Um novo alerta de segurança está preocupando usuários de Android em todo o mundo. Pesquisadores da Bitdefender identificaram uma campanha maliciosa que utiliza anúncios falsos em plataformas da Meta, como o Facebook e o Instagram, para distribuir um vírus disfarçado de aplicativo financeiro. O golpe usa como isca uma versão supostamente gratuita do TradingView Premium, uma das ferramentas mais conhecidas para análise de investimentos e criptomoedas.
O malware em questão é o Brokewell, um trojan avançado que pode roubar desde credenciais bancárias até carteiras de criptomoedas, além de permitir o controle remoto completo do dispositivo. Este artigo explica como o ataque funciona, quais são os riscos para o usuário e, principalmente, como se proteger dessa ameaça.
A campanha é considerada perigosa porque atinge diretamente um público sensível: investidores, entusiastas de criptomoedas e qualquer pessoa que utilize o celular para transações financeiras. E mesmo quem não opera no mercado financeiro pode ter seus dados pessoais expostos.

O que é o Brokewell e por que ele é tão perigoso?
O malware Brokewell é classificado como um trojan bancário e também um RAT (Remote Access Trojan), ou seja, um software que combina roubo de informações com a capacidade de controlar remotamente o dispositivo infectado.
De acordo com os pesquisadores da Bitdefender, este trojan é particularmente perigoso porque reúne várias técnicas avançadas de ataque. Entre suas funções mais críticas estão:
- Roubo de dados financeiros: captura informações de carteiras de criptomoedas como BTC, ETH e USDT, além de dados bancários, incluindo IBANs.
- Burlar autenticação de dois fatores (2FA): consegue roubar códigos do Google Authenticator, enfraquecendo uma das camadas mais importantes de segurança digital.
- Ataques de sobreposição (overlay attacks): cria telas falsas sobre aplicativos legítimos, induzindo o usuário a inserir suas credenciais em páginas clonadas.
- Monitoramento do dispositivo: grava telas, registra toques (keylogger), coleta cookies e pode até ativar a câmera e o microfone sem permissão explícita.
- Interceptação de SMS: captura mensagens que geralmente contêm códigos de verificação de segurança.
- Controle remoto total: permite que os criminosos manipulem o dispositivo como se fossem o próprio dono.
Esse conjunto de funcionalidades coloca o Brokewell entre os malwares mais sofisticados direcionados ao Android nos últimos meses.
Como o golpe funciona: a isca do TradingView Premium
O ataque segue um roteiro bem estruturado, aproveitando o interesse de investidores e curiosos em ganhar acesso gratuito a ferramentas pagas. O passo a passo é o seguinte:
- O usuário visualiza um anúncio falso em plataformas da Meta, oferecendo o TradingView Premium grátis.
- Ao clicar no link, usando um dispositivo Android, é redirecionado para uma página falsa que imita o site oficial do TradingView.
- O site disponibiliza para download um arquivo APK malicioso, geralmente nomeado como tw-update.apk.
- Após a instalação, o falso app solicita permissões de Acessibilidade, fundamentais para obter controle sobre o dispositivo.
- Para enganar a vítima, o malware exibe uma falsa tela de atualização do sistema, pedindo que o usuário insira seu PIN ou senha de bloqueio.
- A partir daí, os cibercriminosos passam a ter acesso irrestrito ao celular, podendo roubar dados, interceptar transações e até bloquear o dispositivo remotamente.
Esse método é altamente eficaz porque mistura engenharia social (a promessa de algo valioso de graça) com técnicas avançadas de intrusão, o que aumenta as chances de sucesso da campanha.
Sinais de infecção e como se proteger do malware Brokewell
Sinais de que seu dispositivo pode estar infectado
Os sintomas de uma possível infecção pelo malware Brokewell incluem:
- Comportamentos estranhos no dispositivo, como lentidão ou travamentos frequentes.
- Solicitações suspeitas de permissões, especialmente para os Serviços de Acessibilidade.
- Pop-ups falsos de atualização do sistema, pedindo senha ou PIN.
- Consumo anormal de bateria ou aumento repentino no uso de dados móveis.
- Presença de aplicativos desconhecidos que não foram baixados pelo usuário.
Passos essenciais para a prevenção
A boa notícia é que existem medidas simples que reduzem drasticamente as chances de infecção:
- Baixe aplicativos apenas da Google Play Store ou de fontes oficiais. Nunca instale arquivos APK de sites desconhecidos.
- Desconfie de anúncios que prometem versões “premium” grátis de aplicativos famosos como o TradingView.
- Evite conceder permissões de Acessibilidade para apps que não têm motivo claro para solicitá-las.
- Verifique as permissões de cada app logo após a instalação e revise-as regularmente nas configurações do Android.
- Mantenha o Google Play Protect ativado para bloquear aplicativos maliciosos automaticamente.
- Considere instalar uma solução de segurança móvel de fornecedores confiáveis para reforçar a proteção.
Adotar esses cuidados é fundamental para evitar cair em golpes que se aproveitam da falta de atenção do usuário.
Conclusão: a ameaça crescente de malware distribuído por anúncios
O Brokewell mostra como os criminosos digitais estão cada vez mais sofisticados ao explorar anúncios patrocinados em plataformas populares para espalhar malwares perigosos. O uso do TradingView como isca é uma estratégia inteligente para atingir um público financeiramente atrativo.
Proteger-se exige atenção redobrada: não instalar aplicativos de fora da loja oficial, questionar permissões suspeitas e manter soluções de segurança ativas no smartphone.
A ameaça do malware Brokewell serve de alerta para todos: se até usuários avançados podem ser enganados por anúncios bem elaborados, a prevenção precisa ser prioridade. Verifique agora as permissões dos seus aplicativos e compartilhe este alerta com amigos e familiares para reduzir os riscos coletivos.