O mercado de tablets surpreendeu no segundo trimestre de 2025 ao registrar um crescimento robusto de 13,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Muito além de um simples aumento nas vendas, esse salto revela uma série de fatores que estão remodelando a demanda por esses dispositivos, tradicionalmente vistos como “de nicho” ou em estagnação.
Neste artigo, vamos analisar detalhadamente o relatório da IDC que contabilizou o envio de 38,3 milhões de unidades no período, explorando os motivos que impulsionam essa alta — desde políticas governamentais na China até a influência crescente da inteligência artificial (IA), além das estratégias de grandes players como Apple, Samsung e Xiaomi. Se você está pensando em comprar um novo tablet ou apenas acompanha as tendências do mercado, entender esse cenário é essencial para tomar decisões mais informadas e acompanhar os próximos passos do setor.
Os números não mentem: um crescimento surpreendente no mercado de tablets
Segundo o relatório da IDC, o mercado global de tablets alcançou 38,3 milhões de unidades enviadas no segundo trimestre de 2025, o que representa um crescimento significativo de 13,1% em comparação com o mesmo período de 2024. Para um segmento que vinha enfrentando desafios como o avanço dos smartphones com telas maiores e a popularização dos laptops híbridos, essa recuperação chama atenção.
Esse crescimento supera as expectativas de analistas, que vinham observando uma tendência de desaceleração nos últimos anos. Agora, o mercado de tablets volta a ganhar força, indicando que há fatores novos e relevantes alterando a dinâmica tradicional de consumo.
Os motores do crescimento: muito além de uma simples alta
China e educação: a força dos programas governamentais
Um dos principais impulsionadores do aumento nas vendas de tablets é o forte investimento em educação na China. O governo chinês continua a incentivar o uso de tecnologias digitais nas escolas, implementando subsídios para aquisição de dispositivos em programas educacionais. Isso beneficia diretamente fabricantes como a Lenovo, que tem aproveitado essa demanda para aumentar sua participação no mercado local e exportar modelos que atendem à faixa de preço e requisitos dessas iniciativas.
Esses programas têm garantido a compra massiva de tablets para uso em sala de aula, ajudando a consolidar a tablet como uma ferramenta essencial para o ensino moderno e reforçando o papel da China como protagonista no mercado global.
Estados Unidos e a estratégia de antecipação das tarifas
Nos Estados Unidos, uma estratégia de negócios adotada por algumas empresas, especialmente a Amazon, contribuiu para inflar temporariamente os números de remessas. Com a possibilidade de futuras tarifas sobre produtos importados, essas empresas optaram por aumentar o estoque de tablets antecipadamente, buscando evitar custos adicionais.
Embora essa movimentação tenha impulsionado os dados do segundo trimestre, especialistas alertam para a possibilidade de uma correção futura, caso o estoque acumulado precise ser vendido sem reposição imediata. Ou seja, esse crescimento não é 100% orgânico, mas resultado de um movimento tático para proteger margens de lucro.
Mercados emergentes e a busca pelo custo-benefício
Em mercados emergentes, especialmente na América Latina, a demanda por tablets acessíveis tem crescido expressivamente. Marcas como a Xiaomi, com modelos populares como o Redmi Pad SE, têm conquistado espaço ao oferecer produtos com bom desempenho a preços competitivos.
Esses dispositivos são procurados principalmente para uso doméstico em educação e entretenimento, tornando-se uma alternativa viável para famílias que buscam tecnologia sem comprometer o orçamento. Esse movimento destaca a importância dos tablets como um dispositivo de entrada para a digitalização e o acesso à internet em regiões com menor poder aquisitivo.
A ascensão da IA como diferencial em tablets premium
Outro fator decisivo que vem mudando o jogo é a incorporação da inteligência artificial (IA) em tablets de ponta. Recursos avançados de IA estão se tornando argumentos fortes de venda para consumidores que buscam mais produtividade e funcionalidades inteligentes.
Por exemplo, no iPadOS, a IA é utilizada para aprimorar o reconhecimento de voz, facilitar a edição de fotos com ferramentas automáticas e oferecer assistentes digitais mais inteligentes. No ecossistema Android, tablets premium também estão incorporando IA para otimizar desempenho, oferecer sugestões personalizadas e melhorar a interação com aplicativos.
Esse diferencial tecnológico reforça o apelo dos tablets premium, justificando preços mais elevados e conquistando usuários que buscam inovação.
A disputa pelo pódio: quem está ganhando a corrida dos tablets?
Apple: a liderança tranquila do iPad
A Apple mantém sua liderança no mercado de tablets, com 12,7 milhões de unidades enviadas no segundo trimestre de 2025, apresentando um crescimento mais modesto de 2,4%. A atualização do iPad de 10,9 polegadas e os lançamentos recentes do iPad Air mantêm a linha competitiva, especialmente entre consumidores que valorizam o ecossistema Apple e a qualidade reconhecida da marca.
Essa liderança está ligada à combinação de hardware robusto, suporte a aplicativos otimizados para tablet e um posicionamento premium que segue atraindo fãs fiéis e novos usuários.
Samsung: consolidada em segundo lugar
A Samsung aparece em segundo lugar com o envio de cerca de 7,2 milhões de unidades e um crescimento sólido de 4,2%. A marca tem focado em estratégias que envolvem projetos educacionais, parcerias locais e promoções que estimulam a adoção dos tablets da linha Galaxy Tab.
O compromisso com o Android e a oferta de dispositivos com bom custo-benefício ajudam a Samsung a expandir sua base, especialmente em mercados mais sensíveis a preço.
Lenovo, Amazon e Xiaomi: o pelotão agressivo
O grupo formado por Lenovo, Amazon e Xiaomi vem mostrando movimentos muito fortes no mercado. A Lenovo registrou um salto de 25% nas remessas, enquanto a Amazon surpreendeu com um crescimento impressionante de 205%, impulsionado em parte pelo evento Prime Day e a antecipação de estoque devido às tarifas.
Já a Xiaomi mantém uma expansão consistente de 42%, graças à popularidade de modelos acessíveis e competitivos em termos de desempenho, que atraem especialmente os consumidores de mercados emergentes.
O que isso significa para você, consumidor?
Para o consumidor comum, esse crescimento do mercado de tablets indica uma renovação do interesse por esses dispositivos, que têm se consolidado cada vez mais como “dispositivos de reserva” — úteis para tarefas específicas que não substituem totalmente o smartphone ou o laptop, mas oferecem conveniência e praticidade.
As estratégias de preço também influenciam diretamente a decisão de compra. Enquanto a Apple aposta na fidelização via seu ecossistema premium, a Samsung e a Xiaomi buscam conquistar clientes com promoções agressivas e produtos com bom custo-benefício.
No Brasil, essa tendência global pode refletir em uma maior variedade de opções no mercado, com possibilidade de promoções mais frequentes e a chegada de tablets equipados com recursos de IA, que trazem melhorias significativas na experiência do usuário.
Conclusão: o crescimento é sustentável ou uma bolha temporária?
O crescimento de 13,1% no mercado de tablets no segundo trimestre de 2025 é resultado de uma combinação complexa entre demanda real e fatores circunstanciais. Por um lado, a expansão dos programas educacionais, o apelo crescente da inteligência artificial e a busca por custo-benefício apontam para uma retomada sólida. Por outro, a antecipação de estoques devido a tarifas pode gerar distorções temporárias nos números.
Afinal, com a IA se tornando um componente-chave em tablets premium, será que esses dispositivos finalmente encontraram um propósito duradouro no mercado?
E você, o que acha? Os tablets estão prontos para uma nova era ou esse crescimento é apenas um fenômeno passageiro? Deixe sua opinião nos comentários!
