, tentando convencer pessoas que não se interessam em contribuir ou entender as lutas do movimento para fazerem parte dele, e novamente afirmo que o Software Livre não está preparado para esse não.
Quanto mais pessoas usarem GNU/Linux, e quando digo pessoas eu me refiro a pessoas que não sejam da área de informática ou que não possuam conhecimento técnico de informática, mais e mais vão ter pessoas que pouco se importam com a luta que é levanta para o Software Livre. O GNU/Linux não está preparado ainda para apenas ser utilizado, ele necessita e precisa de ajuda das pessoas que a utilizam. Ele não precisa de extremismos, de imposições, de obrigações, de ofensas, o que ele precisa é de pessoas que façam mais do que em um blog, e me coloco nesse grupo, temos que está ciente de que existem pessoas que não querem ajudar, não querem se envolver e está cientes de que elas não fazem mal para a popularização do GNU/Linux.
Meu pai não se importa com a filosofia do GNU/Linux, por isso ele precisa ser fuzilado com premissas, filosofias e exigências de ajuda? Para uma pessoa que apenas quer usar seu computador o máximo que vai ocorrer é ela trocar de Sistema Operacional e passar longe de tudo que esteja relacionado a GNU/Linux. Os “ativistas” precisam entender que nem toda pessoa que usa software livre quer se envolver ou contribuir com algo, talvez depois disso podemos aprender novas formas de envolver essas pessoas, claro depois de entender apenas isso.